19 de fevereiro de 2015

Capítulo 72

Luan Rafael

Estava deitado na cama de um hotel mexendo no celular quando me deparei com sua foto. Linda. Perfeita. Nossa, como eu sentia a sua falta. Como eu sentia falta da voz dela, dos beijos, dos carinhos. Um mês não foi suficiente pra me fazer superar, muito menos esquecer. Continuei vidrado na foto até receber uma mensagem da minha irmã:

Bruna: Ela está comigo.

Minha garganta gelou no mesmo momento:

Luan: Aonde cês estão?

Bruna: Indo pro Santarena.

Luan: Mentira que você conseguiu levar ela pra Londrina :O

Bruna: Sim e amanhã tem churrasco, pode dar um jeito de vir.

Luan: Ocê está armando né? kkkk

Bruna: Lógico, você nunca vai encontrar alguém como ela.

Luan: Pior que eu sei.

Sorri no mesmo instante ao pensar que a veria no dia seguinte. Eu não tinha me acostumado com sua ausência, nem com a sensação de perda, e acho que nunca me acostumaria. Eu me senti dilacerado longe dela nesse um mês, esse trenebroso mês. Mas o dia seguinte reservava algo bom pra gente.

Luan: Olha ela pra mim Bubu, não deixa ela ficar com os outros caras. Ninguém sabe tratar ela como merece, e a Ana tem mania de achar que sabe se defender sozinha.

Mandei a última mensagem pra minha irmã mas com um receio do que poderia acontecer. Entretanto tentei ficar tranquilo, como diz o ditado: "o que os olhos não vêem o coração não sente", era melhor mesmo eu não estar com elas

Decidi ir dormir pra ver se o tempo passava mais rápido, apesar de que eu rolei muito na cama até pegar no sono.

Acordei cedo no dia seguinte e levantei sem resmungar, em horas a veria e estava ansioso. Será que ela sorriria pra mim, com aquele sorriso dela que eu sou apaixonado? Ou será que viraríamos dois estranhos como se nada estivesse acontecido?

Me arrumei mas rápido do que o normal e também eu mesmo quem acordou Roberval, que estranhou mas não disse nada. Em minutos estavamos na estrada, rumo a Londrina, rumo a minha alegria, que eu não encontrava a algum tempo.

Cheguei em casa por volta das 9 horas da manhã. Entrei em casa ansioso pra vê-la e só vi minha mãe preparando o desjejum.

-Bom dia querido, pensei que chegaria mais tarde- ela sorriu vindo me abraçar.

-Fiquei sabendo do churrasco.

-Mas o motivo de você estar de pé tão cedo é outro que eu sei- sorriu  como se me decifrasse. Assenti sorrindo de orelha a orelha - Elas já acordaram, fui chamá-las pra tomar café e Bruna disse que iam só tomar banho antes. - sorri animado imaginando nós dois frente a frente em questão de minutos. Ou segundos.

Ouvi barulho no andar de cima e virei na mesma hora. Elas conversavam e desciam as escadas gargalhando. Bruna me viu primeiro e arregalou os olhos, foi então que Ana olhou ma mesma direção. Nossos olhares se cruzaram e eu senti um choque percorrer todo o meu corpo. Ela já não gargalhava, mas ainda sorria. Se aquele sorriso fosse para mim, eu era o cara mais sortudo do mundo.

-Venham comer- minha mãe falou me tirando do tranze - Vou lá chamar o Amarildo.

Passou do meu lado depois do lado de Ana, que sorriu pra ela lindamente.

As duas se aproximaram e eu coloquei as mãos no bolso da calça encarando o chão sem graça.

-Caiu da cama, pi? - Bruna perguntou me dando um beijo no rosto.

-Hoje tive meus motivos- encarei Ana que sorriu sem jeito- Tudo bem Aninha?

-Tudo- se sentou do lado da Bruna e minha única opção foi sentar de frente  pra ela.- E você? -perguntou começando a se servir.

-Melhor agora- continuei com minhas cantadas e ela sorriu negando.

O clima estava pesado. Meus pais conversavam com Bruna e Ana só observava calada. Eu por outro lado não parava de observa-la. Fazia tanto tempo que eu não ficava tão pertinho dela assim. E aquele cheiro que só ela tinha, aquele perfume que parece que não passa...

Acordei dos meus pensamentos quando ela e Bruna deixaram a mesa e foram pro quarto. No mesmo intante juntei as louças que tinha sujado e coloquei na pia pensando em ir atrás das duas.

-Luan - minha mãe me repreendeu - Vai com calma.

-Eu tô tranquilo, mãe.

-Não é o que parece - meu pai falou - Você não parou de olhar pra ela em  nenhum minuto, ela ficou até constrangida.

-Pensasse nisso antes de ser linda.- falei bobo e minha mão apenas riu.

Resolvi não ficar no pé. Seria mas fácil pra nós dois. Subi pro meu quarto e dormi mais,deixaria pra admira-la no churrasco mais tarde.

Acordei três horas depois e o cheiro da carne assando já tinha invadido o meu quarto. Troquei a minha calça jeans por uma bermuda e a touca por um boné. Calcei minha havaiana e desci pra onde todos estavam. A casa estava cheia de amigos dos meus pais. Cumprimentei todos e olhei em volta. Ana estava apenas de biquina deitada na espreguiçadeira. Que saudade daquele corpo.

Peguei uma cerveja e sentei em um lugar onde pudesse a examinar. Se meu olhar fosse a laizer eu já teria a queimado por inteira. Fiquei tanto tempo só a olhando que nem vi as horas passarem. Só me toquei quando minha mãe me chamou pra colocar comida. Levantei e fui até a mesa, parando ao lado dela que me olhou sorrindo de lado.

-E aí dorminhoco.- quase morri quando ela puxou papo comigo.

-Hoje eu acordei cedo.

-Sei- sorriu.

-Ei, não vai comer carne? Você adora - a encarei.

-Hoje não, estou de dieta e ontem bebi muito e já acordei barriguda.

-Aonde?- a olhei dos pés a cabeça.

-Olha aqui- ela falou apertando a barriga mostrando a "gordura" que eu sinceramente não via nenhuma.

-Para, cê tá mó gostosa- sorri malicioso- E vai comer pelo menos uns corações de galinha que você nunca resiste- peguei a colher e enxi colocando vários em seu prato e ela apenas sorriu

Era bom saber que aos poucos fomos nos soltando. Mas parece que nosso caso voltou a estaca zero. Aquele de conquista, paixão, frio na barriga, essas coisas. Me sentei um pouco longe dela mas só porque ela se enfiou num lugar onde não tinha espaço pra mim.

Horas mais tarde, quando o sol começava a se pôr, peguei meu violão e desci propondo que montássemos uma rodinha ali pra tocar umas modas- coisas que sempre tinham nos churrascos-. Aquela altura, poucas pessoas ainda estavam ali, mas eu não me importava, quem eu queria continuava por perto. Ajeitei o violão no colo e já comecei a cantar.

Carro parado, com vidro embaçado, cuidado, cuidado é motel disfarçado, carro parado, carro balançando, subindo e descendo tem gente ficando...

Comecei a cantar uma música que era muito eu e Ana, como ela disse, nós dois tínhamos muitas músicas. Assim que ela ouviu a letra da música que eu cantava, começou a rir e ficar vermelha, eu acabei rindo junto e todo mundo encarou a gente sem entender.

- Gente, a Ana também toca sabia?- falei e ela negou me encarando séria com os olhos semicerrados.

-Sério Aninha? Então toca uma- minha mãe pediu animada e ela negou com vergonha.

-Toca aquela que você tava cantando igual uma louca ontem na boate- Bruna entregou a amiga e quase morreu depois da olhada que Ana lançou pra ela- Qual é amiga, aquela música é massa demais.

-Ai gente, eu tenho vergonha.

-Não precisa- falei esticando o violão- Toca, é tão lindo- falei mansinho e todos zoaram.

-Tudo bem- ela sorriu pegando o violão da minha mão.- Vou cantar a música que a Bruna falou- sorriu sem graça e colocou o cabelo atrás da orelha.

Na primeira vez que a gente ficou
Nosso combinado era só fazer e não falar de amor.
Não se apegar me parecia o certo.
Nenhum de nós queria o amor por perto
E voou ou ou 
Mas na segunda vez meu coração voou ou ou 
E aquele nosso plano de evitar o amor. Acabou
Bateu saudade daquele dia 
Nós dois na cama, pura magia
Virou amor, virou amor
Bateu saudade, eu vim dizer
Tô te querendo me leva pra você
Me leva amor
Me leva amor...

Sorri instantaneamente com mais uma música que parecia ter sido feita pra nós dois. Ela falava basicamente do nosso começo, da nossa amizade colorida, quando a gente achava mesmo que "não se apegar" fosse o certo, mas como dizia a própria música, "virou amor", e ainda era.

Olhando ela cantando ali tão linda, uma música tão nossa, fez eu ser "bombardeado" com milhares de lembranças de algo que pra mim, ainda era recente. Era fato que ainda nos amávamos.

22 comentários:

  1. Quantas saudades dessa leveza desses dois! Não faz mais isso amiga!

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  2. Uhuuuuuuul você voltou Xará! Adoro!
    Capítulo show, muito bom! E essa música aí ? Gostei do Luan se aproximar e tipo foi muito natural. Ai mds, estou ansiosa por próximos capítulos. Beijos, Geovanna Soraya!

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    1. Adoro musicas no capitulo kķ vca vao reparar isso kkkk
      ta bem natural msm, e vai continuar assim por um tmp

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  3. Giiiii continuaaaa tô amando isso de se flertarem tipo tão lindoo

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  4. Ah que bom que você apareceu gii
    caramba que capitulo lindo, fiquei encantada
    eles são tão fofos!
    continuaaaaaaaaaaaa?

    beijsss

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  5. Ai que saudade deles :( faz o pai dela cair na real, poxa, continua nega

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  6. Gente q perfeito
    É muito eu e meu ex
    Cara vou chorar :'(
    Continua amoree

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    1. Chora não Dani, é bom ter uma relaçao legal com o ex. E quem sabe nao voltam ne?

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  7. ai que lindo gih,aproveitou muito o carnaval eu aproveitei o maximo cont
    cátia

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  8. Leitora nova aqui comecei a ler ontem a tarde ja acabei de ler os capítulos postados a fanfic é tão boa que nem da vontade de pára to tocendo pra eles votarem.

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  9. Leitora nova amoor,aiiii ansiosaa @natycaprioli_

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  10. Continuaaa negaaa,comecei a ler hoje e nao parei mais. Bjs Jessica

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  11. Leitora nova..que lindoos esses dois juntinhoos....q pena q eles estão separadois pir causa do pai da Aninha...bjokas conttt

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    1. Seja bem vinda tambem!! O pai dela vai perceber que errou ainda :)

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