27 de fevereiro de 2015

Capítulo 77

Ana Julia

Me arrumei pra encontrar com Miguel, iríamos almoçar no shopping e ele estava louco de fome, com isso, me mandava mensagem toda hora. Mal sabe ele que odeio que me apressem. Pra contrariar ainda demorei um tempo passando maquiagem. Ele ia aprender na marra que as coisas não são como ele quer.

Desci as escadas devagar avisando ele que já estava a caminho. Parei no último degrau quando ouvi meus pais conversando sobre mim:

-Você não conheceu o cara Maria, ele fala gírias. Deve ter um 25 anos na cara e fala gírias- falava indgnado.

-Você e sua mania de julgar os meninos que Ana namora.

-Não estou julgando, eu o conheci.

-Conheceu nada, mal conversou com o menino.

-Ele me chamou de "parça", Maria. Que diabo é "parça"?

-Isso é comum, todo mundo usa uma gíria ou outra.

-Você tá defendendo o cara porque não conheceu ainda.

-Eu só não quero que atrapalhe nossa filha de novo como fez com o Luan, que era um rapaz bom e te respeitava. Além disso, foi ele quem esteve do nosso lado quando você sofreu o acidente. Mesmo assim VOCÊ quis que ela terminasse com o menino, agora aguenta seu novo genro- falou brava e deixou meu pai sozinho. Saí de casa me sentindo representada pela minha mãe,

Encontrei Miguel na praça de alimentação que não me esperou e já estava comendo:

-Cê demorou demais cara, eu tava brocado.

-Ai para de falar como um ladrão- sentei na cadeira respirando fundo- Custava me esperar mais um pouco?

-Custava mano, minha barriga tava roncando.

-Cadê sua educação ein?- perguntei brava, nem parecia filho de uma família podre de rica!

-Mané educação, eu que te pergunto.Cadê sua pontualidade?- neguei com a cabeça.- Vai lá comprar algo pra tu comer.

-Perdi o apetite- falei brava cruzando os braços e ele nem se deu ao trabalho de me fazer mudar de ideia.

-Eu não acredito- ouvi uma voz atrás de mim e reconheci na mesma hora.

-Bruneca- falei olhando pra trás e levantando pra abraça-la.

-Amiga que saudade- me abraçou com força- Não some assim sua vaca!- Sorri sem jeito.

-Como você tá?

-Bem, e você?

-Estou bem. Vem senta com a gente - chamei e ela sentou do meu lado- Esse é Miguel, meu namorado- apresentei meio sem graça e ela me olhou assustada.

-Oi, tudo bem?- dirigiu-se a ele.

-E aí gata, tudo ótimo- levantou a abraçando. Ela ficou super sem jeito mas o abraçou também- Seu pai era grego?.

-Não- ela respondeu sem entender. Eu muito menos.

-É que cê é uma deusa- Bruna riu mesmo sem achar graça e eu o fuzilei com o olhar. Cara de pau, deu em cima dela na minha frente. Babaca!

-Mas então Bruna, e as novidades?- mudei de assunto e Miguel se sentou voltando a comer.

Ficamos conversando por um tempo sobre diversos assuntos, mas sem tocar no nome do Luan. Ela me chamou pra ir numa balada mais tarde e Miguel aceitou antes de mim, logo eu nem tive escolha. Combinamos que nos encontraríamos no local.

-Você é sem noção né?- falei quando ela tinha ido.

-O que eu fiz?

-Deu em cima da Bruna na minha frente.

-Foi um elogio.

-Foi uma cantada, Miguel.

-A mina, tu não era ciumenta assim.

-Mina o escampal, para com essas gírias horríveis.

-Tu me conheceu assim, tá ligada?

-Não, não tô ligada. Acho bom você melhorar, se não eu não vou pra lugar nenhum contigo hoje!- falei nervosa pegando minha bolsa e o deixando pra trás,

Cheguei em casa e fui tomar um banho na banheira dos meus pais. Precisava relaxar.

Perto das 21 horas eu fui me arrumar. Vesti uma roupa simples, mas sem deixar de estar bem arrumada. Miguel me mandou mensagem dizendo que me buscaria, o que já era um milagre, já que sempre a gente se encontrava no local.

Antes de sair de casa, postei uma foto:

                                     Balada em plena quinta-feira pode né? hahaha


Deixei o celular na cama e fui passar perfume, quando voltei me surpreendi com uma notificação no celular. Luan tinha comentado minha foto: "@luansantana: Pode só se eu tiver lá pra te vigiar o.o

Sorri involuntariamente. Lógico que aquele comentário fez todos pensarem que tínhamos voltado, ainda mais depois da última foto que ele tinha postada com aquela legenda, que eu confesso, tinha achado a coisa mais linda. Mal sabia ele que eu ainda era a mesma boba apaixonada também. Miguel ainda nem tinha visto a foto, pra minha sorte!!

Miguel não se atrasou e ainda me elogiou quando entrei no carro, era de se estranhar quando ele parecia um namorado "normal". Chegamos na boate em questão de minutos, já que era bem perto. Entramos e fomos pro camarote, onde Bruna nos esperava.

-Cheguei- falei chegando por trás dela que se virou assustada.

-Tá linda amiga.- me abraçou e depois olhou Miguel com desdém, ele não reparou, mas eu a conhecia- Tá tudo bem?- perguntou pra ele só por educação.

-Tá sim princesa- respondeu e eu o belisquei.

-Olha só quem tá aqui- alguém falou atrás de mim e eu gelei. Virei sem jeito.- Tudo bem?

-Tudo sim. E você?

-Tô bem.- sorriu- Está com menos raiva?- sorri sem jeito.

-Estou, mas dá próxima vez me escuta- falei sorrindo e ele assentiu- Esse é Miguel- apresentei meu namorado que estava parado de braços cruzados o encarando.

-Tudo bem?- Luan perguntou simpático e Miguel assentiu- Queria pedir desculpas pela foto que eu postei com Ana, fiz só pra irritar. Mas foi brincadeira de amigos de muito tempo- me olhou sorrindo malicioso- Não é?- perguntou e eu engoli em seco.

-Que foto ele tá falando?- Miguel me olhou na hora e eu percebi que aquilo daria um problema.



26 de fevereiro de 2015

Capítulo 76

Luan Rafael

Pensei está tendo uma miragem, mas não, era ela. Minha Ana. Ao lado do palco, como nos velhos tempos. Sorri pra ela como se quisesse que ela soubesse que eu estava feliz por vê-la. Não tinha mais procurado por ela, mas no fundo, bem lá no fundo, tinha esperança de que nos encontrássemos de novo. E aconteceu.

Rober fez sinal pra ela indicando que ela seria a nega. Achei a ideia a melhor do mundo e mal podia esperar pela hora da música começar.

Quando a chamei ela veio super tímida, ainda mais quando a plateia gritou enlouquecida. Gritavam coisas como "LuAna" e "Lindos" . Eu sorria ao saber que minhas fãs também queriam a gente juntos.

Toquei em sua mão pra guiá-la até o centro do palco e senti meu corpo estremecer. Seu cheiro me invadiu de novo e eu percebi como eu sentia falta dela. Parei em sua frente ainda segurando sua pequena mão.

-Nega chega junto vem me amar vem cá- Puxei a sua mão e coloquei em volta do meu pescoço e com o outro braço trouxe seu corpo pra perto do meu- Já tava arrumando a minha vida mas tô doido prucê bagunçar, negaa- dancei com ela mas logo a soltei quando vi Rober vindo com um buquê simples nas mãos, eles tinham armado tudo, e pela cara, era ideia da Nath e do Juliano. - Nega a saudade não quer sossegar, só tá aumentando e o seu nego tá indo aí pra te buscar, nega, aiai, eu tô pronto pra te amar- cantei o final entregando o buquê pra ela que pegou sem jeito. Novamente coloquei seu braço em meu ombro e encostei minha testa na sua, fechei os olhos enquanto a melodia terminava e tentei acalmar meu coração que batia descontroladamente

A música acabou e tivemos que nos afastar. Ela me deu um abraço forte e eu a apertei como se não quisesse nunca mais deixá-la. E realmente não queria.

-Não precisava ter sumido.- falei baixinho e ela me apertou mais.

-Precisava sim, mas eu confesso, eu queria muito te ver de novo.

Beijei seu rosto e nos afastamos. Todos gritavam pedindo pra que nos beijássemos, mas eu não queria levar um toco na frente de todos.

-Uma salva de palmas pra Aninha aí gente- segurei sua mão e todos batiam palmas com vontade- Linda, saudades de você-  beijei sua mão e depois a guiei ao local onde ela estava antes- Fica aí, temos muito que conversar- falei baixinho antes de voltar ao palco.

Terminei o show e fui na direção que ela estava. Recebi um outro abraço seu e tive aquela velha sensação de se estar no céu. Fomos pro meu camarim e ela me parabenizou pelo show. Entrei e tranquei a porta a chamando pra sentar-se no sofá comigo. 

-E aí, como você tá? - perguntei curioso pela resposta.

-Bem, e você?

-Estou indo. Fiquei sabendo que você mudou.

-Você também - respondeu me analisando- E mudou fisicamente, tá deixando a barba crescer- passou a mão no meu rosto.

-Você gosta?

-Acho sexy- riu divertida.

-Então agora que vou deixar mesmo.

Rimos juntos até o celular apitar no meu bolso. Ainda fiquei pensando se olhava o que era ou dava atenção a ela. Como Ana também encarou meu bolso resolvi ver logo o que tinham mandado, vai que era importante.  

Destravei o celular e vi que se tratava de uma mensagem do meu fotógrafo, com uma foto nossa tirada a poucos minutos.. Mostrei pra Ana que se assustou.

-Uau, que rápido.

-Ele deve ter tirado essa no celular, ficou top.

-Também achei- colocou o cabelo atrás da orelha.

-Acho que merece ser postada.

-Você não é nem louco-  deu um pulo no sofá e tentou tomar o celular da minha mão mas eu puxei antes.

-Ah não sou? - provoquei me levantando do sofá- Vou postar agora!

-Não faz isso Luan- veio atrás de mim mas eu conseguia fugir dela. Parei pra escrever a legenda mas ela subiu nas minhas costas  tentando me impedir de digitar.

-Louca- tirei ela de cima de mim e corri até o banheiro trancando a porta em seguida.

-Abre essa porta Luan!- ela batia com força e a porta tremia. Se eu não digitasse depressa ela conseguiria derrubar- ABRE!

Digitei a legenda com a primeira música que eu pensei. Não tinha o que esconder, eu ainda a amava e todo mundo sabia disso. Se não sabia, iam saber. Não tinha vergonha alguma de falar isso.

Abri a porta sorrindo e ela veio pra cima.

-Você não postou né?

-Olha aí.- falei me sentando no sofá e ela pegou o celular entrando no meu instagram.


  "Ainda sou o mesmo, bobo apaixonado, se eu estou errado não quero nem saber, eu só sei que a                                                  vida é mais colorida, com você @Anaju"


-Você é louco mesmo.- falou nervosa depois de ter visto- Eu tenho namorado sabia?- esbravejou e senti meu coração quebrar em pedaços.

-Como é que é?

-Isso mesmo seu maluco. Eu tenho namorado e ele não vai gostar nada de ver isso.

-Você tá mentindo- falei engasgado.

-Não estou, será que dá pra apagar?- perguntou irritada enquanto eu ainda digeria tudo.

-Eu não vou apagar.- falei sério a encarando, esperando que essa história de namorado fosse farsa.

-Você é um idiota Luan.- ela caminhou com pressa até a porta- IDIOTA- gritou batendo a porta com força. O pior é que eu nem podia ir atrás, não sem segurança.

Quando eu podia imaginar, que UMA FOTO, causaria tanto ódio? E quando que eu ia sonhar que ela arranjaria um namorado tão rápido? Logo ela... Me sentei no sofá derrotado pensando ter perdido minha menina pra sempre.

Uma semana depois...

 Após aquela trágica cena de Ana querendo me matar, tive uma outra grande surpresa. Estava no camarim fazendo nebulização quando a porta se abriu devagar. Rober entrou com a cara séria e logo atrás entrou a pessoa que eu não esperava ver na minha frente nunca. Entrou mancando e eu continuei pasmo.

-Podemos conversar?- ele perguntou e eu assenti não entendendo nada.

-Aconteceu alguma coisa com Ana? - perguntei preocupado ajudando ele a andar até o sofá. Pelo jeito, a fisioterapia não o ajudou.

-Aconteceu sim. Ela tá namorando com um cara péssimo, Luan.- engoli em seco, então ela estava mesmo namorando...

-O que eu posso fazer agora? O senhor quis que ela terminasse comigo- juntei minhas mãos o encarando.

-Eu sei, eu errei! Eu percebi que você é a melhor pessoa pra ela-  falou e eu quase caí pra trás.- Fiquei sabendo o que você fez no dia do acidente e sou muito grato por ter estado ao lado dela.

-Olha seu Jonas, não precisa me agradecer pelo que eu fiz. Eu amei e ainda amo muito sua filha. Faria qualquer coisa pra não vê-la sofrendo. Agora não sei se posso te ajudar mais,

-Como não pode me ajudar?

-Ela tá namorando, não posso fazer nada.- falei olhando pra baixo mesmo tendo muita vontade de matar o cara sem nem conhecer

-Claro que pode, você precisa insistir, correr atrás.

-Eu tentei voltar com ela, e o que ela fez? Sumiu! Mudou de casa, de número, de tudo.

-Ela tá só tentando te esquecer, e esse cara não é o tipo dela, nem vai precisar muito esforço. - me olhou apreensivo- Por favor Luan, aquele moleque não merece minha filha.

-Tudo bem, vamos tentar.

-Vai dar certo, estamos juntos nessa agora. Vocês serão muito felizes- falou me pegando de surpresa, mas fiquei feliz e com esperança. Será que finalmente, poderíamos ser felizes juntos?

Notas da Autora:
Vocês são demais, comentáram muito. Sinal que estão mortas de curiosidade. Espero então que o capítulo esteja a altura. Finalmente o pai da Ana se tocou ein, mas também, só depois de perceber que Miguel é um louco. E olha, ele ainda vai dar o que falar kkkkk Posto mais em breve. Beijos :)

PS: Comentários do capítulo anterior respondidos!

Capítulo 75

Ana Julia

-Pai, esse é meu namorado-  apresentei Miguel a meu pai que levantou super animado pra conhecer o novo genro.

-E aí parça, de boa?- Miguel falou e meu pai fechou a cara na mesma hora. Tinha conhecido ele em um churrasco na casa de um amigo que conheci no meu novo emprego. Ainda era a mesma coisa, mas em uma lugar onde minha chefe era mais tranquila e agradável. Miguel  era metido a malandro mas super engraçado. Além disso, muito romântico quando queria. Tinha me pedido em namoro a pouco tempo e eu acabei aceitando mesmo sem gostar dele tanto assim. Estava convencida que nunca mais amaria outro homem como amei Luan um dia.

-Parça?- meu pai perguntou incrédulo.

-Foi mal coroa, cê não gosta dessas parada né? Como eu te chamo?

-Me chama pelo nome.- falou sério- Posso falar com você, Ana?- assenti e dei um selinho no Miguel antes de sair. Ele era tão lindinho, mas falava tanta besteira. Fui até a cozinha com meu pai que cruzou os braços e me olhou indignado - Você não pode estar falando sério.

-Ah pai, vai pedir pra eu terminar com ele também?

-Então é isso, quer me contrariar pra me fazer mudar de ideia?

-Não quero fazer nada, nem tenho mais contado com Luan. Você não queria que eu seguisse minha vida? Pois bem, estou seguindo.

-Olha o jeito do cara, olha como ele fala.

-Não seja preconceituoso pai, ele é legal, você vai ver- beijei seu rosto e saí da cozinha.

Miguel não era o tipo de homem mais encantador do mundo, mas eu me sentia bem perto dele. Fui com ele ao shopping e meu pai nem se deu ao trabalho de ir despedir do coitado, que nem se importou com isso.

Uma semana depois recebi uma ligação inesperada. A sumida da Natália deu o ar da sua graça e quis vir me ver. Estava super animada com alguma novidade. Propus que ela me visitasse mas ela fez questão que eu fosse a sua casa nova, que ficava num luxuoso condomínio de São Paulo. Aceitei já que não era tão longe da minha casa.

Me vesti com uma roupa mais casual - regata e short jeans- e fui até sua casa. Ela me recebeu super animada e eu estava sentindo muita falta daquela sua agitação. Entramos na sua casa, que era incrivelmente grande e linda, e fomos direto pra sala.

-Me conta logo a novidade.

-Você não vai acreditar, eu estou namorado- deu um pulo e eu arregalei os olhos.

-Com quem?

-Como com quem, com o Juliano amiga.

-Não acredito- fiquei abismada- Depois de tanto tempo?

-Pra você ver- sorriu.

-Parabéns amiga, fico feliz por você.- me ajeitei melhor no sofá- Eu também estou namorando.

-Sério? Com quem?

-Lembra do Miguel?- Nathália tinha conhecido Miguel quando eu estava começando a ficar com ele. Ela zoava muito o bichinho que nem ligava, ou então não entendia a zoação.

-Mentira- me olhou assustada- Ele não amiga. Ele é um bocó.

-Não fala assim dele poxa.

-Mas amiga que decadência, do Luan pro Miguel.

-Ele é lindo.

-Mas é todo esquisito.

-Mas me ama.

-O Luan também te ama.

-Ai dá pra esquecer o Luan? Já foi, passou!

-Me engana que eu gosto, sei que o que sente por ele continua vivo dentro de você.

-Mas eu estou com Miguel e ponto.

-Como ele te pediu em namoro?

-Foi bem fofo.

-Imagino. Ele deve ter falado " E aí gata, rola de nóis namorar?"

-Olha só como você subestima ele. Saiba que ele foi bem romântico, me levou pra jantar e tudo.

-Nossa que interessante. Mas como foi o pedido?- comecei a rir me lembrando.

-Ele disse "Tô afinzão de tu Ana, como nunca tive por nenhuma outra mina. Topa ser minha namorada? Não sou bom de palavras como o cantor lá, mas prometo te fazer feliz"- sorri- Viu, foi bonitinho.

-Ai amiga, eu vou te falar o que é bonitinho- me puxou pela mão até seu quarto.

Abriu a varanda do quarto e me puxou apontando pra casa ao lado. Tinha uma piscina enorme, e um garoto deitado na espreguiçadeira pegando sol. Espremi os olhos e o reconheci.

-Eu não acredito- olhei pra ela assustada- Por isso que você queria tanto que eu viesse- saí dali o quando antes.

-Ele encorpou eim.

-Para Nathália, sabe quanto tempo eu não vejo essa coisa?- perguntei sem reação.

-Muito?- riu- Que foi? Tá mexidinha?

-Babaca- empurrei ela- Quem mora aí?

-Ele. Não está sabendo? Luan não mora mais em Londrina.

-Não?- assustei pela milésima vez no dia- Como não?

-Faz uma semana mais ou menos que ele mudou pra cá. Quase surtei quando vi. Esse destino...

-Amiga que loucura- sentei em sua cama- Eu evitei tudo, notícia, televisão, rede social, tudo pra não ter notícia. E agora ele tá perto.

-Você não percebe? Não adianta fugir, vocês nasceram pra ficar juntos!- sentou do meu lado- Você e Miguel não tem nada a ver, você só tá com ele pra esquecer o Luan.- Nath falando, parecia que estava lendo minha mente- Para de bobagem, não faz isso com sua vida.

-Não tem mais o que fazer, já faz meses.

-Tudo bem, tudo bem. Mas você vai no show comigo hoje.

-O que? Ta louca? Nem trouxe roupa.

-Isso a gente resolve, vai no show e não se fala mais nisso.

Tentei convencer Nathália do contrário, mas quando ela coloca coisa na cabeça não tem jeito. Pegou uma roupa sua e me emprestou. Além disso  me ajudou a arrumar tudo, inclusive o cabelo. Estava com um vestido colorido curto que se encaixou perfeitamente no meu corpo. Eu estava nervosa, mas ao mesmo tempo ansiosa pra ver um show dele de novo.

O tempo passou ironicamente depressa. Como se quisesse a gente junto o mais rápido possível. Nathália quis muito me levar pro camarim, mas bati o pé e disse que não ia, e não fui. Tentei a convencer de me levar pro camarote também, mas ela quis ficar do lado do palco. Ele me veria, e eu não ia poder fugir.

Após se despedir do namorado e desejar "boa sorte", Nath veio assistir o show ao meu lado, que tremia só de pensar que ele estaria ali em questão de minutos. Rober me viu pela primeira vez na noite e veio me abraçar.

-Fico feliz em te ver de novo.

-Eu também- sorri simpática e logo a introdução da abertura começou. Era o momento e eu não podia nem correr.

Quando Luan entrou no palco meu coração foi na boca. Aquela velha sensação de borboletas no estômago voltou com força. Minhas mãos suavam frio e eu fiquei sem ar por um instante. Não demorou pro seu olhar se encontrar com o meu. E diferente do que eu esperava ele abriu um dos seus melhores sorrisos.

Nath cochichava com Rober o tempo inteiro mas eu já nem me importava. Estava gostando de estar ali perto dele de novo depois de tanto tempo. Realmente não tinha jeito, acho que o destino gostava de ver a gente junto. Foi então que uma batida conhecida começou e eu fechei os olhos me lembrando do dia em que nos conhecemos.

10 meses antes...

-Vai, ele escolheu você.- Olhei pra frente e percebi que já me puxavam pro palco. Subi as escadas ainda sem jeito e ele veio ao meu encontro, segurou minha mão e me ajudou a subir os últimos degraus, o abracei e educadamente perguntei se estava tudo bem, ele assentiu e me levou pro meio do palco.

-Nega chega junto vem me amar, vem cá- me puxou com tudo e eu cheguei a me assustar com o baque dos nossos corpos- Já tava arrumando a minha vida mas tô doido prucê bagunçar negaaa- ele cantava enquanto eu rebolava na sua perna. Me olhou e acariciou meu rosto mais logo senti uma mão me puxando pro lado, fui com o cara que me puxava e decidi que terminaria de assistir o show ali do lado do palco mesmo, já que eu podia.

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Abri os olhos sorrindo e vi que estava na mesma parte que ele chamava alguém. Olhei pro lado a procura de quem seria a sortuda da noite.

-Aninha, vem ser minha nega de novo,vem.

Se tiver 10 comentários eu posto outro!!!

25 de fevereiro de 2015

Capítulo 74

Luan Rafael

Ana adormeceu nos meus braços, e eu me senti no céu com ela tão pertinho de mim outra vez. Fechei os olhos e tentei dormir, lógico que com ela ali foi muito mais fácil. Seu cheirinho me invadindo era a melhor sensação do mundo.

Acordei com um barulho no quarto. Sentei na cama esfregando os olhos e percebi que Ana arrumava sua mala. Ela já estava vestida e eu logo entendi que logo ela partiria, Deus sabe quando a veria novamente. Me espreguicei na cama e ela me olhou rindo.

-Desculpa ter te acordado.

-Tudo bem- sorri- Você está melhor?

-Sim, obrigada por ontem- sentou na ponta da cama e colocou o cabelo atrás da orelha.

-Você podia ficar mais...

-Não posso, tenho que voltar pra minha vida real.- abaixou a cabeça- Me desculpa por te impedir de gravar uma música que seria um sucesso na certa.

-Não precisa pedir desculpas, talvez não seja a hora de lança-la mesmo- tentei a confortar, mas lógico que eu queria mais que tudo gravar aquela música, como lembrança do nosso amor, puro e sincero.

Ela voltou a arrumar suas coisas e eu fui tomar um banho no meu quarto. Antes de sair beijei seu rosto que corou envergonhada. Até assim ela era linda.

Tomei um banho rápido e vesti uma bermuda preta com uma regata já que o tempo conspirava pra uma roupa mais fresca.

Voltei pro quarto que ela estava e dessa vez estava tudo arrumado. Ela estava em frente ao espelho passando algo na boca e ohou pra trás assim que me viu entrando.

-Já terminou?- perguntei e ela assentiu mexendo a boca sem jeito.- Que horas você vai?

-Agora- sorriu e abriu os braços como se pedisse um abraço. Me aproximei sorrindo e a abracei com força como se quisesse que ela ficasse ali pra sempre. Meio sem jeito ela tentava se afastar mas eu realmente não queria deixar. Soltei-a um pouco mas continuei  com as mãos em suas cintura.- Fica bem viu?- me deu um beijo no rosto e quando se afastou ameacei beijar sua boca.- Não Luan- ela me empurrou e eu voltei a segurá-la com força.


-Por favor- rocei nossos narizes- Volta pra mim. Juntos somos mais fortes, seu pai vai perceber isso.

-Não posso- colocou suas mãos na minha e tirou de sua cintura, virando de costas em seguida- Eu não posso trocar meu pai por você. Ele quis assim, eu vou obedecê-lo.

-E se a gente namorar escondido, até ele aceitar?- sugeri receoso.

-Isso nunca daria certo, a gente não dá certo. Entenda isso!- virou-se para mim.

-O que dá certo então? Você de volta a sua vida de antes? Pegando todos os que tem vontade?- falei por impulso e ela fechou a cara.

-Eu não acredito que ouvi isso, Luan!

-Mas é verdade, é isso que vai acontecer, você vai sair por aí pegando todo mundo e se entregando pro primeiro que quiser como fez comigo- disse próximo a ela e recebi um tapa no rosto como resposta. Ela estava irada, e lágrimas escorriam involuntariamente.

-Eu não quero nunca mais ter que olhar pra sua cara- falou raivosa e eu segurei seus dois braços antes que ela saísse, me sentindo mal pelo que tinha dito.

-Me desculpa, não quis falar isso.

-Você é um idiota- tentou se soltar mas a segurei com força.

-Sou, sou um idiota.- falava enquanto ela socava o meu peito tentando fazer com que eu a soltasse- Um idiota louco por você,- encostei minha testa na sua que parou de me bater mas começou a chorar- Eu não queria ter falado aquilo, me desculpa. Mas é que eu queria tanto que desse certo.

-Eu também queria- sussurrou em prantos- Mas não vai acontecer. Acabou- me encarou ainda chorando e eu encostei minha testa na sua de novo- Eu te amo Luan, você sempre vai ser o homem da minha vida- falou baixinho e eu não pensei duas vezes eu colar seus lábios nos meus.

Como foi bom sentir seus lábios de novo, seu beijo viciante. Eu sabia que aquilo não mudaria nada, mas estava feliz. Prolonguei nosso beijo o máximo que pude mas logo tivemos que parar, ainda roubei um selinho mas ela não esbanjava nenhuma reação.

-Preciso ir- disse arrumando o cabelo e pegando suas malas.

-Eu te ajudo- me ofereci já indo pegar de suas mãos.

-Não precisa- puxou a bolsa e desceu na frente me deixando pra trás sem saber o que fazer.

E o tempo passou mais uma vez. Eu rezava por mais um encontro nosso, mas Ana sumiu no mundo, nem Bruna tinha notícias dela. Mudou o número de telefone, mudou de cidade e de emprego também. Entendi que ela queria que eu não a procurasse e era isso que eu ia fazer.

Como as coisas estavam cada vez mais corridas, meu pai sugeriu que múdassemos pra São Paulo. Aceitei numa boa, seria bom pra Bruna - já que ela já estava em São Paulo morando sozinha-, seria bom pra minha mãe - pra ela ficar perto da filha- E lógico, muito bom pra mim, já que além do fato de facilitar muito o meu trabalho, teria muito mais chance de esbarrar em Ana, e era tudo que eu mais queria. Eu não a procuraria, mas se o destino nos colocasse cara a cara mais uma vez não seria nada ruim.

Ajeitamos nossa mudança em meses, e logo estávamos em novo território. O condomínio era incrivelmente lindo e tranquilo, fora que tinha muitos conhecidos ali perto. Eu estava feliz, apesar de tudo, sentindo aquilo como algo novo, algo pra mudar minha vida. Seguiria em frente encarando o que tivesse que acontecer, com apenas uma certeza: não queria me envolver com mais ninguém, por muito tempo.

23 de fevereiro de 2015

Capítulo 73

Ana Julia

Foi bom sair com Bruna para balada, apesar dela ficar me controlando o tempo inteiro. Dancei e me diverti como pude mas minha cabeça estava nele, sempre ele. Bebi pouco  e conheci alguns caras, mas nada demais, sempre dava um jeito de fugir deles, e quando não fugia, Bruna me tirava de perto. Percebi que ja não era mais a mesma Ana, e nem tinha como, depois de Luan muitas coisas mudaram.

Acordei cedo no dia seguinte e nunca esperei escontrar ele ali. Tinha passado a noite inteira pensando nele e nas lembranças que eu tinha daquela casa. Cheguei a ir no seu quarto de madrugada e deitei na sua cama afundando o rosto no seu travesseiro. Quantas saudades daquele cheiro.

As coisas aconteceram naturalmente, nos falávamos pouco, mas era bom. Vê-lo sorrindo, soltando cantadinhas e olhando pra mim sem parar, eram coisas que me deixavam bem. Ele me amava ainda, e isso estava tão claro quando a luz do dia.

Cantei pra todos porque ele pediu, mas estava tremendo de vergonha. Quando terminei todos bateram palmas e eu sorri sem graça. Fui parabenizada mas saí dali antes que pedissem pra que eu cantasse outra. Fui até a cozinha e bebi um pouco de água, quando virei dei de cara com ele me encarando na porta. Sorri pra ele e fui andando rumo a area externa da casa, mas ele deu um passo pro lado me impedindo de sair.

-Licença- pedi sorrindo e ele negou- Eu só vim beber água.

-E eu vim atrás.- sorriu. Ah se ele soubesse como aquele sorriso mexia comigo.

-Quer me falar uma coisa?

-Na verdade quero a verdade.

-Que verdade?

-Por que terminou comigo?

-Não Luan- revirei os olhos- Eu já te expliquei.

-Você mentiu pra mim, isso sim.

- Luan...

-Eu te amo tanto Aninha- se aproximou alisando meu rosto devagar,

-Por favor- fechei meus olhos e tirei suas mãos de mim- Eu não vou mentir, só com você eu imaginei tudo assim. Todas essas coisas de romance, casamento, família, viagens, cachorros. Eu nunca senti por ninguém nada perto do que sinto por você. Ninguém nunca me deixou com o gosto da felicidade na boca como você. Mas acabou, nossa história já era.

-Eu sei- ele abaixou a cabeça- Eu sempre quis conhecer alguém como você, e quando encontrei acontece isso.- voltou a me encarar.- Eu só quero a verdade, só isso.- respirei fundo e pensei bem. Ele merecia saber.

-Tudo bem. Você estava certo. Meu pai me fez escolher. Mas não tinha como escolher você Luan, como eu ia deixar meu pai sozinho? Eu te amo muito Luan mas é o meu pai- falei chorando e ele me abraçou.

-Ei calma- alisava minhas costas- Não precisa chorar não. Eu te entendo.

-Me desculpa por isso, me desculpa.

Falei e passei por ele depressa indo pra onde todos estavam.

Procurei ficar longe dele pra evitar tocar no mesmo assunto de novo. Eu não queria reviver algo que ainda machucava dentro de mim, e nem me sentir mais culpada. Apesar de estar sofrendo, ainda achava que foi a escolha certa.

Mais tarde, perto de anoitecer, o tempo mudou e de repente começou e a chover. As pessoas foram indo embora aos poucos e Bruna teve a ideia de tomar banho de chuva. Louca como é acabou me convencendo a ficar com ela. Começamos a brincar dentro da piscina e a chuva foi aumentando. Luan pulou com a gente e eu voltei a ficar incomodada, mas continuei ali.

Entramos na casa após dona Marizete mandar saírmos da chuva ou então pegaríamos um resfriado. Dito e feito, mais tarde comecei a tossir sem parar, e o pior de tudo, sem forças pra levantar da cama atrás de algum remédio.

Me encolhi embaixo da coberta mas continuava tossindo. Rolava na cama tentando pegar no sono mas era em vão. Ouvi a porta se abrir e virei assustada.

-Luan?

-Ta sentindo alguma coisa?- perguntou preocupado.

-Acho que peguei um resfriado- falei e comecei a tossir

-Eu já volto- saiu e demorou muito pra voltar. Em compensação, trouxe consigo uma bandeja com algumas coisas que não consegui ver direito. Apoiou a bandeja na cama e destacou um comprimido- Minha mãe disse que esse comprimido é pra resfriado- entregou na minha mão e pegou o copo com água. Tomei encarando os outros remédios- O mel com limão vai aliviar sua tosse- explicou colocando um pouco de mel na colher e pingango algumas gotas de limão em cima. Tomei fazendo careta.

-Não acredito que acordou sua mãe. me sentei mais pro lado e ele sentou de frente pra mim.

-Lógico que acordei, não ia te deixar ruim aqui.- sorri sem graça esperando ele ir embora mas ele apenas pegou a bandeja e colocou na escrivaninha. Deitou na cama e esticou o braço me chamando pra deitar com ele. Não tive forças pra dizer não.- Posso fazer mais alguma coisa por você?- perguntou alisando o meu braço.

-Você fez demais- me aconcheguei em seu peito- Mas adoriaria que cantasse pra mim...

-Que tal uma música novinha, saída do forno?

-Seria uma honra- sorri de olhos fechados e ele logo começou a cantar.

Tem pele que cola na nossa e não desgruda mais, perfume que não passa. Tem música boa que só é boa em uma voz, nas outras não tem graça. É nesse hora que a falta bate e a gente senta e chora. E o choro que sobrar a gente guarda pra outra história. É que ninguém nunca morreu de amor, e o primeiro eu sei que não vou ser iê iê, admite que ainda lembra. Das noites frias, café com leite, um beijo quente ao som de Djavan,- an an an-  Ou de Luan, sou seu fã...

A voz dele a capela era anda mais encantadora, mas eu sabia que aquela música contava uma história, e era uma história conhecida, tornando aquela música tão nossa como nenhuma outra. Ele descreveu umas das nossas noites, no nosso segundo mês de namoro. Apesar de achar aquela letra a coisa mais linda do mundo, não achava certo que ele a gravasse.

-Eu não quero que grave nenhuma música feita pra mim- levantei o encarando.

-Não sei se posso fazer isso.

-Por favor.

-E por que me diz? Porque não quer que eu grave?

- Não é fácil pra mim também, ta bom? E ouvir uma música sua tocando em todas as rádios e sabendo que é pra mim faz eu e sentir um monstro.

-Você não é um montro, e se fosse seria o mosntro mais lindo do mundo- falei fazendo ela sorrir sem jeito- E se não quer que eu grave tudo bem. Odiaria fazer você se sentir mau.

-Deixa eu me acostumar, e então você pode gravar, afinal, é uma das músicas mais lindas que já ouvi.

-Ela teve uma boa inspiração. - sorriu encantadoramente e eu abaixei a cabeça sem jeito- Não vou gravar agora, mas faço questão de gravá-la um dia- assenti e ele votou a me puxar pra cima dele.

Eu sabia que tinha que evitar esses nossos encontros, era estranho estar no mesmo local que ele sem poder fazer o que eu queria de verdade. Era até bom rir com ele de novo, brincar com ele de novo, ser cuidado por ele de novo, ver ele fazendo música pra mim de novo, mas não era justo, já que não podíamos ser felizes juntos.

Notas da Autora:
Eita quase que esse capítuloo não sai hahaha Mas foi! O que acham desse climinha deles? Luan ainda preocupado, cuidando dela... Será que ela vai se afastar? Posto mais em breve! Comentem . Beijos.

PS: Comentários do capítulo anterior respondidos.

19 de fevereiro de 2015

Capítulo 72

Luan Rafael

Estava deitado na cama de um hotel mexendo no celular quando me deparei com sua foto. Linda. Perfeita. Nossa, como eu sentia a sua falta. Como eu sentia falta da voz dela, dos beijos, dos carinhos. Um mês não foi suficiente pra me fazer superar, muito menos esquecer. Continuei vidrado na foto até receber uma mensagem da minha irmã:

Bruna: Ela está comigo.

Minha garganta gelou no mesmo momento:

Luan: Aonde cês estão?

Bruna: Indo pro Santarena.

Luan: Mentira que você conseguiu levar ela pra Londrina :O

Bruna: Sim e amanhã tem churrasco, pode dar um jeito de vir.

Luan: Ocê está armando né? kkkk

Bruna: Lógico, você nunca vai encontrar alguém como ela.

Luan: Pior que eu sei.

Sorri no mesmo instante ao pensar que a veria no dia seguinte. Eu não tinha me acostumado com sua ausência, nem com a sensação de perda, e acho que nunca me acostumaria. Eu me senti dilacerado longe dela nesse um mês, esse trenebroso mês. Mas o dia seguinte reservava algo bom pra gente.

Luan: Olha ela pra mim Bubu, não deixa ela ficar com os outros caras. Ninguém sabe tratar ela como merece, e a Ana tem mania de achar que sabe se defender sozinha.

Mandei a última mensagem pra minha irmã mas com um receio do que poderia acontecer. Entretanto tentei ficar tranquilo, como diz o ditado: "o que os olhos não vêem o coração não sente", era melhor mesmo eu não estar com elas

Decidi ir dormir pra ver se o tempo passava mais rápido, apesar de que eu rolei muito na cama até pegar no sono.

Acordei cedo no dia seguinte e levantei sem resmungar, em horas a veria e estava ansioso. Será que ela sorriria pra mim, com aquele sorriso dela que eu sou apaixonado? Ou será que viraríamos dois estranhos como se nada estivesse acontecido?

Me arrumei mas rápido do que o normal e também eu mesmo quem acordou Roberval, que estranhou mas não disse nada. Em minutos estavamos na estrada, rumo a Londrina, rumo a minha alegria, que eu não encontrava a algum tempo.

Cheguei em casa por volta das 9 horas da manhã. Entrei em casa ansioso pra vê-la e só vi minha mãe preparando o desjejum.

-Bom dia querido, pensei que chegaria mais tarde- ela sorriu vindo me abraçar.

-Fiquei sabendo do churrasco.

-Mas o motivo de você estar de pé tão cedo é outro que eu sei- sorriu  como se me decifrasse. Assenti sorrindo de orelha a orelha - Elas já acordaram, fui chamá-las pra tomar café e Bruna disse que iam só tomar banho antes. - sorri animado imaginando nós dois frente a frente em questão de minutos. Ou segundos.

Ouvi barulho no andar de cima e virei na mesma hora. Elas conversavam e desciam as escadas gargalhando. Bruna me viu primeiro e arregalou os olhos, foi então que Ana olhou ma mesma direção. Nossos olhares se cruzaram e eu senti um choque percorrer todo o meu corpo. Ela já não gargalhava, mas ainda sorria. Se aquele sorriso fosse para mim, eu era o cara mais sortudo do mundo.

-Venham comer- minha mãe falou me tirando do tranze - Vou lá chamar o Amarildo.

Passou do meu lado depois do lado de Ana, que sorriu pra ela lindamente.

As duas se aproximaram e eu coloquei as mãos no bolso da calça encarando o chão sem graça.

-Caiu da cama, pi? - Bruna perguntou me dando um beijo no rosto.

-Hoje tive meus motivos- encarei Ana que sorriu sem jeito- Tudo bem Aninha?

-Tudo- se sentou do lado da Bruna e minha única opção foi sentar de frente  pra ela.- E você? -perguntou começando a se servir.

-Melhor agora- continuei com minhas cantadas e ela sorriu negando.

O clima estava pesado. Meus pais conversavam com Bruna e Ana só observava calada. Eu por outro lado não parava de observa-la. Fazia tanto tempo que eu não ficava tão pertinho dela assim. E aquele cheiro que só ela tinha, aquele perfume que parece que não passa...

Acordei dos meus pensamentos quando ela e Bruna deixaram a mesa e foram pro quarto. No mesmo intante juntei as louças que tinha sujado e coloquei na pia pensando em ir atrás das duas.

-Luan - minha mãe me repreendeu - Vai com calma.

-Eu tô tranquilo, mãe.

-Não é o que parece - meu pai falou - Você não parou de olhar pra ela em  nenhum minuto, ela ficou até constrangida.

-Pensasse nisso antes de ser linda.- falei bobo e minha mão apenas riu.

Resolvi não ficar no pé. Seria mas fácil pra nós dois. Subi pro meu quarto e dormi mais,deixaria pra admira-la no churrasco mais tarde.

Acordei três horas depois e o cheiro da carne assando já tinha invadido o meu quarto. Troquei a minha calça jeans por uma bermuda e a touca por um boné. Calcei minha havaiana e desci pra onde todos estavam. A casa estava cheia de amigos dos meus pais. Cumprimentei todos e olhei em volta. Ana estava apenas de biquina deitada na espreguiçadeira. Que saudade daquele corpo.

Peguei uma cerveja e sentei em um lugar onde pudesse a examinar. Se meu olhar fosse a laizer eu já teria a queimado por inteira. Fiquei tanto tempo só a olhando que nem vi as horas passarem. Só me toquei quando minha mãe me chamou pra colocar comida. Levantei e fui até a mesa, parando ao lado dela que me olhou sorrindo de lado.

-E aí dorminhoco.- quase morri quando ela puxou papo comigo.

-Hoje eu acordei cedo.

-Sei- sorriu.

-Ei, não vai comer carne? Você adora - a encarei.

-Hoje não, estou de dieta e ontem bebi muito e já acordei barriguda.

-Aonde?- a olhei dos pés a cabeça.

-Olha aqui- ela falou apertando a barriga mostrando a "gordura" que eu sinceramente não via nenhuma.

-Para, cê tá mó gostosa- sorri malicioso- E vai comer pelo menos uns corações de galinha que você nunca resiste- peguei a colher e enxi colocando vários em seu prato e ela apenas sorriu

Era bom saber que aos poucos fomos nos soltando. Mas parece que nosso caso voltou a estaca zero. Aquele de conquista, paixão, frio na barriga, essas coisas. Me sentei um pouco longe dela mas só porque ela se enfiou num lugar onde não tinha espaço pra mim.

Horas mais tarde, quando o sol começava a se pôr, peguei meu violão e desci propondo que montássemos uma rodinha ali pra tocar umas modas- coisas que sempre tinham nos churrascos-. Aquela altura, poucas pessoas ainda estavam ali, mas eu não me importava, quem eu queria continuava por perto. Ajeitei o violão no colo e já comecei a cantar.

Carro parado, com vidro embaçado, cuidado, cuidado é motel disfarçado, carro parado, carro balançando, subindo e descendo tem gente ficando...

Comecei a cantar uma música que era muito eu e Ana, como ela disse, nós dois tínhamos muitas músicas. Assim que ela ouviu a letra da música que eu cantava, começou a rir e ficar vermelha, eu acabei rindo junto e todo mundo encarou a gente sem entender.

- Gente, a Ana também toca sabia?- falei e ela negou me encarando séria com os olhos semicerrados.

-Sério Aninha? Então toca uma- minha mãe pediu animada e ela negou com vergonha.

-Toca aquela que você tava cantando igual uma louca ontem na boate- Bruna entregou a amiga e quase morreu depois da olhada que Ana lançou pra ela- Qual é amiga, aquela música é massa demais.

-Ai gente, eu tenho vergonha.

-Não precisa- falei esticando o violão- Toca, é tão lindo- falei mansinho e todos zoaram.

-Tudo bem- ela sorriu pegando o violão da minha mão.- Vou cantar a música que a Bruna falou- sorriu sem graça e colocou o cabelo atrás da orelha.

Na primeira vez que a gente ficou
Nosso combinado era só fazer e não falar de amor.
Não se apegar me parecia o certo.
Nenhum de nós queria o amor por perto
E voou ou ou 
Mas na segunda vez meu coração voou ou ou 
E aquele nosso plano de evitar o amor. Acabou
Bateu saudade daquele dia 
Nós dois na cama, pura magia
Virou amor, virou amor
Bateu saudade, eu vim dizer
Tô te querendo me leva pra você
Me leva amor
Me leva amor...

Sorri instantaneamente com mais uma música que parecia ter sido feita pra nós dois. Ela falava basicamente do nosso começo, da nossa amizade colorida, quando a gente achava mesmo que "não se apegar" fosse o certo, mas como dizia a própria música, "virou amor", e ainda era.

Olhando ela cantando ali tão linda, uma música tão nossa, fez eu ser "bombardeado" com milhares de lembranças de algo que pra mim, ainda era recente. Era fato que ainda nos amávamos.

13 de fevereiro de 2015

Capítulo 71

Ana Julia

Explicar o que se passava na minha cabeça seria impossível, eu pensava mil coisas, já o meu coração era bem enfático quanto a tudo, eu sentia tristeza, uma tristeza enorme, e uma sensação de solidão ainda pior. Não sei como tive forças para ir até onde ele estava pra terminar tudo, mas achei melhor fazer logo enquanto tinha coragem e aproveitei que se pegasse um avião chegaria no Rio em questão de minutos.

Voltei pro aeroporto chorando como louca dentro do táxi, o motorista me olhava pelo retrovisor e chegou a perguntar se eu estava bem, eu apenas assenti e ele continuou dirigindo. Tentei comprar uma passagem pra poder sair logo daquele lugar o mais rápido possível, mas ainda tive que esperar por horas, o que ajudou pra eu ficar pior. Queria voltar no hotel e pedir perdão, mas eu não podia trocar meu pai por um amor. Apesar de eu estar sofrendo muito, apesar da dor ser imensamente forte eu teria que superar.

Cheguei em casa depois da meia noite, meu rosto ainda estava inchado devido ao meu choro mas eu nem me preocupei. Entrei em casa e vi meu pai na sala. Me sentei do lado dele:

-Ainda acordado?- perguntei com a voz falha.

-Sem sono- me encarou- Onde estava?

-Fui fazer o que o senhor queria abaixei a cabeça.

-Oh minha filha, eu sei que está doendo, mas isso vai passar. Você ainda vai me dar razão. Se continuasse seria bem pior. Obrigado por ter respeitado minha opinião- sorriu pra mim e eu o encarei sem esboçar reação alguma- Você vai conhecer outra pessoa melhor em breve e tudo vai se acertar.- apenas assenti e subi pro meu quarto. Lógico que eu não acreditei em nada que ele falou, eu não queria conhecer ninguém, eu só queria o Luan, mas agora era tarde.

Um mês se passou e eu trabalhei muito, mas do que eu deveria, porém eu precisava me concentrar em outra coisa ou então surtaria. Luan fazia uma falta absurda, eu sempre soube que era louca por ele, mas agora tinha certeza. Ele tinha assumido nosso término e dava pra ver em seu olhar como também estava difícil pra ele, mas acredito que esse um mÊs o curou muito mais do que a mim mesma.

Estava voltando da agência com o som da rádio tocando, quando ouvi a locutora anunciar a nova música de trabalho do Luan, eu queria mudar mas estava me corroendo de curiosidade pra ouvir a tal música, e quando o toque começou e ele veio atrás cantando "uuuuuh" eu não consigui mudar de estação.

Mesmo que você não caia na minha cantada
Mesmo que você, conheça outro cara
Na fila de um banco 
Um tal de Fernando
Um lance, assim, sem graça.
Mesmo que vocês fiquem sem se tocar
Mesmo que vocês casem sem se amar
E depois de seis meses um olhe pro outro
E aí, pois é, sei lá.
Mesmo que você suporte esse casamento 
Por causa dos filhos
Por muito tempo 10, 20, 30 anos
Até se assustar com os seus cabelos brancos 
Um dia vai sentar numa cadeira de balanço, 
Vai lembrar do tempo que tinha 20 anos
Vai lembrar de mim
E se perguntar: "por onde esse cara deve estar?"
E eu vou estar
Te esperando nem que já esteja velhinha gagá
Com 90, viúva, sozinha, não vou me importar
Vou ligar, te chamar pra sair, namorar no sofá
Nem que seja além dessa vida
Eu vou estar 
Te eperando (...)

Quando a música terminou a locutora contou que a música era composição do Bruno Caliman, mas mesmo eu sabendo disso, percebi que aquela canção trazia uma lembrança de nós dois, talvez no refrão, o que me fez pensar: " será que ele me esperaria tanto tempo?", "será que ele gravou essa música pensando na gente?", não queria me iludir, afinal já tinha se passado um mês. Porém, no fundo queria que aquilo significasse algo pra ele, como tinha significado pra mim.

E aquela voz doce, só sendo aconpanhada pelo violão, que coisa perfeita. Uma saudade enorme me atingiu e eu comecei a chorar, coisa que eu fazia constantemente.

Cheguei em casa e subi direto pro meu quarto. Tomei um banho quente tentando pensar em outra coisa, mas a melodia da música ainda vagava pela minha cabeça. Ouvi meu celular tocando e desliguei o chuveiro na mesma hora. Me enrolei na toalha e saí molhando todo o quarto - podia ser algo importante.

-Bruna Santana?- falei rindo mal acreditando que ela estava me ligando.

-Por que o espanto?

-Sei lá, não falo com você a um tempo.

-Quis te dar esse tempo pra relaxar sozinha, imagino que estivesse precisando- eu sabia do que ela estava falando.- Sabe como é, não é fácil terminar um namoro, e tudo que mais precisamos é ficar quietinha no nosso canto- ela disse como se me traduzisse- Pelo menos eu sou assim.

-Eu também sou- sorri me sentando na minha cama.- E como você está ?

-Bem, e com saudades.

-Eu também estou.

-Liguei pra te fazer uma proposta- sorriu e eu já fiquei com receio sem nem saber o que era - Queria sair sexta, uma baladinha talvez, topa vir pra Londrina?

-Poxa Bruninha, não sei se é uma boa ideia.

-Amiga, cedo ou tarde você vai se esbarrar com ele, não dá pra fugir pra sempre.

-Que seja mais tarde.

-O Luan só vem no sábado.Vamos poxa? Vai ser legal.

-Não sei.

-Por favor, ou eu tenho que ir te buscar?

- Pode vir.

-Olha que eu vou e te trago a forças- sorriu - Vai amiga, você tem que sair, Juliana me falou que você só trabalha.

-Tudo bem- suspirei- Sexta de tarde eu chego aí.

-Isso- ela quase gritou com minha resposta- Então até sexta- ela sorriu- E eu vou estar, te esperando- cantou e eu comecei a rir- Já ouviu?

-Já, agora tchau- me despedi dela, me livrando de ter uma conversa sobre aquela música que já estava me pertubando desde que cheguei em casa.

Por incrível que pareça, sexta chegou rápido demais. Eu ainda não sabia se era uma boa ideia ir pra Londrina, mas não tinha mas como voltar atrás. Passei minha semana remoendo lembranças, ouvindo a nova música dele e música de outros cantores que parecem terem sido feitas pra nós dois. Como uma do Bruninho e Davi que eu devo ter ouvido um milhão de vezes.

Terminei de arrumar minha mala e desci com elas sob olhar do meu pai.

-Vai viajar?- perguntou.

-Sim, vou passar o final de semana com uma amiga.

-Que amiga?

-Ah, é uma amiga de muito tempo, o senhor não conhece- menti pra que ele não criasse confusão- Então, boa viagem.

-Obrigada- beijei seu rosto e fui pro carro onde minha mãe me esperava pra me deixar no aeroporto.

Fomos em silêncio o caminho inteiro enquanto eu me maquiava - não fiz isso em casa pra não enrolar mais. Minha mãe foi comigo fazer o check in mas continuava calada, o que era de se estranhar. Assim que despachei a mala olhei pra ela que sorriu passando a mão no meu cabelo.

-Fico feliz que finalmente esteja saindo de casa.- eu apenas sorri- Eu posso te pedir uma coisa?- fez carinha fofa e eu assenti- Não luta contra seus sentimentos filha.

-Ah mãe, de novo não- virei os olhos.

-Eu falo pro seu bem, você ama também aquele garoto, não é justo.

-Mas não quero brigar com meu pai por causa de homem nenhum. E já tá feito, não vou voltar atrás- respirei fundo- Bom, eu vou indo tudo bem?

-Ok, se cuida- ela me abraçou- E manda beijo pra todo mundo, inclusive pro Luan se ver ele- ela provocou e eu saí rindo,  pra ela eu não precisava mentir.

Cheguei em Londrina por volta das seis horas da noite, Bruna foi me buscar com uma amiga no aeroporto e nós não paramos de nos falar um minuto. Era muito assunto, muitas novidades e muitas risadas. Confesso que eu precisava disso, precisa sorrir e me divertir como eu não fazia a muito tempo.

Depois de conversar muito com meus ex-sogros e comer o delicioso bolo que tia Marizete tinha feito pra mim eu fui me arrumar com as meninas pra ir pro Santarena. Escolhi um vestido preto bem básico e eu mesma arrumei meu cabelo, só tive ajuda da Bruna na hora de fazer a maquiagem. Depois de pronta, me encarei no espelho me analisando por completo. Fazia tempo que eu não me arrumava assim.

-Deixa eu tirar uma foto- Bruna pegou meu celular e me falou a pose que eu deveria fazer.

-Ficou linda- olhei espantada para o celular- Vou postar agora- sorri abrindo meu instagram, postando a foto em seguida.


Nem sempre a propaganda de fora corresponde ao produto de dentro. Mas vamos lá, a vida segue... Hoje é dia de curtir, só lembrando que "o que acontece na balada, fica na balada! rs"


Esperei Bruna terminar de se arrumar e logo depois seguimos pra boate. Eu decidi que naquela noite, eu seria a Ana de sempre, decidida, forte, que se diverte sem medo ou vergonha. Que nasceu pra ser feliz.


Notas da Autora:
Amores, sei que todas estão chocadas com o término, mas confiem em mim que muitas surpresas ainda estão pra acontecer. E a separação deles é difernte, não houve traição, briga ou falta de amor, pelo contrário eles se amam demais, e por isso todos os encontros serão bem interessantes. Vocês vão gostar. 
Gente, postei dois, um atrás do outro, porque só volto a postar na quarta. Sintam saudades por favor kkk
A novidade da semana é que o Luan respondeu meu FC. Eu fiz a pergunta do Luan Jr kkkkk e ele falou "uuuuuuuuuuiaaaa" pq ele não presta kkk
É isso. Beijos. Vou sentir falta :/

PS: Comentários do capítulo 69 respondidos!

Capítulo 70

Luan Rafael

Eu me sentia mal por não poder estar perto de Ana neste momento tão delicado. Tentava passar forças mesmo de longe mas sabia que não era possível. Me preocupava em fazer coisas simples mas que eu soubesse que iria fazê-la sorrir, por isso postei uma foto nossa com uma legenda que eu achei que combinava com nós dois, e seu comentário me fez perceber que ela concordava.

Fui almoçar e depois voltei pro quarto para descansar mais um pouco. Estava no Rio de Janeiro mas nem podia sair do hotel. Então me contentei em ficar vendo filme sozinho. Como eu queria minha pequena ali comigo.

O tempo passou devagar mas logo fui me arrumar pra mais um show.

Dei várias entrevistas, tirei milhares de fotos mas meu pensamento continuava com Ana. Pensava se ela estava bem, se seu pai estava melhor, se ela estava sorrindo ou se estava com o coração angustiado. Se eu pudesse estaria com ele todos os dias, e daria o melhor de mim pra que ela fosse feliz o tempo todo. Eu daria tudo pra ver aqueles olhos castanhos brilharem todas as manhãs, ouvir aquela voz dizendo que me ama, sentir aquele perfume do qual eu nunca enjoo. 

Fiz o show com todo ânimo que consegui puxar do meu âmago, mas sem esquecer dela um minuto sequer, se assim o fizesse estaria traindo-a. Exagero ou não, me sinto assim. Se somos namorados, somos automaticamente ligados um ao outro, e deixar de pensar nela num momento tão difícil, pra mim, era traição. Ela precisava de no mínimo, meus pensamentos positivos.

Cheguei no hotel exausto. Entrei no elevador e me encostei na parede enquanto não chegava no meu andar. Well me olhava mas também não quis falar nada, de certo percebendo que eu preferia ficar calado, no meu canto.  Assim que entrei no quarto senti o cheiro de Ana. Na hora, me senti um louco. Mas não. Ela realmente estava ali, sentada na cama, mas com o olhar triste e super séria:


- Amor, que surpresa boa - sorri - O que houve?

-Eu vim até aqui porque não podia fazer o que vou fazer por telefone- falou rápido e eu senti um aperto no coração no mesmo instante.

-E o que veio fazer?- perguntei mesmo sem querer saber a resposta.

-Terminar com você.

-Mas.. como? O que eu fiz? - perguntei sem entender tentando me aproximar mas ela se levantou e se afastou de mim.

-É isso, chega pra mim.

- Mas por quê?- tentava entender mas mal conseguia raciocinar.

-Não consigo mais com isso, a gente mal se ver- falou sem me encarar e eu sabia que não era por isso que ela estava querendo terminar.

-Você não consegue mentir pra mim, eu sei que é por causa do seu pai- Ela negava e eu continuava tentando me aproximar, mas era em vão- A gente vai dar um jeito, ele vai acabar aceitando, não podemos desistir agora- falei nervoso e ela negou começando a chorar.

-Eu já desisti Luan, estou desistindo agora. Não dá mais.

-Não fala isso- a puxei pelo braço- A gente se ama, você disse que queria me fazer feliz, não faz isso comigo, não faz isso com a gente.

-Por favor Luan- ela se soltou- É melhor assim.

-Não é melhor coisa nenhuma, eu te amo, eu não quero terminar com você. Não desiste de mim Ana, não me deixa- pedia com o coração apertado.

-Acabou- ela falou saindo do quarto e eu nem forças tive pra ir atrás.

Sentei na cama me sentindo sem rumo, procurando uma solução, mas sabendo que por mais que eu movesse céus e terras não a convenceria do contrário, não por enquanto. Sabia que ela tinha terminado comigo por causa de seu pai, e não a culpava. Vê-lo debilitado após um acidente e saber que não estavam bem não deve mesmo ser fácil. Mas mesmo entendendo ela, sabia que tínhamos outra saída a não ser essa.

Não chorei, mas fiquei com aquela sensação ruim no peito por toda a noite. Poderia dizer com toda convicção que ela foi a pessoa que mais amei na vida, e não sei nem se amaria outra pessoa da mesma forma.  Mas uma coisa não dava pra negar: nosso amor foi real.

Voltei pra casa dois dias depois, não quis conversar com ninguém sobre o que tinha acontecido no quarto. Ainda não conseguia engolir toda a história, e meu coração ainda doía com a sensação de que agora ela não era mais minha. Agora era só saudade, saudade da gente, saudade dos beijos...

Peguei meu violão e comecei a cantar uma música como se isso curasse tudo que eu sentia:

Hoje você poderia ser pra mim, 
Tudo o que eu nem pudesse imaginar
O ar que eu respiro pra sobreviver
O calor do sol que vem pra me aquecer
Eu já tentei por várias vezes impedir
Mas por te amar deixei você partir 
Tudo bem se você não quiser voltar
São consequências que eu tenho que aceitar
Como eu queria que estivesse aqui,
Pra fazer o nosso sonho ser verdade,
De tudo que você pudesse ser pra mim.
Escolheu apenas ser saudade.
Como eu queria que estivesse aqui,
Pra fazer o nosso sonho ser verdade,
De tudo que você pudesse ser pra mim.
Escolheu apenas ser saudade...

Parei de tocar quando Bruna entrou no quarto e se sentou do meu lado. Como se me decifrasse ela perguntou se estava tudo bem.

-A Ana não te contou?- perguntei e ela negou - Nós terminamos.

-Jura? Mas por quê?

-Ela disse que é por que não tínhamos tempo, mas eu sei que não é por isso, é por causa do pai dela. Eles não estavam muito bem, aí veio esse acidente que deixou ele sem conseguir se movimentar direito e para agradá-lo ela terminou comigo.

-Mas isso não é justo, pi.

-Eu sei que não, mas agora já foi.

-E você vai deixar isso assim? Não vai atrás dela?

-É a escolha dela, eu vou respeitar.

-Eu te ouvi tocando e percebi que não estava bem- me abraçou de lado- Você sabe que pode contar comigo né?- assenti e ela passou a mão no meu rosto - Não quero te ver mau.

-Ainda é muito recente, e vou confessar, tá difícil controlar essa dor aqui sabe?- falei com a mão no peito - Eu amo ela de verdade.

-Eu sei pi- ela me ouvia atentamente.

-Mas tudo bem, vai passar- falei tentando me convencer daquilo- Apesar de tudo, ela sempre fará parte da minha vida, o pouco tempo que passei ao lado dela serão sempre lembrados. Eu sei que nosso amor foi sincero, e vai ficar pra sempre na minha memória.

-O namoro pode ter acabado, mas ainda podem ser amigos não é?

-Sim, mas vou dar um tempo, não deve tá sendo fácil pra ela também.

-Com certeza não, eu conheço a Ana e sei como ela ama você.

-Eu sei que sim, mas chega de se lamentar- coloquei o violão do lado.

-Chega mesmo. Que tal comer aquela pizza de peixe que mamãe faz? Acabou de sair do forno - ela fechou os olhos e "cheirou" o ar- Tá sentindo esse cheirinho?- fiz o mesmo que ela e assenti - Parece estar uma delícia não é? Vamos?- ela esticou a mão pra mim e eu segurei indo com ela até a cozinha.

Comi a pizza tentando não pensar em nada, mas não era fácil, e eu tinha a impressão que nunca seria. Mas nossa história estaria pra sempre na nossa memória, e pra mim, seria uma marca eterna. Jamais me esqueceria de como me sentia EU do lado dela. Talvez não fosse o fim pra gente não é? O mundo gira e poderia ser que nos colocasse juntos novamente. Contando que isso aconteça, eu não ligaria de esperar por mais uns 10, 20, 30 anos...


12 de fevereiro de 2015

Capítulo 69

Ana Julia

Juro que não sei o que seria de mim sem Luan ali, se ele não tivesse ido até minha casa eu não sei como teria segurado aquela barra com minha mãe, que parecia estar mais calma do que eu mas que estava quebrada por dentro com toda certeza. Não fui pro hotel do Luan por que não queria que ele soubesse o que meu pai tinha dito pra mim. Mas como Deus prepara tudo fez as coisas acontecerem daquele jeito pra que ele estivesse comigo naquele momento.

Minha mãe dormiu no hospital e eu tive que ir pra casa. Luan cuidou de mim o tempo todo, comprou até coisas pra eu comer mesmo eu estavando sem fome. Cantou pra eu dormir e rezou comigo pra que meu pai saísse dessa, ele era um homem forte e tinha muito pra viver.

No dia seguinte acordei com a melhor notícia que poderia receber. Tinham feito uma ressônancia magnética no meu pai e detectaram que seu crânio estava intacto e não tinha risco dele estar com a doença que o doutor falou, porém os riscos das sequelas continuavam.

Luan me levou de volta ao hospital e meu pai ainda estava dopado e não tinha acordado. Provavelmente nem acordaria naquele dia. Falei pra minha mãe ir em casa comer algo e tomar banho que eu ficaria com ele e então ela foi.

Luan estava com o celular na mão rodando pensativo e eu o encarei:

-O que foi?

-Nada- sorriu pra mim.

-O Rober conseguiu cancelar o show de ontem sem problemas?

-Sim, ele explicou a situação e vão remarcar o show.

-Não quero que desmarque mais nenhum tudo bem?

-Mas amor..

-Mas nada, eu já estou mais calma, meu pai está melhor e como você mesmo disse vai dar tudo certo. Pode ir cuidar das suas coisas.

-Não consigo ir e te deixar aqui.

- Eu tô bem- dei um selinho nele- E você tem seus compromissos, eu entendo.

-Amor- ele ainda relutava e eu neguei sem deixar ele continuar.

-Por favor Luan, não vou ficar bem se você cancelar mais shows.

-Tudo bem, mas você vai me manter informado de absolutamente tudo.

-Pode deixar- sorri pra ele que era ainda mais lindo preocupado daquele jeito.

Os dias se passaram e Luan voltou a sua rotina. Meu pai já tinha acordado mas ainda não conseguia falar muito, como o doutor tinha avisado. Mesmo assim eu estava feliz por ele estar bem, e pelo fato de que ele receberia alta na mesma noite. Ele ainda não estava totalmente bem, tinha perdido cerca de 25 % de seus movimentos além da dificuldade que tinha para falar. Mas eu tinha esperança que com a fisioterapia ele recuperasse todos seus movimentos e voltasse a falar melhor com o tempo.

Levei ele pra casa junto com minha mãe e ele parecia feliz por estar em sua cama. Minha mãe foi preparar algo descente pra ele comer e eu fiquei ali o olhando enquanto fazia carinho em sua mão. Ele me olhava de um jeito como se quisesse me ninar como quando eu era pequena.

-O que foi pai? - perguntei e ele riu - Ainda sou sua princesinha?- perguntei e ele assentiu- Vou cuidar de você e você vai ficar bom logo logo- falei limpando a lágrima que escorreu lentamente e ele sorriu também emocionado.

Semanas foram passando e meu pai estava começando a falar mais, estávamos animadas com a recuperação dele mas ao mesmo tempo tristes, pois mesmo com a fisioterapia ele não tinha recuperado os movimentos perdidos. Eu o incentiva a continuar tentando mas ele mesmo já tinha perdido a esperança e pensava até em pedir a aposentadoria do trabalho com seus apenas 45 anos.

-Não fica assim pai, você vai melhorar- tentava o animar mas ele negava.

-Faz tempo que estou fazendo a fisioterapia e até agora nada, já era, eu perdi meus movimentos- ele ainda falava com dificuldade mas dava pra entender.

-Não fica assim, vai dar tudo certo- beijei seu rosto e ele sorriu. Meu celular tocou e eu vi o nome de Luan na tela. Fiquei receosa de atender ele ali, na frente do meu pai, então desliguei o celular e disse que ia beber água.

Retornei a ligação do Luan e ele atendeu super animado:

-Amor, viu a foto que eu postei?

-Ainda não.

-Então vê.

-Depois- eu ri da sua animação.

-É que eu descobri uma nova música que combina com a gente e postei agora no insta. Queria ver sua reação.

-Amor, tantas músicas combinam com a gente.. qual a dessa vez?

-Vê lá.

-Assim que eu ler eu te falo o que achei.

-Tudo bem- sorriu- Como está seu pai?

-Melhor, porém não teve sucessos nenhum na fisioterapia.

-É só ter um pouquinho de paciência, logo ele vai melhor 100%

-Vai sim, eu falei isso pra ele.

-Amor liguei só pra saber como você e seu pai estavam mesmo. Você tá bem ne?

-Sim, morrendo de saudades de você.

-Oh minha linda eu também estou, mas logo nos veremos.

-Com certeza.

-Preciso desligar agora. Se cuida. E me liga qualquer coisa.

-Você também. Te amo- falei e desliguei o telefone indo ver a tal foto que ele tinha postado:


Você é assim, um sonho pra mim, e quando eu não te vejo. Eu penso em você, desde o amanhecer até quando eu me deito. Eu gosto de você, e gosto de ficar com você, meu riso é tão feliz contigo, o meu melhor amigo é o meu amor (8 @AnaJu

 Sorri com sua legenda e comentei ao invés de mandar mensagem pra ele. Queria que todos víssem que eu também o amava muito. E sorte eu conhecer a música pra continuar, realmente ela era muito "nossa".

@Anaju: Você é assim um sonho pra mim, quero te encher de beijos. Eu penso em você, desde o amanhecer até quando eu me deito. (8 @luansantana

Voltei pro quarto sorrindo e sentei ao lado do meu pai. Ele estava concetrado no programa que via na TV e eu fui pro outro lado pra ver o programa com ele.

-Filha?- ele me chamou e eu o olhei.- Não sei se é o momento mas preciso saber sua decisão- falou me encarando- Vai continuar com esse namoro? - perguntou se referindo ao que tinha me dito no dia do acidente. O olhei assustada sem saber o que responder. Eu amava muito, muito o Luan. Mas era o meu pai, e eu não podia o trocar por outro homem. Senti minha garganta secar e uma vontade de chorar me dominou. Estava sorrindo a minutos atrás com meu menino, ele me fazia tão bem, não era justo. Eu brigava com minha própria conciência tentando achar a solução certa. Eu não podia simplemente terminar com o Luan, eu já sentia uma dor enorme só de pensar na ideia. Mas ao mesmo tempo não podia virar as costas pro meu pai, e se escolhesse o Luan, ficaríamos distantes um do outro de novo. E estava tão bom poder cuidar dele e sentir seus carinhos de novo. O que eu faço meu Deus? - Então Ana? Já decidiu? - engoli seco e assenti. Era o jeito. Eu amava Luan, mas amava o meu pai também, ele era minha família.

-Tudo bem, eu termino com o Luan- falei saindo do quarto e entrei no meu quarto aos prantos. Mesmo com o coração doendo muito, minha decisão estava tomada. Por que tinha que ser assim? Por que ele não tentava me entender? Por que me fazer escolher? Agora não tinha jeito, tinha que dar um jeito de acabar com meu namoro sem que o Luan sofresse. Mas como eu faria isso?

Notas da Autora:
Bom, acho que todas já esperavam por isso. Como será que vai ser a reação do Luan? Já adianto a vocês que os dois não vão se odiar, afinal, ela vai terminar com ele por causa do pai, então toda vez que eles se encontrarem vai ficar aquele climinha e vai ser bem legal até eu mudar mais pra frente. Enfim, acho que vão gostar.

Tenho mais duas fanfics para indicar. Ambas estão no comecinho, bem no começo mesmo. E eu já li, por isso vou fazer um resuminho delas pra despertar a curiosidade de vocês:
A primeira é da Manu, acho que a maioria das minhas leitoras já devem estar lendo. O nome é Por Amor. Conta a história do Luan, que é casado com Laisa, e muito, muito apaixonado pela esposa. Porém, ela não é a personagem principal. A protagonista é a Natália, que é encarregada de trabalhar numa música com Luan porque o Dudu Borges tem que fazer uma cirurgia. Só que essa Natália já tinha esbarrado com Luan um dia antes em seus show e sido donzela. Não sei como eles vão se envolver, até porque Luan é mesmo louco pela Lais e Natália não tem pretensão nenhuma de se envolver, mas tenho certeza que a Manu vai surpreender como ela sempre faz. ( PS: Acho que a Lais trai o Luan) kkk Vejam lá e me falem se vocês também acham.
A segunda eu já tinha indicado aqui mas o blogger acabou sendo excluído. Mas tudo bem, a gente indica de novo, e agora posso falar dela já que eu já comecei a ler: O nome é Questões do Coração, onde conta a história de Alicia, ou Yasmin kkk É que Alicia é garota de programa, e vira Yasmin de noite. Seu cliente mais fiel é o Sorocaba, e em meio a uma pegação muito quente com ele em uma balada, acabam sendo vistos por Luan que sai constrangido. Mas aí o segredo da Alicia está pra ser descoberto, já que ela teve que ir num jantar com a mãe e o padrasto na casa de Seu Amarildo Santana. E ao ser apresentada como Alicia, deixou todos intrigados, já que Sorocaba tinha apresentado ela como Yasmin. Ou seja, tem muita coisa boa pra acontecer. Leiam!

PS: Comentários do capítulo anterior respondidos.

10 de fevereiro de 2015

Capítlo 68

Luan Rafael

Estava no meu quarto esperando por Ana e enquanto isso lembrava da nossa maravilhosa noite juntos. Ela era absolutamente perfeita, em todos os sentidos existentes. Como sempre o seu cheiro estava empreguinado na minha roupa. Lembrava também da voz meiguinha dela cantando pra mim.

Olhei pro relógio e estranhei sua demora, já era pra ela estar ali a muito tempo, será que tinha acontecido algo? Pensei no seu pai e dei um pulo na cama. Se ele tivesse a machucado eu não responderia por mim. Peguei a chave do carro atordoado com essa ideia e mandei mensagem pro Rober dizendo que voltaria a tempo de viajarmos pra ele não ficar no meu pé.

Entrei no carro rumo a sua casa sem medo de encontrar com o pai dela ali. Sentia uma aperto no peito inesplicável e uma vontade de chorar sem motivo.

Parei o carro em frente a sua casa e bati na porta com a mão tremendo. A mãe dela que atendeu e me olhou surpresa:

-Oi tia Maria, a Ana tá aí?

-Está sim querido entre. Deu sorte que o Jonas saiu faz umas duas horas.

-É que eu estava esperando ela ir me encontrar, mas faz 1 hora que ela marcou comigo e não apareceu.

-Eu nem vi minha filha hoje acredita? Tá trancada no quarto desde que chegamos- falou e eu estranhei- Vai lá- ela falou se sentando no sofá e então o telefone da sala tocou.

Subi as escadas em direção ao quarta de Ana mas quando estava no último degrau voltei pro andar de baixo ao ouvi o barulho do telefone caindo no chão.

-Tia Maria, aconteceu alguma coisa?- perguntei descendo as escadas depressa e fiquei mais preocupado ao ver ela pálida chorando - Ai meu Deus o que foi ?

-O Jonas, ele sofreu um acidente grave- ela falava embolado e tremia sem parar.

Corri e peguei o telefone do chão pra entender o que tinha acontecido.

-Oi? Alô?- a moça chamava do outro lado da linha.

-Oi, pode falar- falei tentando ficar calmo.

-Com quem eu falo?

-Luan, sou genro dele, pode falar.

-Então seu Luan, uma van capotou no sentido São Paulo, Rio de Janeiro. E creio que o genro do senhor é uma das vítimas.

-Em qual hospital ele está?

-Trouxemos ele pro hospital Sírio- Libanês.

- E como ele está? Ele está fora de perigo?

-Então, tinha cerca de 5 pessoas nela, e inclusivo o motorista morreu na mesma hora. Os outros 4 estão vivos e fora de perigo com exceção do Jonas que está indo pra sala de cirugia nesse exato momento. Ele atravessou o vidro da frente da van e seu corpo foi encontrado a metros de distância do carro, ele bateu feio com a cabeça e quebrou as duas pernas.- o paramédico "jogou" aquelas informações em cima de mim e eu fiquei sem saber o que falar.

-Tudo bem, estamos a caminho- desliguei o telefone e encarei minha sogra que ainda chorava e me olhava querendo explicação. Olhei pra cima da escada e Ana estava parada tentando entender tudo porém já chorava também.

- O que aconteceu Luan?- ela perguntou me encarando e então subi correndo ajudando-a a descer as escadas.

-Eu preciso que fique calma, vai dar tudo certo- falava nervoso e ela me olhou ainda mais preocupada.

Fui até a cozinha e preparei dois copos de água com açúcar. Foi nesse meio tempo de lembrei de uma vez que Ana teve um pesadelo com seu pai e foi exatamente como ela contou, a van tinha capotado. Voltei pra sala medindo as palavras pra explicar tudo.

-Bebam- entreguei o copo mas Ana não quis pegar- Por favor meu amor? - pedi e ela negou. Eu sabia que tínhamos que ir correndo ao hospital, mas ao mesmo tempo, não dava pra contar isso pra elas no meio do caminho- Não podemos demorar então vou explicar pra vocês o que houve. A van que seu Jonas estava capotou a alguns metros daqui, o motorista morreu no local e as outras vitimas foram levadas pro hospital Sírio- Libanês- falei e Ana desandou a chorar mais, sua mãe mesmo abatida abraçou a filha.

-Ele está bem?- Dona Maria perguntou e eu fiquei sem saber como contar essa parte.

-Estão levando ele pra sala de cirurgia.

-Cirurgia?

-Sim, eu também não entendi direito mas parece que ele quebrou as duas pernas e eu não sei se é por isso que ele vai ter que ser operado.

-Meu Deus- Ana falou chorando ainda mais- Vamos logo pro hospital, o que ainda estamos fazendo aqui?- perguntou nervosa se levantando e eu assenti.

-Vamos no meu carro- falei e ela me seguiram. Mandei mensagem pro Rober pedindo pra ele cancelar o show, não tinha a menor condição de eu deixar Ana e dona Maria sozinhas naquela situação.

Dirigi com calma olhando Ana que ainda chorava muito. Eu entendia que além de preocupação ela sentia culpa, culpa por não estar no melhor clima com o pai dela, e eu me sentia mal, por saber que tinha  a ver comigo. Parei em frente ao hospital e tentei segurar sua mão quando saímos do carro, ela olhou pra mim e soltou andando na frente.

Fui até a recepção pra saber notícias e pedi pra que elas ficassem sentadas. Eles disseram que não sabiam nada mas que ele continuava na sala de cirurgia. Nos levaram pra uma sala reservada onde pudemos ficar "a vontade". Sentei do lado da Ana e segurei sua mão,enquanto ela olhava pro chão.

-Deixa eu te ajudar amor, deixa?- falei carinhoso e ela se jogou nos meus braços voltando a chorar- Não fica assim, ele vai ficar bem- afagava seus cabelos enquanto ela continuava soluçando. Dona Maria por sua vez, estava inerte nos próprios pensamentos.

-Seu show Luan- Ana falou enxugando as lágrimas.

-Não vou te deixar aqui desse jeito, não pensa nisso tá bom?- falei e ela assentiu encostando-se em mim de novo.

Os minutos foram passando devagar e a agonia aumentava a cada instante. Ana estava mais calma e sua mãe também. O doutor entrou na sala e ficamos de pé, eu fui logo perguntando se estava tudo bem.

-O paciente já está na sala de repouso, deu tudo certo na cirurgia- ele falou nos aliviando.

-Mas o que aconteceu realmente doutor?- Ana perguntou.

- Acho que ele estava na frente junto com o motorista. A van capotou 4 vezes e na quarta ele foi arremeçado pela janela. O corpo dele foi encontrado a qilômetros de distância. Ele fraturou o fêmur e por isso recorremos a cirurgia, deu tudo certo e a outra perna não está quebrado como imaginávamos. Porém- ele deu uma pausa e eu voltei  me preocupar- Ele bateu muito forte com a cabeça e estamos com medo de um possível Traumatismo Cranioencefálico já que ele está com uma lesão no couro cabeludo, isso tem que ser avaliado com calma.

-E isso é grave?- dona Maria perguntou.

- Um pouco, mas é reversível, o que me preocupa e eu já vou deixar claro é que pode haver sequelas, ele pode ter dificuladade pra falar e também devido a fratura pode ter dificuldade de se movimentar.

-Por muito tempo?

-Talvez a vida toda- Ana me abraçou e então o doutor teve que sair.

Sentei com ela de novo e a abracei.

-Amor, ei não chora- alisei seu rosto- Vai dar tudo certo, ele já está no quarto. O doutor não deu certeza se ele tá com esse trem mesmo, ele ainda vai ser examinado.

-Meu pai Luan, tão cheio de expectativas,  tendo que viver a vida dele inteira com sequelas desse acidente.

-Não pensa assim meu amor, agradece a Deus por ele estar vivo, ele estava no banco da frente junto com o motorista que morreu. O corpo dele foi arremeçado pra longe. Ele é um vencedor- falei a acalmando e ela concordou comigo. - Deus não vai te desamparar minha pequena- beijei sua testa- Vai dar tudo certo- a abracei sentindo ela ficar mais calma em meus braços.

Por dentro tinha medo de tudo que o médico tinha dito. Medo de algo pior acontecer como o pai dela e ele vir a falecer. Afastei logo aqueles pensamentos e me concentrei em ajudar Ana que estava muito vulnerável. Em pensamento rezava pra Deus que o ajudasse a ficar melhor logo. Lógico que estava comovido com a situação, mas o que mais me doía, muito mesmo, era ver Ana sofrendo tanto e não poder fazer nada. Eu sei que essa função nem cabia a mim, mas mesmo assim, é muito difícil ver quem a gente ama sofrendo.

Notas da Autora:
Que situação difícil, o pai da Ana sofreu um acidente e pelo jeito corre riscos, imagina como fica a cabeça da pessoa ao saber que o pai pode morrer ou ficar com sequelas de um acidente, com a conciência de que seu pai e você não estão bem porque ele não aceita o seu namorado. Vocês acham que esse acidente influencia na escolha dela? Ou será que faz o pai dela olhar as coisas de um jeito diferente e mudar de ideia? Saberemos a resposta no próximo capítulo, depois de 10 comentários. Beijos

Tenho mais uma fanfic pra indicar que eu esqueci no último capítulo. Essa eu também leio, e tá bem no comecinho. Dá para acompanhar. Ela se chama P.S: Eu te Vivo. Conta a história da Tanara, que é fã do Luan e fica enxendo o saco do primo pra emprestar o carro para ela ir no aeroporto encontrar o ídolo. Depois de muito insistir e fazer um drama enorme, ele empresta o carro para a prima que sai voada rumo ao aeroporto de Fortaleza. No meio do caminho, depois de um engarrafamento chato, já perto do aero, as amigas dela ligam falando que o Luan já tinha passado por lá. Apesar de ficar feliz pelas amigas terem conseguido realizar o sonho, ela ficou triste por não ter chegado a tempo. Aí o que acontece? Ela sem prestar atenção, desacelera o carro e uma van bate na traseira do carro que ela estava. Tcharan, quem vocês acham que estava dentro da van? Luan Santana, o próprio. Ela surta quando ver ele e tals mas surpreende quando começa a bater boca com ele devido ao carro, já que Luan cupou ela pelo acidente. O Rober pega o telefone dela falando que vai pagar o concerto e fica nisso. Aí depois disso, devido ela ter sido despedida, ela vai pra São Paulo morar com a família dela - antes ela morava com a avó - e adivinhem quem é a amiga da mãe dela? Marizete Santana. A mãe já tinha marcado um encontro com ela pra sua filha conhecer o Luan pórque ela é fã e blablabla. Depois disso só lendo mesmo pra vocês saberem como a fanfic é legal. Eu viciei muito na história, é um enredo bem gostoso de ler e vocês vão amar.

PS: Comentários do capítulo anterior respondidos

7 de fevereiro de 2015

Capítulo 67

Ana Julia

Luan pareceu gostar da surpresa e eu fiquei feliz com isso. Nunca tinha pensado em nada parecido mas parece que eu mandei bem. Confesso que tive ajuda da Juliana que sabia bastante coisas dele, e preparei tudo com o maior carinho do mundo. Até a pamonha que eu encomendei cuidei pra que fosse a melhor e que permanecesse quente até a hora que fóssemos jantar.

Ainda faltava uma coisa que eu tinha planejado e eu estava nervosa. Era sempre assim toda vez que eu decidia cantar pra ele, meu coração vinha na boca com medo de desafinar ou fazer feio na frente de um cantor tão renomado. Mesmo assim respirei fundo e comecei a tocar a música que eu tinha ensaiado umas dez vezes.

O que há dentro do meu coração
Eu tenho guardado pra te dar
E todas as horas que o tempo tem pra me conceder
São tuas até morrer

E a tua história eu não sei
Mas me diga só o que for bom
Um amor tão puro que ainda nem sabe a força que tem
É teu e de mais ninguém.

Te adoro em tudo, tudo,tudo
Quero mais que tudo, tudo, tudo
Te amar sem limites
Viver uma grande história

Aqui ou noutro lugar
Que pode ser feio ou bonito
Se nós estivermos juntos 
Haverá um céu azul

Um amor puro
Não sabe a força que tem
Meu amor, eu juro
Ser teu e de mais ninguém
Um amor puro...

Luan sorria grandemente o tempo inteiro e aquilo me deu uma força sem igual. Aquela música combinava muito com a gente e com nosso amor, que de fato era puro.

-Djavan- ele falou pensativo e eu assenti.

-Eu sempre achei ele muito sábio.

-E é.- sorriu outra vez. Aquele sorriso dele me tirava de órbita.

-Você gostou dessa surpresa?

-Sim, muito. Eu amo quando você canta, parece que eu saio desse mundo e vou pra longe.- falou fazendo eu sorrir boba.

-O dia que eu chegar aos seus pés eu fico feliz.

-Mas você já passou dos meus pés a muito tempo amor- falou alisando meu rosto- Tem mais surpresa pra mim?- perguntou me deixando surpresa e eu neguei- Então porque não usa o presente que eu te dei?- perguntou malicioso.

-Acho que posso pensar nisso- fiz charme colocando o violão de lado e ele me puxou pra cima de seu corpo onde pude sentir seu membro oriçado.

Saí de cima dele no maior custo, já que eu também estava louca pra me entregar pra ele. Peguei seu presente e corri para o banheiro. Não demorei pra vestir mas passei mais creme e perfume pra deixa-lo embriagado com meu cheiro. Abri a porta tímida e ele sorriu todo esticado na porta.

-Óia só, não é que tenho bom gosto?!

-Serviu certinho- falei dando uma voltinha.

-Eu estava falando de você, mas pensando assim também mandei bem na escolha da lingerie- sorriu e me chamou com o dedo. Fui engatinhando  pela cama até ficar em cima dele- Rapaz do céu, vim assim engatinhando é querer me matar do coração- colocou a mão no peito e mordi sua boca - Gostei, foi inesperado - ri dele e enfiei minhas mãos por dentro da sua camisa. Ele segurou meu cabelo por baixo e puxou minha cabeça pra trás com força - Pra esse dia ser inesquecível, vou te pegar de jeito - sussurrou e começou a modiscar meu pescoço.

-Pega com força gatinho, sou toda sua, todinha- falei com a voz sexy e ele mordeu meu pescoço.

Luan foi descendo os beijos até meu colo e tirou meu sutiã com uma mão só. Ajudei-o a tirar e depois coloquei minha mão em sua nuca o forçando contra o meu seio. Ele sabia como usar a língua em todas as partes do meu corpo. Empurrei ele pra trás e fui descendo até seu membro que "gritava" dentro da cueca. Deixei o menino livre como ele gostava e fiz carinho nele todo com minha mão olhando Luan com a cara mais safada que eu consegui fazer.

-Chupa ele amorzinho, faz aquilo que só você sabe fazer- pediu carinhosamente e eu não pensei duas vezes em o saciar. - Isso Aninha, assim- ele gemia mexendo-se na cama. - Levanta, levanta- falou rápido e eu o obedici- Senta na cama- falou ficando em pé na minha frente- Abre a boquinha de novo abre- pediu e segurou minha cabeça com as duas mãos enfiando o pênis mais fundo ainda na minha garganta com força e mais rápido.- Deita amor, deita- ele falava embriagado de desejo e eu deitei o encarando.

Luan tirou minha calcinha- se é que aquilo pode ser chamado disso, já que era minúscula - e começou a se afundar em mim sem dó nem piedade. Parece que quando mais alto eu gemia, mais forte ele ia. Eu falava algumas safadezas e isso o deixava ainda mais excitado, dava pra perceber com a força que ele agarrava minha cintura.

Mudamos a posição, fiquei por cima dele que se sentou na cama e cavalguei na mesma velocidade que ele antes. Luan me ajudava nos movimentos e se deliciava com meus seios.

Nossa noite foi intensa e com toda certeza, já tinha se tornado inesquecível como ele queria que fosse.

Acordei no dia seguinte com o telefone tocando. Minha mãe disse que meu pai decidiu de última hora voltar pra casa naquele mesmo dia e que eles já estavam a caminho, como minha mãe sabia que Luan estava comigo me ligou pra avisar. O acordei desesperada e ele levantou num pulo da cama.

-O que foi?

-Meu pai tá vindo embora.

-Tá qui pariu, preciso ir.

-Sim amor, mas a gente se ver mais tarde.

-Eu vou, mas antes vou te ajudar a arrumar tudo.- falou preocupado e eu assenti.

-Toma um banho e se arruma que eu vou indo arrumar.

-Eu tomo banho em casa- falou levantando e vestindo a roupa com pressa - Vou te ajudar - falou pegando o tênis na mão e saindo do meu quarto rumo a sala de jantar que continuava do mesmo jeito. Lavei a louça enquanto ele guardava o resto da comida. Em seguida pegou o pano e limpou a mesa, fiquei de cara com o jeito que ele limpou tudo direitinho.

Quando terminamos tudo ele pegou a chave do carro e veio se despedir de mim. Me deu um beijo caloroso e disse que queria me ver antes de viajar. Sim, ele já voltaria para estrada e novamente restaria só saudades. Marquei com ele que iria em seu hotel e logo ele foi embora.

Entrei em casa e me joguei no sofá. Arrumar tudo com pressa é muito mais cansativo do que parece.

Meus pais chegaram e pro meu alívio meu pai não reparou nada. Ou se reparou não quis falar, o que era uma suspeita já que ele estava cada vez falando menos comigo. Subi pro meu quarto e abracei o travesseiro que Luan tinha dormido. Era muito difícil viver naquela situação, amava o Luan muito e não me via sem ele, mas ao mesmo tempo, meu pai estava chateado comigo e isso me quebrava por dentro.

Estava inerte em pensamentos quando meu pai entrou no quarto me pegando de surpresa.

-Posso falar com você? - assenti e ele sentou na cama.

-Nunca imaginei que chegaríamos a esse ponto, meses sem se falar- abaixou a cabeça e eu fiz o mesmo- Olha só o que esse namoro está te fazendo- neguei mas preferi continuar calada- Você vai mesmo escolher ele do que seu pai?

-Eu não escolhi ninguém, pai- foi a única coisa que eu falei.

-Me entende querida. Eu jamais faria isso se não fosse pro seu bem. Eu jamais pediria pra não ficar com um cara se eu soubesse que ele ia te fazer feliz.  Eu já sou um homem vivido e tenho experiência, escuta o que estou te falando, ele não é a pessoa certa pra você- falou e eu permaneci calada- Se você ama o seu pai, se realmente tem consideração por mim termina com ele- falou calmamente e meus olhos enxeram de lágrimas ao ter que me deparar com tal situação. Neguei chorando muito. É obvio que eu amava meu pai, mas eu não tinha como provar isso pra ele, não como ele estava pedindo- Eu tenho que viajar pra resolver umas coisas e por isso vim embora mais cedo, mas quando voltar quero uma resposta sua, e espero que seja o que eu tanto quero- beijou minha testa e saiu do meu quarto me deixando aos prantos com aquela escolha que eu não queria ter que fazer nunca!

Notas da Autora:
Ok fui malvada fazendo um capítulo fofo e triste ao mesmo tempo. Mas vamos por partes, gostaram do hot? E sobre o pedido do Jonas, vocês acham que ela vai escolher o que? O Luan ou o pai? Isso é bem complicado, eu nunca queria ter que passar por isso. Espero que estejam gostando. 

Agora queria indicar algumas fanfic que eu leio e adoro.
Vamos começar por essa : 

O Destino - Essa é uma fanfic da Anna que conta a história da Mariana que foi donzela do Luan e depois acabou descobrindo que é vizinha dele. Interessantíssima!
Fanfic Não Faz Mal - Essa é da Nath e conta a história da Luli,uma pediatra apaixonada por criança, que é melhor amiga do Luan, afilhada do seu Amarildo e dona Marizete e apaixonado no Luan desde sempre kkk Porém, o Luan só a enxerga como amiga e está prestes a se casar ( isso é segredo porque ainda não aconteceu mas como sou esperta sei que vai acontecer - mentira, é que eu subtendi isso do prólogo kkk) Enfim, muito legal.
Questões do Coração - Essa eu ainda não li, vamos começar juntas?

Eu leio mais fanfics, porém já indiquei antes como a da Jujuba ( Fanfic Fica ), a da Brenda ( Fanfic Amor Covarde), a da Thai (Apenas Negócios?) e a da Jheny com a Geo ( Destinos Cruzados). Quem não lê nenhuma comecem a ler que vocês vão gostar, cada uma tem o enredo diferente, super amo!!

´PS: Comentários do capítulo anterior respondidos.