3 de junho de 2015

Capítulo 117

Ana Julia

Luan estava ocupado com a churrasqueira então eu mesma fui abrir a porta. Ao abrir me deparei com um casal que eu nunca tinha visto na vida, devia ter errado de casa, pensei. Minha sogra estava logo atrás deles com seu Amarildo ao lado.

-Oi, posso ajudá-los? - perguntei educada enquanto os dois me encaravam estáticos.

- A gente que autorizou eles entrarem - dona Marizete explicou - Eles se apresentaram como seus avós - ela falou e eu senti minhas pernas endurecerem. Luan imediatamente parou do meu lado.

-O que vocês estão fazendo aqui? - ele falou de maneira rude e eu o encarei sem entender.

-Luan nós pensamos melhor...

-Pensaram? Doeu né? Ouvir tudo aquilo? - ele falou me segurando pela cintura e eu encarava aquilo sem entender nada.

-Meu filho não piora as coisas - dona Marizete o encarou.

-Viemos por você, Ana. Só por você - a senhora olhou pra mim e eu a encarei sem saber o que falar.

-Eu.. não tô entendendo nada, alguém pode me falar o que tá acontecendo? - olhei pro Luan e ele me abraçou mais forte.

-Eu também fui atrás deles, mas diferente dos seus avós paternos, eles me colocaram pra fora e bateram o pé dizendo que não queriam contato.

-Mas a gente se arrependeu de ter feito isso e agora estamos aqui, pra te pedir desculpa por todos esses anos - a senhora falava já quase começando a chorar.

-Quem deixou vocês entrarem ein? - Luan perguntou nervoso.

-Esbarramos com eles lá na porta e eles falaram que eram avós da Ana - minha mãe deu de ombro.

-Por favor Luan, a gente tá aqui, querendo conhecer sua esposa, não era isso que você queria?

-Mas agora é um pouco tarde, não acho que vocês vão fazer bem a ela como os outros avós.

-Para Luan - coloquei minha mão em seu peito e ele me encarou.- Vem, entrem - eu falei abrindo mais a porta e eles se encararam antes de entrar na minha casa.- A gente tá fazendo um churrasco lá na área de lazer, leva eles lá pra mim, sogra? - pedi e ela assentiu acompanhando os dois junto com meu sogro.

-Amor, isso não vai dar certo - Luan me olhou.

-Não é por ninguém, é pela minha mãe. Você viu como ela ficou?

-Mas esses dois não são como seu Olavo e dona Maria.

-Mas já que estão aqui vamos ver se resolvemos tudo - segurei as mãos dele.

-Como está se sentindo?

-Não sei... - encarei ele tentando entender e digerir tudo. Por incrível que pareça eu não estava pensando e sentindo nada. Meus pensamentos estavam na minha mãe, e por falar nela... -Amor, vamos logo lá - puxei Luan pela mão e fui até onde todos estavam.

Quando parei na porta vi meu avó Olavo nervoso falando um monte de coisas pros meus avós que tinham acabado de chegar. Ele dizia coisas como "a culpa foi de vocês, vocês que não souberam aceitar ter uma filha namorando alguém que não tinha condição". Olhei pra minha mãe e ela estava estática observando a cena, mas meu pai estava ao seu lado, a amparando.

-Luan, faz alguma coisa - cutuquei ele vendo meu avó Olavo continuar falando mil e uma coisas, chegando a ficar vermelho. - O que aconteceu? - perguntei pra minha sogra.

-Quando seu avó viu ele levantou e começou a falar um monte de coisa.

-Luan, faz alguma coisa - falei de novo ao ver que ele estava ficando cada vez mais nervoso.

-Vamos parar ok ?- Luan falou alto mas meu avô ignorou continuando falando sem parar.

-Eu não vou ficar no mesmo lugar que esses dois, eles estragaram a vida do meu filho, eles estragaram a minha vida. É tudo culpa deles, se não conhecíamos nossa neta foi por eles.

-Chega! Não vou ficar escutando bobagens - meu outro avô se manifestou - Se não conheceram foi opção de vocês, não culpe nós dois não. O que não queríamos era que nossa filha ficasse com um cara que não tinha condição de dar a vida que ela merece, além do medo dele ser um oportunista.

-OPORTUNISTA É VOCÊ! MEU FILHO TEM CARÁTER. CA RÁ TER.

-JÁ CHEGA - Luan falou outra vez e minha avó Maria colocou a mão no ombro do meu avô Olavo. -Vocês não são crianças, vamos tentar resolver tudo e não piorar as coisas.

- Isso mesmo - minha sogra tomou a frente. - Eu não sei direito o que aconteceu mas pelo que entendi as duas famílias não se batem. Que bobagem é essa? Dona Maria e seu Jonas são casados a anos, tem uma filha linda e super bem educada, porque vocês não aceitaram mesmo essa união? Olhem pros dois, firmes e fortes. Isso é motivo de orgulho. Brigar por status? Sério isso? Ainda mais vocês que viveram na época em que casamento é base primordial, sabem como é hoje em dia, como a importância diminuiu, deviam estar felizes por verem que os filhos de vocês amadureceram e então bem e juntos, independente da vontade de vocês - todos olhavam atentos para minha sogra - Eu tive o Luan com 18 anos, era muito nova e mesmo assim tive apoio e hoje sou feliz. Família é pra isso, para apoiar, incentivar, ajudar. Essa briga tem que acabar agora! - ela falou encarando os quatro.

-Eu sempre disso isso pro Olavo - minha avó Maria comentou - Infelizmente ele percebeu muito tarde.

-Nós não fizemos por mal - meu avô Osmar comentou - Só queríamos o melhor pra nossa filha.

-E tivemos o melhor - minha mãe enfim se manifestou. - A gente se amava demais e eu não me arrependo de nada. Jonas sempre fez tudo pra me agradar e ralou muito pra me dar o melhor. Nossa filha não passou dificuldade, graças a Deus e eu fui muito feliz, tirando a saudade que me acompanhou por todas essas décadas.

-Filha..- minha avó Olga foi em sua direção e a abraçou - Desculpa meu coração de pedra, desculpa por tudo. Nós te amamos demais e quisemos decidir seu futuro.

-Eu sei, eu sou mãe e sei bem como é. - ela falou chorando.

-Luan falou tanta coisa pra gente que nos fez mudar de ideia, você é tudo que temos, nossa única família.

Outra vez caí em pratos. Aquilo só podia ser um sonho, um sonho maravilhoso. Ver meus pais felizes com suas famílias... ver tudo se acertando. Eu nunca imaginei que alcançaria isso um dia. Me afundei no braço do Luan e continuei chorando. Ele alisava minhas costas devagar.

- Agora tudo se resolveu querida - minha sogra passou a mão no meu cabelo e eu a olhei agradecendo.

Luan voltou a tomar conta do churrasco e eu fui pra cozinha fazer o resto das coisas com minha sogra, meus pais tinham muitas coisas pra conversar com os pais deles.

-Como se sente, querida? - dona Mari perguntou me olhando de lado,

-Realizada - falei sorrindo - 22 anos depois e olha só o que tá acontecendo, eu queria tanto ir pra casa das minhas avós nos finais de semana, queria tanto ser mimada como minhas amigas eram...- falei voltando a chorar e ela me abraçou chorando junto.

-As coisas acontecem na hora e no tempo de Deus, querida - ela continuou me abraçando - A gente não entende porque as coisas acontecem assim, porque depois de tanto tempo... Mas Ele sabe!

-A senhora tem razão - concordei saindo dos seus braços.

-Agora vocês tem que aumentar a família - sorriu piscando e eu neguei rindo.

Terminamos o almoço e todo mundo almoçou tranquilamente. Meus avós paternos mal dirigiam a palavra aos meus avós maternos, mas ao menos estávamos na mesma mesa, comendo sem discutir, e isso era motivo pra comemorar. Olhei pra Luan sorrindo que beijou minha mão e voltou a comer.

-Nossa essa cebola está maravilhosa - meu avô Osmar elogiou.

-Super fácil de fazer, depois posso ensinar se quiser - Luan respondeu gentilmente. Eu sabia que ele só não queria ser grosso, mas que ainda tinha um pé atrás com meu avó materno.

-Claro, quero sim.

Continuamos o almoço sem falar muita coisa, porém eu estava feliz. Muito feliz!

-Comi demais - Luan falou me abraçando de lado - Preciso fazer um exercício pra perder tudo que ganhei hoje - cheirou meus cabelos - Pode ser aquele lá?

-Ai amor, só pensa nisso - ri empurrando ele que gargalhou.

Peguei a sobremesa pra eles mas não quis comer, assim como Luan, eu tinha comido bastante. Ele pediu licença e se levantou estendendo a mão pra mim.

- Vou lá em cima com Ana, fica de olho aí - ouvi ele cochichar pra mãe dele que assentiu sorrindo.

Subimos a escada de mãos dadas, ele mexia no celular e eu o encarava de lado. Presente maior do que estar casada com ele, não tinha, sem dúvidas!  Entramos no nosso quarto e ele sentou na cama me puxando pro seu colo.

-Muitas surpresas pra um dia ein.

-Nem fala amor, e isso tudo graças a você.

-Desculpa se me meti demais, mas tudo aquilo que minha mãe disse hoje, foi o eu aprendi desde cedo. Família é família e eu acho inadmissível alguém se negar a conhecer a própria neta. Ainda mais eu, que perdi minhas avós muito cedo e que sinto uma saudade infinita delas. - falou prendendo as lágrimas - Foi por isso que eu fui atrás.

-Se eu sabia que fosse se esforçar tanto, tinha te contado muito antes - falei selando seus lábios.

-Devia mesmo viu gatinha, saber disso depois do casado foi meio tenso.

-Por quê? - perguntei sem entender.

-Deu a impressão que não te conhecia como achei que conhecesse.

-Que bobagem Lu. você me conhece como ninguém, só não sabia do meu maior segredo. Mas agora não existe mais nada, nenhum segredo entre a gente.

-Muito bom saber disso - cheirou meu pescoço - Vamos tirar uma foto - pegou seu celular e apontou pra nós dois que tiramos uma foto nos beijando. Seus fãs iam a loucura com fotos assim.

Se os homens são todos iguais, esse aqui te ama demais! @AnaJu

-Awn amor, eu também te amo demais - falei quando li a legenda que ele tinha colocado. - Sabe o que sua mãe me disse hoje? - perguntei e ele ergueu a sobrancelha - Que temos que aumentar a família - sorri colocando meu cabelo de lado.

-Sabe que tô começando a concordar com isso? - disse me pegando de surpresa.

-Sério?

-Sim gatinha. Como eu disse, quando eu tava atrás de resolver tudo eu lembrei da minha avó. Ela me dizia pra correr atrás dos meus sonhos mas não deixar de lado o principal, que era me casar com a pessoa certa e ter filhos.

-Mas tá tão cedo, amor...

-Já faz um mês que estamos casados, o bebê demora 9 meses pra nascer... a gente pode ir tentando - jogou meu cabelo pro outro lado fazendo eu me arrepiar.

-Será? - perguntei receosa.

-Você não quer?

-Não é isso, eu quero. Mas.. não sei se estou preparada.

-E você acha que eu estou? A gente aprende junto.

-É... Você tem razão, acho que tá na hora de fazermos a vontade de todos - joguei ele na cama e subi em cima dele.

-Uau. Agora?

-Vamos começar nossas tentativas - mordi sua orelha já começando a tirar sua blusa.

-Sua família inteira tá aí, meus pais também...

-Vou gemer baixinho - sorri maliciosa pra ele que imediatamente, começou a ficar excitado.

Notas da Autora:
BOTOU MORAL SOGRINHAAA! E no fim deu tudo certo, que lindo!! 
Muitas de vocês disseram ficar emocionadas com o capítulo passado, espero que tenha o mesmo efeito nesse. Agora vamos mudar o foco, hora de pensar no bebê, será que ela engravida na primeira tentativa? Prepara o coração que muita coisa vai acontecer...

PS: comentários respondidos.
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16 comentários:

  1. Cada dia que passa a fic fica mais perfeita. Espero que eles consigam fazer o bb logo.

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    1. Perfeita são vocês. Posso garantir, que tentativas vão ter, várias kkk

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  2. O que ta aprontando mulher? Ahhaha @natycaprioli

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  3. Capitulo top, tem que vim bebê logo viu?? Lindo demais .. Não quero que essa fanfic acabe tão cedo Gih.

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  4. ai que cap !!!eun acho que ela vai engravidar na 1 primeira n eu acho q vai demorar cont
    cátia

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Perfeita são vocês, que bom que alcançou a gente, e seja bem vinda!!

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  6. Que lindo 😍
    Agora todos felizes hahaha 💕👏🏼👏🏼
    Agora só falta o bebê chegar kkkkk 😍
    To amando, continuuuuuua 😱😱🙈

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    1. Agora é saber se esse bebê vem logo ou se vai demorar hahaha

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  7. Quero maaaais ��
    @brilhaluanjo

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