1 de junho de 2015

Capítulo 115

Luan Rafael

Meu amigo não conseguiu informação sobre os avós maternos de Ana e isso me desanimou, voltaria pra casa no dia seguinte e teria que adiar o encontro dela com os avós paternos por mais algum tempo que eu nem sabia quanto. Isso me renderia boas noites de sono, pois eu queria mais do que tudo resolver toda essa história.

-Querida,cheguei...- entrei animado e olhei em direção a cozinha. Ela estava vestida com um camisão branco e uma calcinha preta, rebolando e cantando alguma coisa que eu não identifiquei.

-Oi amooooor- ela gritou vindo em minha direção pronta para pular no meu colo.

-Que delícia você só de camisão - falei safado próximo ao seu ouvido quando ela estava montada em cima de mim. 

-Foi pra provocar mesmo - disse se divertindo.

-Conseguiu - sorri a soltando -Tá fazendo o que de bom?

-Mousse de maracujá.

-Hummmm.- coloquei a mão na barriga - Tava mesmo querendo comer alguma coisa doce.

-Então vem me ajudar a terminar - ela segurou minha mão e foi comigo até a cozinha. - Que foi? Você tá diferente - disse me olhando de lado. Encostei na pia e a encarei, ela já me conhecia como  ninguém.

-Tô é? - tentei mudar de assunto.

-Aconteceu alguma coisa? - perguntou ligando o liquidificador e me encarou com os braços cruzados,.

-Não, só tô cansado - dei de ombros.

-Mas tarde faço uma massagem em você - piscou sorrindo de lado e eu beijei seu rosto.

Eu não menti, estava mesmo cansado e suas mãos eram de fada, tão suaves que me fizeram adormecer e relaxar.


Acordei horas depois com meu celular tocando. Levantei um pouco zonzo de sono e encarei a tela, era Junior, meu detetive e amigo. Atendi:

-E então cara, notícias boas?

-Ótimas..  Achei o casal, estão morando em Goiânia, numa chácara perto de Trindade.

-Rapaz o negócio vai ser chegar lá... - sorri nervoso passando a mão na cabeça quando vi Ana entrar no quarto com duas taças onde tinha o mousse que ela tinha feito.

-Pelo menos já encontramos.

-É verdade, vou resolver isso o quanto antes - falei com cuidado já que Ana me olhava curiosa - Valeu mesmo cara, depois a gente conversa. Abraço.

-Chegar aonde?- Ana perguntou de cara, sem nem esperar eu desligar o celular direito. 

-No local do show de sábado, é bem isolado - falei a primeira coisa que veio a minha cabeça.

-Como você sabe disso?

-Me falaram - disse sem jeito coçando a cabeça nervoso - Esse é meu? - apontei pra taça direita e ela sorriu.

-Aham, vê se tá bom - me entregou e eu provei.

-Está uma delícia.

-Mesmo? - apenas assenti colocando outro punhado na boca.


Uma semana depois estava a caminho de Goiânia, Ana outra vez não viajaria comigo, mas dessa vez, eu a convenci a ficar, precisava resolver isso que me atormentava diariamente. Diferente do que pensei, a chácara deles não era tão difícil de achar, além de ser bem conhecida na área. 

-Acho que é aquela - Rober apontou para um portão que estava logo a frente.

-Não pode ser - disse boquiaberto, o lugar era incrível, parecia cenário de filme. Isso explicava o motivo deles não quererem a filha com alguém de família tão humilde como a de Jonas.

-É aqui mesmo - ele disse conferindo o nome do local - Tá preparado?

-Acho que sim - disse respirando fundo.

Fomos recebidos pelos caseiros do local, eles nos levaram pra dentro sem muitas perguntas, afinal, eu era o Luan Santana. Ficamos na sala esperando os donos da casa descerem e isso não demorou muito a acontecer.

-Pois não? - uma senhora extremamente elagante parou ao meu lado, seu esposo estava logo atrás.

-Senhora Olga?- me levantei para cumprimentá-la

-Luan Santana - estendeu a mão e eu apertei sem muita força - Esse é meu marido Osmar.

-Muito prazer- o cumprimentei.

-É todo meu - ele disse se sentando no sofá que estava de frente para mim, depois de cumprimentar Roberval.

-No que podemos ajudar?

-Então...- outra vez senti receio em começar a falar sobre o assunto, mas já estava ali... - Vocês moram aqui sozinhos? 

-Não, com os caseiros, empregados, todos moram aqui - dona Olga respondeu e eu sorri nervoso.

-Claro, digo... não tem filhas? Ou filho...

-Não - Osmar respondeu com uma expressão mais séria.

-Tem certeza? - insisti.

-Já disse que não. - ele respondeu mais nervoso

-Mas... eu conheço a filha de vocês - falei de uma vez e observei o senhor ficar vermelho de raiva.

-NÓS NÃO TEMOS FILHA LUAN. - falou mais alto - Se o assunto é esse, pode ir embora - apontou para a porta.

-Não é pela dona Maria, é pela filha dela, a neta que não quiseram conhecer.

-Nem queremos.

-Mas... é a neta de vocês.

-Isso não te diz respeito.

-Lógico que diz, é a minha esposa e a família que ela tem o direito de conviver.

-Basta, ponha se pra fora dessa casa! - Olga levantou irritada - Como ousa vir de longe nos atormentar com essa história que apagamos de nossas vidas a tempos?

-Mas...

-Mas nada! Não temos contado e não queremos ter. Isso não é da sua conta, são motivos nossos. Se tiver ao menos um pouco de dignidade, respeite nossa opinião e vá embora agora! - se exaltou e Rober levantou.

-Vamos Luan.

-Não - também disse irritado - Eu não vim aqui a toa, vocês terão que me ouvir - disse convicto.

-Só porque é famoso acha que pode tudo? - Olga perguntou - Está na minha casa e eu não te quero aqui. Então ou vai embora ou eu mando te tirarem a força.

-Tudo bem - me rendi e me levantei - Eu vou - encarei os dois - É realmente lamentável ver tanto orgulho junto. Tanta falta de amor. A Maria não é uma pessoa qualquer, é a filha de vocês, a filha que você gerou por nove meses - encarei Olga nos olhos e não deixei que ela dissesse nada - Tem seus motivos pra dizer que não tem mais filha? Quais são? Ela ter se apaixonado pelo cara que vocês não acharam ser o certo? Ela não ter seguido a vida como queriam? Cada um nasceu com uma missão e um destino traçado, isso homem nenhum pode influenciar e mudar. E queiram vocês ou não, vocês tem uma neta, que é linda e especial e conquistaria vocês fácil. - falei indo rumo a porta - A propósito, aquele Jonas que vocês discriminaram cresceu e soube sustentar a família dele. Ele sim é um exemplo! Não vocês que acham que são alguma coisa por terem dinheiro. Aliás, dinheiro não é tudo e também não trás felicidade, eu sei disso e posso falar. O que me deixa feliz é ter minha família comigo. Já vocês... o que têm? 

-Temos um ao outro - seu Osmar me olhou nervoso.

-E se acontecer algo com um de vocês? Quem vai ajudar? Seus serviçais? Não é a mesma coisa. Lamento que não tenham conhecido a verdadeira essência de ter uma família - cuspi as últimas palavras saindo dali de uma vez


Ana Julia

Liguei para Luan que não parecia nada bem, eu sabia e o conhecia o suficiente para saber isso. Comentei com Juliana sobre minha desconfiança e ela me aconselhou a ir atrás dele. Pensei e achei que seria uma boa ideia. Entrei em um site e comprei minha passagem, teria duas horas para arrumar tudo.

Horas mais tarde estava correndo pelos corredores do aeroporto, por pouco não perco meu vôo mas no fim deu tudo certo. Tudo que eu queria era chegar, ver o que estava acontecendo e tentar ajudar. Odiava ver meu marido pra baixo, acabava comigo.

Assim que desci em Belo Horizonte liguei pro Rober que se surpreendeu quando eu disse que estava ali, ele me falou o hotel em que estavam e eu peguei um táxi até o local. Antes de descer vi que tinha algumas fãs em frente ao hotel e quando eu desci vieram todas pra cima de mim.

- Oi gente - falei pegando minha bolsa enquanto o taxista pegava minha mala.

-Ana a gente tava falando de você.

-Falando o quê?

-Que você podia engravidar logo.

-Ai gente, eu e Luan fizemos um mês de casado semana passada, tá muito cedo pra pensar em filho, não acham?

-Naaaão - elas falaram juntas e eu ri.

-Isso vai acontecer mas não agora tá? Vamos tirar fotos?- sugeri e elas começaram a se ajeitar animadas.

-Vamos deixar a Ana subir né? - Well apareceu na porta com a cara séria e eu cheguei a me assustar.


Tirei foto com mais um grupo e então elas se afastaram pra eu passar. Me despedi delas e entrei no hotel, Well pegou minha mala e me levou até o quarto do meu cantor.

-Quando Rober disse que você estava aqui em não acreditei - ele confessou me abraçando com força. Realmente, algo errado estava acontecendo.

-Precisava ter certeza de que estava bem.

-Por que tá dizendo isso? - ele perguntou pegando a mala das mãos do segurança - Valeu Cirilo - se despediu do Well e fechou a porta. 

-Porque eu percebi pela sua voz que você não tá muito bem.

-Ah amor, é bobagem. Só não acordei muito animado hoje - confessou sentando na cama.

-Mas aconteceu alguma coisa? - perguntei parando em sua frente e ele negou.

-Agora estou melhor porque você tá aqui - ele me puxou e me fez sentar no seu colo - Sei que deve estar cansada da viagem, acabou de chegar... mas será que você iria num lugar comigo mais tarde?

-Aonde? 

-Um lugar - disse misterioso.

-Acho que sim - sorri meio curiosa.

-Então deita e descansa um pouco que daqui a pouco nós vamos e de lá a gente viaja pra outra cidade do show de hoje, pode ser?

-Pode, aonde é o show mesmo? 

-São Paulo, eu ia até ligar pra você ir - riu me apertando mais.

-Somos ligados por telepatia - pisquei pra ele que concordou.

Deitei com ele na cama e acabamos dormindo um pouco. Quando acordamos foi só o tempo de comer e sair, não pude nem tomar banho e trocar de roupa. Achei estranho aquela pressa toda e tudo que Luan falava é que se enrolássemos, não daria tempo. Mas.. tempo de quê? Eu pensava ainda mais curiosa.

Entramos na van e fomos rumo ao aeroporto. Eu jurava que o local que ele me levaria seria ali mesmo, mas pelo jeito não era. Então, devia ser em São Paulo. Mas ele disse que primeiro iríamos num lugar e depois pra cidade do show. Então deviam ser cidades diferentes mas em São Paulo. Concluí enquanto tentava descobrir aonde ele estava me levando.

Dentro de uma hora chegamos ao nosso destino.

-Aonde estamos?

-No Rio.

-Rio? - perguntei surpresa.

-É, e precisamos ser rápidos.- me puxou pela mão.

Dentro da van eu tentava imaginar o que estávamos fazendo ali, Luan estava sério, um pouco aflito e isso era muito estranho. Entrelacei nossos dedos e ele sorriu pra mim. Quando a van virou em uma rua senti as mãos dele começarem a suar frio.

-Amor, tá tudo bem? - perguntei e ele apenas assentiu. Aquilo estava muito, muito estranho.

E então a van parou em frente a uma casa bem simples, olhei pela janela e vi uma senhora regando suas plantas, ela olhou pra van e sorriu vindo abrir o portão. Luan olhou pra mim e estendeu a mão. Segurei ainda sem entender aonde estávamos e quem era aquela senhora. Desci da van e a encarei, na mesma hora ela começou a chorar.

-Luan, quem é essa mulher? - perguntei em seu ouvido e ele me abraçou - É sua fã? 

-Não amor, vem cá - foi comigo até dentro da casa e a senhora sorria pra mim.

-Oi, tudo bem com a senhora? -  perguntei sem jeito tentando entender porque ela estava chorando.

-Tudo ótimo querida, vem vamos entrar.

Entramos na casa e eu continuava sem entender absolutamente nada. Que diabos eu estava fazendo ali? 

Entrei e me sentei no sofá. A senhora falou pra ficarmos a vontade e foi até a cozinha, Luan então virou-se para mim.

-Amor,espero não estar me metendo demais e espero que não fiquei chateada comigo. Aqui é a casa dos seus avós paternos, e aquela senhora é a sua avó - ele falou segurando minha mão e eu arregalei os olhos aflita. Aquilo não podia ser verdade.

Notas da Autora:
Chegueeei chegando. Só porque reclamei vocês comentaram bastante, é por isso que amo vocês e amo escrever. Mas e aí? Será que Ana vai matar o Luan? kkkk Pode ser que sim, pode ser que não, afinal é família e isso acaba amolecendo nossos corações.. Nesses capítulos assim, vamos acabar tendo as duas narrações, mas logo voltamos ao velho esquema de um ser narrado pelo Luan e outro pela Ana.. Prepara que tô preparando várias, várias emoções.

PS; comentários respondidos.



6 comentários:

  1. Socorrinho! Dona Olga e o sr. Osmar são bem orgulhosos. Mas depois de tudo o que o Luan disse. Eles devem no minimo ter reconsiderado à ideia, nem que por alguns instantes.
    Já a Ana conhecer os avós? Que puta choque. Mas vamos esperar, né. Matar o Luan ela não vai por não querer viuva. Sem contar que a emoção vai tomar conta, e vai ser algo bem interessante!
    Aguardando muito o próximo capítulo!
    Beijão, Xará! Continue divando!

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    1. Será que eles vão reconsiderar? Seria ótimo, mas nem tudo são flores kkkk
      Um puta choque mesmo, agora é esperar pra ver a reação dela. Matar ela não vai mesmo, mas rancar o Luan Jr... kkkkkkkkkk
      Bjs xará linda

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  2. Dona Olga e Seu Osmar são duros na quedas. Mas acredito que aquelas palavras do Luan pra eles devem fazer eles repensarem. Acho que Ana vai ficar emocionada não deve brigar o Luanzinho não.kkk Queroo maisss. . . Bjinhos!

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    1. Parecem não ter coração não é? Mas existem horas que o sentimento fala mais alto. Bjinhos

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  3. Continua, acho que ela vai ficar feliz em conhecer os avós dela,perfeito.

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