23 de fevereiro de 2015

Capítulo 73

Ana Julia

Foi bom sair com Bruna para balada, apesar dela ficar me controlando o tempo inteiro. Dancei e me diverti como pude mas minha cabeça estava nele, sempre ele. Bebi pouco  e conheci alguns caras, mas nada demais, sempre dava um jeito de fugir deles, e quando não fugia, Bruna me tirava de perto. Percebi que ja não era mais a mesma Ana, e nem tinha como, depois de Luan muitas coisas mudaram.

Acordei cedo no dia seguinte e nunca esperei escontrar ele ali. Tinha passado a noite inteira pensando nele e nas lembranças que eu tinha daquela casa. Cheguei a ir no seu quarto de madrugada e deitei na sua cama afundando o rosto no seu travesseiro. Quantas saudades daquele cheiro.

As coisas aconteceram naturalmente, nos falávamos pouco, mas era bom. Vê-lo sorrindo, soltando cantadinhas e olhando pra mim sem parar, eram coisas que me deixavam bem. Ele me amava ainda, e isso estava tão claro quando a luz do dia.

Cantei pra todos porque ele pediu, mas estava tremendo de vergonha. Quando terminei todos bateram palmas e eu sorri sem graça. Fui parabenizada mas saí dali antes que pedissem pra que eu cantasse outra. Fui até a cozinha e bebi um pouco de água, quando virei dei de cara com ele me encarando na porta. Sorri pra ele e fui andando rumo a area externa da casa, mas ele deu um passo pro lado me impedindo de sair.

-Licença- pedi sorrindo e ele negou- Eu só vim beber água.

-E eu vim atrás.- sorriu. Ah se ele soubesse como aquele sorriso mexia comigo.

-Quer me falar uma coisa?

-Na verdade quero a verdade.

-Que verdade?

-Por que terminou comigo?

-Não Luan- revirei os olhos- Eu já te expliquei.

-Você mentiu pra mim, isso sim.

- Luan...

-Eu te amo tanto Aninha- se aproximou alisando meu rosto devagar,

-Por favor- fechei meus olhos e tirei suas mãos de mim- Eu não vou mentir, só com você eu imaginei tudo assim. Todas essas coisas de romance, casamento, família, viagens, cachorros. Eu nunca senti por ninguém nada perto do que sinto por você. Ninguém nunca me deixou com o gosto da felicidade na boca como você. Mas acabou, nossa história já era.

-Eu sei- ele abaixou a cabeça- Eu sempre quis conhecer alguém como você, e quando encontrei acontece isso.- voltou a me encarar.- Eu só quero a verdade, só isso.- respirei fundo e pensei bem. Ele merecia saber.

-Tudo bem. Você estava certo. Meu pai me fez escolher. Mas não tinha como escolher você Luan, como eu ia deixar meu pai sozinho? Eu te amo muito Luan mas é o meu pai- falei chorando e ele me abraçou.

-Ei calma- alisava minhas costas- Não precisa chorar não. Eu te entendo.

-Me desculpa por isso, me desculpa.

Falei e passei por ele depressa indo pra onde todos estavam.

Procurei ficar longe dele pra evitar tocar no mesmo assunto de novo. Eu não queria reviver algo que ainda machucava dentro de mim, e nem me sentir mais culpada. Apesar de estar sofrendo, ainda achava que foi a escolha certa.

Mais tarde, perto de anoitecer, o tempo mudou e de repente começou e a chover. As pessoas foram indo embora aos poucos e Bruna teve a ideia de tomar banho de chuva. Louca como é acabou me convencendo a ficar com ela. Começamos a brincar dentro da piscina e a chuva foi aumentando. Luan pulou com a gente e eu voltei a ficar incomodada, mas continuei ali.

Entramos na casa após dona Marizete mandar saírmos da chuva ou então pegaríamos um resfriado. Dito e feito, mais tarde comecei a tossir sem parar, e o pior de tudo, sem forças pra levantar da cama atrás de algum remédio.

Me encolhi embaixo da coberta mas continuava tossindo. Rolava na cama tentando pegar no sono mas era em vão. Ouvi a porta se abrir e virei assustada.

-Luan?

-Ta sentindo alguma coisa?- perguntou preocupado.

-Acho que peguei um resfriado- falei e comecei a tossir

-Eu já volto- saiu e demorou muito pra voltar. Em compensação, trouxe consigo uma bandeja com algumas coisas que não consegui ver direito. Apoiou a bandeja na cama e destacou um comprimido- Minha mãe disse que esse comprimido é pra resfriado- entregou na minha mão e pegou o copo com água. Tomei encarando os outros remédios- O mel com limão vai aliviar sua tosse- explicou colocando um pouco de mel na colher e pingango algumas gotas de limão em cima. Tomei fazendo careta.

-Não acredito que acordou sua mãe. me sentei mais pro lado e ele sentou de frente pra mim.

-Lógico que acordei, não ia te deixar ruim aqui.- sorri sem graça esperando ele ir embora mas ele apenas pegou a bandeja e colocou na escrivaninha. Deitou na cama e esticou o braço me chamando pra deitar com ele. Não tive forças pra dizer não.- Posso fazer mais alguma coisa por você?- perguntou alisando o meu braço.

-Você fez demais- me aconcheguei em seu peito- Mas adoriaria que cantasse pra mim...

-Que tal uma música novinha, saída do forno?

-Seria uma honra- sorri de olhos fechados e ele logo começou a cantar.

Tem pele que cola na nossa e não desgruda mais, perfume que não passa. Tem música boa que só é boa em uma voz, nas outras não tem graça. É nesse hora que a falta bate e a gente senta e chora. E o choro que sobrar a gente guarda pra outra história. É que ninguém nunca morreu de amor, e o primeiro eu sei que não vou ser iê iê, admite que ainda lembra. Das noites frias, café com leite, um beijo quente ao som de Djavan,- an an an-  Ou de Luan, sou seu fã...

A voz dele a capela era anda mais encantadora, mas eu sabia que aquela música contava uma história, e era uma história conhecida, tornando aquela música tão nossa como nenhuma outra. Ele descreveu umas das nossas noites, no nosso segundo mês de namoro. Apesar de achar aquela letra a coisa mais linda do mundo, não achava certo que ele a gravasse.

-Eu não quero que grave nenhuma música feita pra mim- levantei o encarando.

-Não sei se posso fazer isso.

-Por favor.

-E por que me diz? Porque não quer que eu grave?

- Não é fácil pra mim também, ta bom? E ouvir uma música sua tocando em todas as rádios e sabendo que é pra mim faz eu e sentir um monstro.

-Você não é um montro, e se fosse seria o mosntro mais lindo do mundo- falei fazendo ela sorrir sem jeito- E se não quer que eu grave tudo bem. Odiaria fazer você se sentir mau.

-Deixa eu me acostumar, e então você pode gravar, afinal, é uma das músicas mais lindas que já ouvi.

-Ela teve uma boa inspiração. - sorriu encantadoramente e eu abaixei a cabeça sem jeito- Não vou gravar agora, mas faço questão de gravá-la um dia- assenti e ele votou a me puxar pra cima dele.

Eu sabia que tinha que evitar esses nossos encontros, era estranho estar no mesmo local que ele sem poder fazer o que eu queria de verdade. Era até bom rir com ele de novo, brincar com ele de novo, ser cuidado por ele de novo, ver ele fazendo música pra mim de novo, mas não era justo, já que não podíamos ser felizes juntos.

Notas da Autora:
Eita quase que esse capítuloo não sai hahaha Mas foi! O que acham desse climinha deles? Luan ainda preocupado, cuidando dela... Será que ela vai se afastar? Posto mais em breve! Comentem . Beijos.

PS: Comentários do capítulo anterior respondidos.

16 comentários:

  1. Eu acho que o Luan deveria fazer algo pra mostrar que merece ficar ao lado dela,salvar ela de algo,sei lá,o pai dela precisa aceitar isso @natycaprioli_

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    1. Vamos ver ne? Só posso garantir que o pai dela vai mudar de ideia logo logo :)

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  2. Quanto amor! Já sinto saudade deles juntos..

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  3. Bem que podia ter um beijo deles haha
    continuaaaaaaaaaa?

    beijos

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  4. Ai amo esse casal mesmo separados ainda são fofos, Luan todo preocupado com ela ♥♥♥.

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  5. O Lu foi muitoo fofo com a Ana, sou apaixonada por esse casal kkk quero mais!

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  6. Nossa gih, tô com uma raiva do pai da Ana, ele tem que se tocar.
    Beijos.

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  7. ela vai se afastar dele só acho kkk cont cátia

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  8. Pq n posta tds os dias mais gi?

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