10 de julho de 2015

Epílogo ( Escolha 2 )

Luan Rafael

Minha cabeça girava e eu não conseguia pensar em nada, meu corpo foi tomado por uma sensação ruim e por mais que eu rezasse muito em pensamento tinha medo de que o pior acontecesse. As horas, os minutos, os segundos se passavam vagarosamente e a angústia só aumentava. Quando vi o médico se aproximando, senti um calafrio até a espinha e embora esperasse por respostas, no fundo tinha medo delas:

-Sinto muito - o doutor falou e eu senti um nó formar-se em minha garganta - Sua esposa teve uma hemorragia e infelizmente... nós não conseguimos fazer nada.

-Não, isso não aconteceu, eu não posso acreditar que a perdi pra sempre, não , não , não - falava aos prantos sentindo vontade de gritar, chorar, sumir.. morrer.

-Sinto muito - o doutor falava comovido - Ela não resistiu, mas a criança está bem.

Nada daquilo fazia sentido pra mim, do que valia Luana sem a Ana? Do que valia o meu casamento sem Ana? Ela estava bem, estava feliz, era jovem e saudável. Eu não conseguia acreditar, eu não queria acreditar. Minha mãe me abraçou tentando me consolar mas não adiantava, a única coisa que resolveria era se Ana aparecesse ali me dizendo pra ficar calmo, me dizendo que íamos ser felizes por muito tempo. Mas isso não aconteceu.

Alguns minutos se passaram e eu já não chorava mais. A mãe da Ana estava desesperada e o pai nem se fala, os dois choravam e tentavam um acalmar o outro. A dor que eu sentia continuava enorme no meu coração e eu continuava sem rumo. Minha mãe segurou minha mão e disse que eu não podia ficar daquele jeito, que Ana ia querer me ver feliz. Mas como? Como ser feliz sem ela?

-Vamos ver sua filha? - minha mãe perguntou e eu a encarei sem saber o que falar.

-Não, eu quero ver minha mulher. - falei levantando e indo a procura do médico.

Permitiram que eu a visse, e me acompanharam até o necrotério do hospital, eu mal podia acreditar que estava indo naquele lugar a procura da pessoa que mais amei na vida. O Doutor parou do meu lado antes de abrir o grande saco preto, me olhou como se perguntasse se eu queria mesmo aquilo, e então eu assenti. O saco se abriu e eu voltei a chorar imediatamente. Era minha mulher, ela estava morta e eu nunca mais a veria.

Dois dias depois, quando voltava de seu enterro, aonde encontrei os avós que ela tanto amava e pouco conviveu, recebi a notícia de que Luana já poderia ir pra casa. Pedi pra que minha mãe passasse no hospital e levasse ela pra casa deles , enquanto isso, fui para minha, pois precisava de um tempo sozinho, tentando digerir tudo, tentando aceitar. Mas como viver sem ela? Como aceitar que ela se fora para sempre? Como aceitar que ela sequer tinha realizado o sonho de ser mãe? Aquela altura do campeonato eu já nem tinha mais lágrimas pra chorar. Muito menos força.

Sentei no sofá exausto e encarei nossa foto do casamento em cima da mesa redonda que ficava ao lado do sofá. Peguei-a nas mãos e passei os dedos na imagem como se pudesse tocá-la uma última vez. Fechei os olhos e me lembrei dos acontecimentos contados na foto, o seu sorriso lindo. Sua felicidade estampada que eu nunca veria mais.

Ouvi a porta se abrir e olhei assustado pra ver quem era. Minha mãe entrava com minha filha no colo e atrás vinha Bruna e meu pai, meio tristes e felizes ao mesmo tempo pela nova integrante da família.

-Olha quem chegou - minha mãe veio pra mais perto e eu não sabia bem se queria a ver. Desde que Luana nasceu eu não tinha a visto, exceto na sala de parto, depois de toda aquela cena, que insistia em se repetir na minha cabeça centenas de vezes. Eu não vi minha filha, tampouco peguei-a no colo. Pra ser sincero nem queria vê-la naquele momento. Pensava que ao receber sua vida, ela tivesse tirado a vida de outra, da minha mulher. Se não fosse pela bebê tudo seria diferente agora, estaríamos felizes, sorrindo, brincando como fazíamos. Mas aquela criança levou tudo isso embora. E era isso que eu sentia.

Como eu poderia amar minha filha? Como poderia perdoa-la? E como olharia pra ela e carregaria ela no colo sem lembrar  que ela era a culpada da morte da minha Ana? Eu sabia que estava errado pensando dessa forma, sabia que não era culpa dela, mas como acalmar meu próprio coração? Como dizer adeus a minha esposa e logo em seguida receber um bebê? Logo eu que não sabia absolutamente nada de criança, tampouco sabia ser um pai.

-Tira ela daqui - falei nervoso e subi pro quarto deixando meus pais me olhando com uma cara mista entre preocupação e tristeza.

Subi pro nosso quarto e abri o nosso guarda-roupa. Suas roupas ainda estavam ali arrumadinhas como ela sempre fez questão de deixar. Peguei uma a uma e tentava lembrar de quando tinha visto Ana usando-as. Algumas delas ela sequer tinha usado, porém eu imaginava como ficaria em seu corpo perfeito.

Passei horas fazendo isso, e só me dei conta quando a porta do quarto se abriu e eu tive que encarar o pai dela ali, na minha frente. Me olhou com pena e começou a chorar sem termos trocado uma só palavra. O olhei sem saber o que fazer e sentei na cama tentando não chorar.

-Você já viu a Luana? - ele perguntou tentando parar de chorar - Digo, agora? - assenti e respirei fundo, aquele nome trouxe de volta todos os sentimentos ruins - Ela se parece muito com Ana, não acha? - virei o rosto para o lado, eu não queria ouvir nada em relação aquela criança. - Ela é linda - ele continuou tentando forçar alguma palavra minha.

-Sinto muito, não quero falar sobre Luana - falei o encarando.

-Ela não tem culpa.

-Eu sei, mas não consigo. Ainda não.

-Ana ia querer que você cuidasse dela.

-Eu não posso, eu não sei cuidar nem de mim direito.

-Se não faz por você, então faça por sua esposa. Ou acha que ela ficaria feliz em vê-lo renegando a própria filha?- ele sabia tocar bem na minha ferida. - Ana ia querer que você tomasse sua filha nos braços e cantasse pra ela dormir . Você não pode dizer não à ela.

-Você não entende - disse voltando a chorar - Eu não consigo. Eu sei que Ana espera mais de mim, mas eu não posso olhar pra ela sem lembrar de tudo que aconteceu. Não posso olhar pra ela e lembrar que agora sou um viúvo. Eu não consigo.

-Então se esforce Luan, ela é a sua filha - ele falou se levantando e colocando a mão em meu ombro -É maravilhoso ser pai - ele sorriu emocionado - E também dói muito perder a única filha - falou saindo do quarto me deixando sozinho.

Quatro meses depois...

Passei quatro meses dentro de casa, sem sair pra canto algum. A saudade me sufocava de um jeito que eu jamais serei capaz de explicar. Eu via Ana em todo canto da casa, e sorria sozinho como se ela realmente estivesse ali. Nesse tempo não fui capaz de ver Luana, e tinha medo de conhecê-la. Foram 4 meses sem ver minha filha, minha própria filha, porque eu simplesmente ainda não conseguia.

Minha carreira estava estacionada, eu ainda não tinha conseguido voltar a cantar e todos entendiam. Não era uma decisão que levaria pra sempre, mas ainda não me sentia preparado para voltar a vida de antes, sem ela...

Minha mãe me visitava todo dia, cuidava pra que eu comesse e como mãe, ela não falhava nisso, só saia depois de ver que eu tinha comido tudo que ela preparara. Sempre trazia uma novidade nova de Luana, que ela chorava muito devido as cólicas e que a cada dia, trazia mais traços de Ana em sua feição. Além disso disse que ela já ficava sentada e que estava cada vez mais gordinha. Eu sorria mesmo sem querer saber daquelas notícias.

Sentei no sofá da sala e enchi meu copo de uísque. Era como se a bebida me fizesse esquecer de tudo, e era por isso que eu bebia muito, passava mal direto, mas como não tinha ninguém, eu mesmo me cuidava e limpava meus vômitos quando eu exagerava.

-Amor - senti as mãos de Ana me chacoalhando - Você bebeu de novo? - ela falava me dando sermão e eu a encarava perplexo.

-Você tá viva? Você não morreu, você... - eu falava eufórico a abraçando.

-Não amor, me escuta. - ela falava enquanto eu a apertava. - Eu estou muito preocupada, você tá bebendo demais.

-Eu juro não beber nunca mais, eu te amo tanto, não me deixa mais sozinho, eu não sou ninguém sem você, eu mal existo, eu..

-Lu, me escuta amor, a Luana não tem culpa, você não pode virar as costas pra ela.

-Mas não importa, agora você está aqui, vai me ajudar a cuidar dela, seremos felizes...

-Amor não estou aqui. Você vai ter que fazer isso sozinho, e eu confio em você.

-Não Ana, você está aqui e...

-Luan - ela segurava meus braços.- Não importa onde eu esteja, eu sempre vou ser sua esposa, sempre vou ser a mãe da Luana e sempre vou amar vocês, mas eu preciso que faça algo por mim - ela pediu com os olhos brilhando - Eu preciso que cuide da nossa filha, preciso que fale pra ela de mim,que mesmo sem ela ter me conhecido, eu a amo e sempre vou amá-la. Fala pra ela que nós lutamos muito pra tê-la e que infelizmente eu não pude cuidar dela em vida, mas que sempre cuidarei em espírito. Reage meu amor, eu preciso que você reaja. - chorava na minha frente e eu não sabia o que fazer - Cuida da nossa menina, traz ela pra nossa casa. Eu sei que você é capaz - pousou sua mão sobre a minha. - E por favor não pare de cantar. Suas fãs precisam de você, elas sentem sua falta. Eu te amo pra sempre.

Acordei atordoado com o sonho. Mas valeu poder toca-lá ao menos uma última vez, mesmo que em sonho. Olhei em volta e fiquei pensativo sobre suas palavras. Agora era a hora de eu encarar a realidade. Minha filha precisa de um pai, eu sabia disso. Na verdade, eu sempre soube. Mas agora era diferente, Ana mesmo tinha me pedido pra cuidar dela, eu não podia negar isso à ela. Eu tinha que me esforçar.

Tomei um banho e tirei a minha barba que estava muito mau feita devido ao meu descuido. Vesti uma roupa mais apresentável e encarei o meu reflexo no espelho. Sentia uma coisa boa dentro de mim, uma nova esperança, e eu sabia que era por causa da Ana. Passei um perfume e procurei a chave do meu carro.

Em minutos cheguei a casa dos meus pais que estranharam me ver ali, depois de tanto tempo.

-Onde está Luana?- perguntei antes mesmo de cumprimentar todos e eles me olharam surpresos e felizes ao mesmo tempo.

-Está no quarto dela dormindo - minha mãe respondeu.

-Posso vê-la?

-Mas é claro meu filho - ela levantou vindo animada na minha direção.

Subi a escada com um receio, não sei se estava preparado pra encarar minha filha. Não sei como reagiria. Não sei se já estava disposto a encarar ela com um outro olhar. Mas Ana pediu pra que eu cuidasse dela, e eu tinha a missão de falar dela pra nossa filha, e então eu faria isso.

-Você vai ver como ela está a cara da Ana - minha mãe falou sorrindo abrindo a porta em seguida- Vou deixar vocês a sós.

Entrei no quarto e minha mãe fechou a porta atrás de mim. Me aproximei do berço e vi ela sentadinha brincando com os próprios pés. Luana olhou pra mim assim que me aproximei do berço ainda receoso e sorriu me quebrando inteiro. Automaticamente eu sorri também.



Uma sensação diferente tomou conta do meu corpo, eu sentia como se meu peito fosse preenchido por uma alegria nova. Nunca imaginei que um sorriso tão angelical mudaria tudo que eu sentia, tiraria aquela dor que eu ainda tinha, e me traria aquela paz sem igual. 4 meses tinham se passado e minha filha já estava maiorzinha, mais gordinha e como minha mãe disse, era a cara da Ana, ou mais, ela era a Ana purinha. Passei o dedo delicadamente em seu rostinho e ela agarrou meu dedo sorrindo pra mim de novo. Foi então que eu senti que eu podia ser melhor. Parei de ver Luana como um problema, e a vi como uma solução, uma alegria, uma esperança.

Eu não podia culpar aquele ser tão ingênuo. Eu não podia odiá-la. E é claro que eu nunca a odiei de verdade, eu só precisava de um tempo. Ah, um tempo, que não me curou por completo, mas me fez poder olhar pra minha filha e sentir o desejo de pegar ela no meu colo.

-Vem cá no papai - falei com ela esticando os braços - Não deve ser tão difícil pegar uma criança - falei praticamente sozinho e a peguei no colo com um receio enorme - Como você é molinha filha - deitei ela nos meus braços com todo cuidado do mundo - É, pois é, eu sou seu pai - falei brincando com sua mãozinha pequena - Me desculpa por ter virado as costas pra você. Eu não conseguia no começo.- ela me olhava como se entendesse cada palavra - Mas agora vai ser diferente viu? Você vai pra casa comigo e juntos vamos ser uma família, do jeito que sua mãe sempre quis - já estava chorando mas não secava meu rosto com medo de deixa-la cair - E por falar na sua mãe, tenho uma história pra te contar, sua mamãe mora no céu sabia? - perguntei e ela balbuciava algumas coisas incompreensíveis - E ela tá olhando pra gente agora, sorrindo muito por ver você no meu colo tão quietinha. - falava sentindo sua presença - Agora seremos nós dois princesa.

Foram minutos, rápidos minutos que me fizeram a amar incondicionalmente. Foi ali, conversando com ela que pude entender o que é ser um pai de verdade, e acredito que eu fui. Beijei sua testinha e outra vez ela sorriu, ganhando mais meu coração.

Ana faria falta eternamente, e isso eu tinha certeza. Meu amor por ela não era só pra vivermos aqui, na terra, era pra sempre, era para além da vida. Ela seria pra sempre minha. Por que ela me prometeu, ela disse no altar, ela PROMETEU QUE SERIA SÓ MINHA. Aqui ou em outra vida! Nada mudaria. E nosso amor nunca será esquecido, porque somos como duas peças de quebra-cabeça, que se encaixam perfeitamente, e que separadas não fazem sentido algum. Agora, Luana era a terceira peça, e ela se tornou a minha nova razão de existência. Mas eu ainda tenho esperança de que um dia, estarei com minha Ana, pra sempre!



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Epílogo ( Escolha 1 )

Luan Rafael

Minha cabeça girava e eu não conseguia pensar em nada, meu corpo foi tomado por uma sensação ruim e por mais que eu rezasse muito em pensamento tinha medo de que o pior acontecesse. As horas, os minutos, os segundos se passavam vagarosamente e a angústia só aumentava. Quando vi que o médico se aproximando senti um calafrio até a espinha e embora esperasse por respostas, no fundo tinha medo delas:

-Sua esposa teve uma hemorragia. Conseguimos reverter a situação, mas ela tá respirando com ajuda de aparelhos - uma mistura de sentimentos me invadiu, primeiro feliz por ela estar viva, mas ao mesmo tempo me desesperei por saber que ela ainda corria riscos.

-Ela vai ficar bem não vai? - perguntei com o coração apertado, ela tinha que ficar bem.

-Vamos torcer pra que sim.

Nada daquilo fazia sentido pra mim, do que valia Luana sem a Ana? Do que valia o meu casamento sem Ana? Minha mãe me abraçou tentando me acalmar. Do outro lado, dona Maria chorava abraçado ao seu Jonas.

-Vamos ver sua filha? - minha mãe perguntou e eu a encarei sem saber o que falar.

-Não, eu quero ver minha mulher.- falei levantando e indo a procura do médico.

Não permitiram que eu a visse mas eu não desisti, chorei e implorei que eles deixassem eu a ver ao menos de longe e eles deixaram. Entrei na sala e caí em prantos, queria vê-la alegre, sorrindo com aqueles dentes perfeitos que ela tinha, e não em uma cama, desacordada, respirando com ajuda de aparelhos.

-Vamos, você não pode ficar aqui muito tempo.

-Mas eu acabei de entrar.

-Você não pode ficar aqui - o médico falou e eu tive que saí. - Agora não tem muito o que fazer, temos que esperar ela acordar.

-Eu tenho que ficar com ela.

-Infelizmente não vai ser possível.

Minha mãe acabou me convencendo a ir embora, mas aquela seria a pior noite da minha vida, ou melhor, a primeira das piores, porque sabe Deus quando Ana acordaria, e pior, se ela acordaria. Mas eu não podia pensar no pior, eu jamais conseguiria viver sem ela, ainda mais cuidando de uma criança, que a propósito eu não tinha visto depois de tudo.

Dois dias depois, ainda preso dentro de casa, escuto o telefone tocando e corro com a esperança de ser uma notícia boa:

-Filho, estamos indo buscar Luana, vem com a gente.

Engoli em seco, apesar de ela não ter culpa, eu não queria vê-la. Me lembrar de todo desespero que passei na sala de parto não me parecia a melhor opção.

-Não vou mãe, mas será que pode ver com o doutor se posso visitar a Ana. Isso não é justo, eu não posso ficar sem vê-la.

Minha mãe não disse nada, se despediu de mim e desligou. Sentei no sofá exausto e encarei minha foto do casamento com Ana, em cima da mesa redonda que ficava ao lado do sofá. Peguei-a nas mãos e passei os dedos na imagem como se pudesse tocá-la novo. Fechei os olhos e me lembrei dos acontecimentos contados na foto, o seu sorriso lindo. Sua felicidade estampada que eu tanto sentia falta.

Um tempo depois, ouvi a porta se abrir e olhei assustado pra ver quem era. Minha mãe entrava com minha filha no colo e atrás vinha Bruna e meu pai, meio tristes e felizes ao mesmo tempo pela nova integrante da família.

-Olha quem chegou - minha mãe veio pra mais perto e eu não sabia bem se queria a ver. Pra sincero não queria vê-la naquele momento. Pensava que ao receber sua vida, ela tivesse tirando a vida de outra, da minha mulher. Se não fosse pela bebê tudo seria diferente agora, estaríamos felizes, sorrindo, brincando como fazíamos. Talvez seja esse o motivo de ela não ter engravidado antes, mas a gente quis e insistiu, e agora Ana estava a beira da morte.

Eu sabia que estava errado pensando dessa forma, sabia que não era culpa dela, mas como acalmar meu próprio coração? Como conviver com o medo de perder o amor da minha vida?

-Tira ela daqui - falei nervoso e subi pro quarto deixando meus pais me olhando com uma cara mista entre preocupação e tristeza.

Subi pro nosso quarto e abri o nosso guarda-roupa. Suas roupas ainda estavam ali arrumadinhas como ela sempre fez questão de deixar. Peguei uma a uma e tentava lembrar de quando tinha visto Ana usando-as. Algumas delas ela sequer tinha usado, porém eu imaginava como ficaria em seu corpo perfeito.

Passei horas fazendo isso, e só me dei conta quando a porta do quarto se abriu e eu tive que encarar o pai dela ali, na minha frente. Me olhou com pena e começou a chorar sem termos trocado uma só palavra. O olhei sem saber o que fazer e sentei na cama tentando não chorar.

-Você já viu a Luana?- ele perguntou sentando na cama - Digo, agora?- assenti e respirei fundo, aquele nome trouxe de volta todos os sentimentos ruins - Ela se parece muito com Ana, não acha? - virei o rosto para o lado, eu não queria ouvir nada em relação aquela criança. - Ela é linda - ele continuou tentando forçar alguma palavra minha.

-Sinto muito, não quero falar sobre Luana - falei o encarando.

-Ela não tem culpa.

-Eu sei, mas não consigo. Ainda não.

-Ana está viva Luan, e nada de ruim vai acontecer com ela. Acha que ela vai gostar de saber que você virou as costas pra própria filha?

-Eu não posso, eu não sei cuidar nem de mim direito.

-Se não faz por você, então faça por sua esposa. Cuida da Luana pra quando Ana sair do hospital ver que você cumpriu direitinho sua missão.

-Você não entende - disse voltando a chorar - Eu não consigo. Eu sei que Ana espera mais de mim, mas eu não consigo cuidar de uma criança sozinho.

-Como pode dizer isso sem sequer tentar ? Se esforce Luan, ela é a sua filha! - seu Jonas falou se levantando e colocando a mão em meu ombro -É maravilhoso ser pai - ele sorriu emocionado - Cuida da sua filha, nunca se sabe o dia de amanhã...

Quatro meses depois...

Foram quatro meses agonizantes, sem nenhum resposta positiva. Felizmente eu podia ir no hospital 4 vezes por semana, depois que a transferiram para um quarto, que eu enxia de rosas para quando ela acordasse. Meus fãs faziam campanhas de oração, e entendiam o meu afastamento dos palcos. Além disso,  foram 4 meses sem ver minha filha, minha própria filha, porque eu simplesmente ainda não conseguia.

Minha mãe me visitava todo dia, cuidava pra que eu comesse e como mãe, ela não falhava nisso, só saia depois de ver que eu tinha comido tudo que ela preparara. Sempre trazia uma novidade nova de Luana, que ela chorava muito devido as cólicas e que a cada dia, trazia mais traços de Ana em sua feição. Além disso disse que ela já ficava sentada e que estava cada vez mais gordinha. Eu sorria mesmo sem querer saber daquelas notícias.

De repente meu celular tocou, era o médico. Senti meu coração bater forte:

-Luan? Poderia vir ao hospital?

-Alguma notícia, doutor?

-Infelizmente não, mas preciso te falar algumas coisas.

Peguei a chave do carro e em minutos cheguei ao hospital. Me levaram até a sala do médico Gustavo e pela sua cara, o que eu escutaria não era nada bom.

-Luan, já se passaram 4 meses, ela não responde, está vivendo a base dos aparelhos mas achamos que ela não vai acordar mais. - falou e eu imediatamente comecei a chorar, negando tudo que ele falava - Poucas sobrevivem uma hemorragia, ela tá resistindo mas provavelmente não vai resistir tanto. Queríamos seu consentimento para desligar os aparelhos.

- VOCÊ ESTÁ FICANDO LOUCO? EU NÃO VOU CONSENTIR NADA. EU PAGO O PLANO DE SAÚDE DELA E VOCÊS NÃO VÃO DESLIGAR APARELHO NENHUM.

-Se acalma Luan, você tem que aceitar que a vida acaba para todos um dia.

-EU NÃO TENHO QUE ACEITAR. ELA NÃO ESTÁ MORTA.

-Mas vai ficar, não tem muita opção.

-Não, você não sabe o que está falando - levantei nervoso - ELA VAI FICAR BEM, NÃO É PRA DESLIGAR NADA TÁ OUVINDO? NADA - Falei desesperado e o doutor se levantou.

-Tudo bem Luan, tudo bem.

Saí dali inconformado com aquela proposta. Mas eu não desistiria da Ana tão fácil, e nenhum médico me convenceria do contrário. Ela ia sobreviver sim, e seríamos felizes pra sempre!

Sem saber que rumo tomar, peguei o carro e fui em direção a casa dos meus pais. Minha mãe abriu a porta assustada, não esperava me ver ali. Abracei ela chorando.

-O que foi meu filho?

-Eu não quero falar nada, só precisava da senhora.

-Vem querido, entra. - ela segurou meu braço e me levou até o sofá.

-Mãe, você acha que a Ana vai sobreviver? - perguntei aflito, sentindo um nó apertar minha garganta.

-Claro que sim meu filho, com fé em Deus ela vai sair dessa e vai cuidar da Luana com você - disse passando a mão em meu rosto. - Maria te ligou?

-Ligou ontem, disse que os avós de Ana querem vir vê-la

-E o que você falou?

-Eu falei que podiam, Ana ama aqueles avós dela - sorri limpando minhas lágrimas.

-Você sempre se esforçou pra agradá-la né, querido?

-Eu a amo muito mãe - falei voltando a chorar e minha mãe me abraçou.

Enquanto ela alisava minhas costas ouvi Luana começar a chorar, me afastei da minha mãe assustado e ela me soltou rindo.

-Acho que ela tá com fome - ela se levantou indo até a cozinha.

Foi então que analisei toda a situação. Eu tinha uma filha, e ela precisava de um pai, um pai que esteve ausente por 4 meses, que perdeu muitos momentos dela. Imagina o quanto Ana ficaria chateado comigo quando acordasse. Seu Jonas tinha mesmo razão.

-Onde está Luana? - perguntei assim que minha mãe voltou pra sala.

-Está no quarto dela.

-Será que eu posso levar isso? - perguntei apontando para a mamadeira que ela segurava na mão.

-Mas é claro meu filho - ela me entregou a mamadeira sorrindo.

Subi a escada com um receio, não sei se estava preparado pra encarar minha filha. Não sei como reagiria. Não sei se já estava disposto a encarar ela com um outro olhar. Não sei como pediria desculpas por tê-la deixado sozinha.

-Você vai ver como ela está a cara da Ana - minha mãe falou sorrindo abrindo a porta em seguida- Vou deixar vocês a sós.

Entrei no quarto e minha mãe fechou a porta atrás de mim. Coloquei a mamadeira em cima da escrivaninha e me aproximei do berço a vendo sentadinha, brincando com os próprios pés.

Luana olhou pra mim assim que me aproximei do berço ainda receoso e sorriu me quebrando inteiro. Automaticamente eu sorri também.



Uma sensação diferente tomou conta do meu corpo, eu sentia como se meu peito fosse preenchido por uma alegria nova. Nunca imaginei que um sorriso tão angelical mudaria tudo que eu sentia, tiraria aquela dor que eu ainda tinha, e me traria aquela paz sem igual. 4 meses tinham se passado e minha filha já estava maiorzinha, mais gordinha e como minha mãe disse, era a cara da Ana, ou mais, ela era a Ana purinha. Passei o dedo delicadamente em seu rostinho e ela agarrou meu dedo sorrindo pra mim de novo. Foi então que eu senti que eu podia ser melhor. Parei de ver Luana como um problema, e a vi como uma solução, uma alegria, uma esperança.

-Vem cá no papai - falei com ela esticando os braços - Não deve ser tão difícil pegar uma criança - falei praticamente sozinho e a peguei no colo com um receio enorme - Como você é molinha filha- deitei ela nos meus braços com todo cuidado do mundo - É, pois é, eu sou seu pai- falei brincando com sua mãozinha pequena - Me desculpa por ter virado as costas pra você. Eu não  conseguia no começo.- ela me olhava como se entendesse cada palavra - Mas agora vai ser diferente viu? Você vai pra casa comigo esperar a mamãe, que logo logo vai sair daquele hospital - já estava chorando mas não secava meu rosto com medo de deixa-la cair - E por falar na sua mãe, ela vai pirar quando ver que você puxou ela. Minhas fãs também, estão loucas pra ver seu rostinho - sorri alisando seu rosto.

Foram minutos, rápidos minutos que me fizeram a amar incondicionalmente. Foi ali, conversando com ela que pude entender o que é ser um pai de verdade, e acredito que eu fui. Beijei sua testinha e outra vez ela sorriu, ganhando mais meu coração.

-Luaan - minha mãe abriu a porta com pressa, estava com os olhos lacrimejados e me assustou com sua expressão. - O MÉDICO TÁ NO TELEFONE, PARECE QUE A ANA ACORDOU!

Entreguei Luana pra minha mãe e desci as escadas correndo pegando o telefone tremendo.

-É verdade isso, doutor? Ela acordou? - perguntei já emocionado.

-É verdade, e me desculpa por ter falado pra desligarmos o aparelho, você estava certo.

-EU.. EU TÔ INDO PRAÍ AGORA.

Peguei a chave do carro e voei até o hospital, agora sentia meu coração mais livre, com mais esperança. Eu sabia que ela ficaria bem, eu sabia que tudo daria certo.

Cheguei no hospital e me levaram direito pro quarto dela, que abriu um sorriso enorme assim que me viu entrando. Ajoelhei-me do lado da sua cama e beijei sua mão um monte de vezes. Ela alisou meu rosto sorrindo e eu comecei a chorar.

- Eu te amo, sabia? Eu te amo muito. - falei e ela sorriu assentindo.

-Eu também amo você!

A porta do quarto se abriu, e a minha sogra entrou com Luana no colo. Ana começou a chorar muito e eu acabei chorando também. Felizmente agora, nossas lágrimas eram de felicidade, de recomeço.

Minha esposa recebeu alta dias depois, estava tão bem que todos duvidaram que um dia ela esteve em coma. Minhas fãs fizeram uma linda homenagem na porta do hospital, o que fez ela chorar bastante. Luana também estava bem apegada a mãe, e apesar de novo, começou a mamar no peito e já nem olhava mais pra mamadeira.

O tempo passou e as coisas voltaram ao eixo depois daquele desvio de curva. Ana estava bem, saudável e feliz. Eu tinha voltado a fazer shows mas sempre fazia questão de voltar pra casa, fosse a hora que fosse pra aproveitar cada minuto que tinha com minha família. E então, o tempo se tornou precioso, depois de um grande susto a gente enxerga coisas que muitas vezes não se vêem. Mas o nosso amor se fortaleceu, e renasceu, como flor na primavera.  E agora, vendo ela com minha filha no colo, cantando baixinho pra que ela durma, tenho certeza que ela vai cumprir a promessa que me fez várias vezes, de que seria só minha, e que seria pra sempre!



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Agradecimentoss

Queria começar esse agradecimento contando pra vocês que essa fanfic não ia existir. Eu tinha dito que pararia de escrever, mas então surgiu uma nova ideia e eu fiquei animada, como todo começo de fanfic.

Vocês não sabem como me enche de alegria saber que vocês gostaram, sinto que valeu a pena eu ter ficado mais um pouco.

Cada comentário, cada elogio... isso não tem preço!

Ver vocês me cobrando também é muito gostoso, sinal de que vocês gostam mesmo e não falam isso só pra me agradar.

Confesso também que o final da fic era só o dramático, mas aí eu percebi que não seria tão justo, mas ao mesmo tempo queria algo diferente, por isso, de última hora, tive a ideia de criar dois finais, assim, a decisão estaria nas mãos de vocês.

Então... meus eternos obrigados a todas vocês que me acompanham desde o começo. Muitas já chegaram em mim e falaram "tô lendo a 4", ou " amo a 2, choro muito.", e essa, é mais uma fanfic pra vocês lerem sempre que sentirem saudade do nosso casal. Da nossa AnaJu.

Obrigada a quem chegou agora, e descobriu minhas fic's a pouco tempo, sejam bem-vindas a minha mente maluca, espero que tenham gostado e me acompanhem na próxima.

E por falar em próxima, ela está chegando e vem com novos personagens e um casal REAL! Sim, a personagem da nossa nova fanfic é uma ex namorada do Luan. EX NAMORADA? Sim! Com direito a montagens e tudo. Mas eu disse, "nossa"? SIIIIIIIIIM, A nova fanfic será uma parceria minha com outra escritora que vocês amam de paixão - e eu também porque ela escreve muitoo. E quem será essa pessoa? DESCUBRAM ASSISTINDO ESSE VÍDEO...


(Quem tiver pelo celular, é só clicar em cima!)


Então é isso galera, a Tatá vai escrever comigo e eu tô muito feliz porque ela tem o dom de escrever, tem ideias ótimas e com certeza vocês vão gostar . Sobre quando vai começar eu não tenho data certa porque depende dela pois atualmente ela escreve uma como ela disse que é a PS.: Eu te vivo, e escrever duas é complicado. Mas enquanto isso vocês terminem de ler a dela que logo começa a nossa juntas. 



Então é isso, nos vemos em breve..

VEM AÍ... A OUTRA. (prólogo já foi postado)

"Como explicar o que eu sinto, quando estou do seu lado?"







              EU AMO MUITO VOCÊS!

9 de julho de 2015

ÚLTIMO CAPÍTULO

Boa noite. 

Sei que vocês esperavam que aqui, neste post, fossem ter o último capítulo da nossa fanfic. Mas calma, hoje vocês terão o privilégio de escolher qual final vocês preferem...

Vocês também podem ler os dois  - o que a maioria vai fazer, com certeza - porém, guardem no coração o final que mais emocionarem vocês.

Amanhã posto os agradecimentos e falo a nossa surpresa.

Após lerem o capítulo, voltem aqui e deixem o comentário de vocês, dizendo o que acharam do final que escolheram.

CHEGA DE ENROLAÇÃO...


Se gostarem de um final feliz e emocionante cliquem AQUI

Mas se preferirem um final dramático e diferente de tudo já lido, cliquem AQUI



8 de julho de 2015

Capítulo 134

Luan Rafael

Tudo aconteceu muito rápido, me senti péssimo ao vê-la caída no chão. Só Deus sabe o quando fiquei desesperado e com medo de ela ter tomado alguma coisa ou feito alguma besteira. Graças a Deus a notícia que chegou foi bem especial, foi melhor do que esperava. Finalmente teríamos nosso filho e agora estávamos juntos de novo. Que reviravolta! Tudo que eu sei é que eu faria ela a mulher mais feliz do mundo e que aquele tempo separado serviu pra me fazer enxergar muitas coisas.

Estávamos na casa dos meus pais, prontos para contar sobre o novo membro da família, mas Bruna estragou a surpresa e contou na frente da gente. Até que foi engraçado, ver os 4 com os olhos arregalados, mal acreditando no que tinham ouvido.

-Isso é verdade? - seu Jonas perguntou e a Ana assentiu com os olhos marejados.

-Meu Deus, eu não acredito que vou ser vovó - Minha mãe foi a primeira a comemorar.

-Meus parabéns - meu pai falou se levantando vindo nos abraçar e logo os outros vieram atrás, acho que a ficha estava caindo aos poucos.

-Parabéns meus amores - minha sogra abraçou eu e a Ana ao mesmo tempo e depois abraçou minha mãe - Temos que marcar de sair pra comprar roupinhas Mari.

-Verdade, e começar a ver o enxoval - começaram a conversar e eu e Ana começamos a rir.

-Estou sem palavras - seu Jonas segurou as mãos da filha - E muito feliz por ver minha filha crescendo, minha única filha - abraçou Aninha que caiu em prantos. - Você também Luan, com certeza será um ótimo pai - apertou minha mão e eu sorri.

-Obrigado seu Jonas, vou tentar ser pro nosso filho o que o senhor e meu pai são pra gente - falei e Ana assentiu.

-Eu estraguei a surpresa né? - Bruna falou emocionada com a cena que tinha acabado de ver.

-Foi né, sua bocuda - puxei ela e a abracei.

-Eu não sabia, mas pulei muito quando vi. Quero ser madrinha - falou sorrindo.

-Vamos ver, depois dessa cê não tá merecendo não - brinquei e ela fez bico.

-Aaaah pii.

-Eu deixo amiga - Ana falou e ela comemorou - Mas será que a gente pode almoçar? Tô com fome. Agora como por dois. - sorriu de orelha a orelha.

-Vamos ouvir essa desculpa por nove meses - Luan falou e todos riram.

Contamos pra eles sobre como tinha sido a descoberta e eu tive que ver meu sogro brigando comigo pela situação, e olha que eu nem cheguei a dizer que tinha ido pra balada, se não a situação iria piorar. Mas o que importa é que estávamos juntos e felizes.

Depois do almoço, eu e Ana fomos pro meu antigo quarto e ficamos deitados juntinhos, vendo os comentários das fãs em baixo da foto que ela tinha postado mais cedo.


                                                            COMENTÁRIOS:

raurikellyluan : SOCORROOOOOOOOOOOO! Luan papai caraaaaa. QUE SONHOOOO! PARABÉEENS CASAL!

thaysrosarosa :  Finalmente grávidos! kkkkkkkkkkkk



nandraade : GENT, TÔ TÃO FELIZ!!! PARECE QUE O FILHO É MEU. SOCRR KKKKKKKK



Donzeladoluel: Finalmenteeeee! AQUELE MOMENTO QUE A FAMIAGE GRITAA DE FELICIDADE!



Juhdanath: Tem que ser menino, só acho. Pra ser cantor como o pai. PARABÉEEENS LINDA! Juju tem que ser padrinho com a Nath.



Srtlaisaraujo :  Ai eu não acredito!!!!!! Já tô imaginando a Nicole ou o Breno, tem que ser a cara do Luan. Xodózinho das Luanetes ><


-Suas fãs são uma figura mesmo - ela disse.

-Pois é, também estou grávido viu? - sorri.

-Eu vi, e que história é essa de Breno e Nicole?

-Sempre quis esses nomes, amor.

-Nem pensar. Não gosto de nenhum.

-Isso a gente vê depois, vamos descobrir o sexo primeiro. - entrelacei nossos dedos - Vou tirar uma foto nossa e postar pra falar como estou me sentindo, com certeza elas estão loucas querendo saber minha opinião.

Não há homem em que, em algum momento da vida, não se depare com o desejo de ser pai. Comigo não foi diferente, sempre quis e deixei isso bem claro. Mas também, sabia que isso viria na hora e no momento certo. Quando conheci a Ana, no Rio Grande do Sul, não pensei que fosse ela, a pessoa que realizaria o meu maior sonho, mas que ela já me enlouquecia, isso eu posso afirmar. Nossa amizade colorida me fez perceber que ela era tudo que eu procurava em alguém, eu só não sabia como assumir. Quando finalmente tive ela pra mim, fui o cara mais feliz do mundo, e continuo sendo. Assim que nos casamos ouvimos cobranças de todos os lados, todo mundo queria que ela engravidasse logo, até o quarto da criança já está preparado a meses, desde que chegamos da nossa lua de mel. Quando concordamos em começar a tentar, não conseguimos de cara e foram meses de luta e desespero por parecer que nossa vez não chegaria nunca. Será que eu ainda não estava preparado? Será que tava cedo pra ter tanta responsabilidade nas mãos? Mas a vida nos prega peça, e é quando a gente menos espera que as coisas acontecem. Agora está tudo certo, um serzinho cresce na barriga da minha linda esposa e ele com toda certeza já é a pessoa mais amada do mundo inteiro. Confesso que tenho medo de não criá-lo a altura que eu e Ana fomos criados, mas com certeza, irei me esforçar ao máximo, pra ser o melhor . Posso falar que sei o que é ser pai agora, já que me peguei pensando muito desde que o médico virou pra mim e falou: "Sua esposa está grávida, parabéns papai". O que concluí é que...  ser pai é mais do que ser criador. Ser pai é aprender a lidar com os próprios medos e se preparar para a grande responsabilidade de manter uma vida que, por muitos anos, dependerá inteiramente da sua. E começar a se preocupar mais consigo mesmo, seja no âmbito da saúde ou da qualificação profissional, sabendo que agora não é só você, há alguém mais por quem viver.

Quando Ana terminou de ler começou a chorar de soluçar e eu fiz questão de limpar suas lágrimas. Eu também fiquei emocionado, a ficha caia a cada segundo, e assumir aquilo pra todos foi mais uma certeza de que eu não estava sonhando.

Pra comemorar e contar para os amigos, eu e Ana decidimos fazer um churrasco. Logo, tivemos que passar no mercado pra comprar as coisas. Ela estava animada, palhaça. Subiu no carrinho e fez eu correr com ela pelos corredores.

-Cê vai cair muié, chega - falei parando o carrinho.

-Ah não amor, tava tão legal.

-Vamos pegar as coisas antes que comecem a me ver aqui e a gente não consiga sair - falei rindo e ela concordou indo comigo pegar tudo.

Assim que chegamos em casa começamos a preparar tudo. Enquanto eu cortava as carnes ela me abraçou por trás.

-Vontade de comer uma carne bem mau passada.

-Seria seu primeiro desejo? - a olhei de lado e ela sorriu.

-Acho que sim.

-Vou fazer uma procê, mas não pode exagerar.

-Sim senhor - bateu continência e foi preparar o resto da comida.

Nossos amigos começaram a chegar perto das 5 horas da tarde. Já tinha algumas carnes prontas e a comida também já estava na mesa. Ana tinha subido pra tomar banho e eu fiquei recepcionando todos, que chegavam me parabenizando e claro me zoando também, dizendo que agora sim, eu estava ficando velho.

Ana desceu e fez a festa com suas amigas, elas gritavam animadas e passavam a mão da barriga dela que sequer tinha aparecido, mas confesso que era emocionante imaginar que em alguns meses, nosso filho começaria a crescer e mexer dentro dela. Peguei um pedaço de carne mau passada e coloquei na boca dela que chegou a lamber os lábios.

-Tem mais?

-Tem amor, mas faz mal.

-Só mais um pedacinho? - pedi com carinha de manha e eu não resisti e fui pegar mais um pedaço pra ela.


Mais a noite, depois de todos terem comido muito, fizemos uma roda e eu peguei meu violão pra cantar. Ana sentou do meu lado, segurou minha perna e timidamente disse que queria ser a primeira a soltar a voz.

-Sério? - a olhei de lado e todos riram.

-Pela cara do Luan, cê canta mal pra caramba - Sorocaba falou e eu neguei.

-Não cara, ela canta bem. Mas morre de vergonha.

-Eu quero amor - ela falou manhosa e eu sorri.

-Então tá bom. Qual cê vai cantar?

-Uma música nova.

-Qual?

-Meteoro - começamos a rir e ela cruzou os braços - É sério gente, essa música tem um significado especial, acho que nem o Luan sabe - disse me fazendo a olhar de canto - Foi a primeira vez que ouvi a voz dele na rádio, cantava ela todo dia, apesar de preferir rock e MPB. Depois disso, vi ele em um programa de TV e achei ele a coisa mais linda mas só fomos nos conhecer anos depois.

-Que lindo amor, essa eu não sabia mesmo.

-Pois é, sou admiradora antiga - piscou pra mim e começou a cantar a música que mudou minha vida.

Enquanto ela cantava, vi o tempo voltar como num passe de mágica, lembrei de quando morava em Campo Grande e sonhava em ser o que sou hoje, lembro dos shows que abri, e do sonho que eu tinha em ter a minha família. Aquilo me deixou emocionado, eu tinha realizado todos os meus sonhos, provando realmente que, só quem sonha, consegue alcançar.


Notas da Autora:
Que cute gente, nosso casal junto de novo e mega apaixonados e bobos. Bom, realmente a fic está acabando e eu também não queria que acabasse mas também, não dá pra ter 1000 capítulos né? Com certeza vocês iriam enjoar. Eu não irei detalhar a gravidez, só vou falar mais ou menos o planejamento dos dois e partir pro último capítulo. Sobre uma outra fanfic, sim ela vai existir, já tem nome e tudo, porém não vou começar com ela imediatamente e assim que essa terminar eu explico porquê, o que posso adiantar é que junto dela, teremos uma surpresa e tanto. Por hoje é isso.

PS: Comentários respondidos

7 de julho de 2015

Capítulo 133

Ana Julia

Eu estava com ódio do Luan, ódio de ter aceitado ele de volta para viver a mesma situação de novo. Me segurei para não falar nada mas ainda estava com esperança de ele estar só zoando comigo. O que não aconteceu e a raiva triplicou ao ouvir ele descendo as escadas. Quando a porta de casa se fechou, indicando que ele tinha ido, comecei a chorar imediatamente.

Fui pro quarto e tomei um banho, mas ainda estava nervosa. Não era isso que eu esperava dele, eu esperava que ele fosse tentar me agradar, se esforçar pra que voltássemos as boas de novo, mas estava enganada. Pensei em juntar minhas coisas e sair dali o mais rápido possível, mas não tive coragem. Eu e Luan éramos adultos e teríamos que conversar sério, e com dor no coração eu sabia que podia ser nosso fim pra sempre.

Deitei na cama e liguei a televisão, precisava me distrair, mas não conseguia, estava irritada, com vontade de matar o Luan por estar fazendo aquilo comigo de novo.

Algumas horas depois, ao perceber que estava ficando com sono, desliguei a televisão e fui dormir. Antes disso, fui levantar pra pegar o controle do ar condicionado. Foi aí que algo estranho aconteceu. Fiquei mole, com as pernas bambas e desmaiei na hora.


Abri os olhos ainda meio zonza e percebi que estava deitada no banco de um carro. Olhei pra frente e vi que Luan dirigia, e pelo jeito, dirigia com pressa. Ainda sem força, fechei os olhos e deixei ele me levar pra onde quer que ele estivesse levando, provavelmente para o hospital.

O carro parou e eu abri os olhos. Luan olhou pra trás e quando me viu de olhos abertos suspirou.

-Ainda bem que você acordou, a gente chegou no hospital, me fala o que está sentindo?

-Fraqueza.

-Vem, vamos entrar - ele falou saindo do carro e abrindo a porta de trás pra me ajudar a levantar. Pra minha surpresa, ele me pegou no colo e entrou comigo no hospital daquele jeito.

Logo fomos atendidos, o  médico me levou pra uma sala, perguntou o que eu estava sentindo e então eu disse o que tinha acontecido na última hora. Ele pediu pro Luan me deitar na cama perto de um monitor.

-O senhor acha que é sério, doutor?-  Luan falou preocupado segurando minha mão.

-Acho que não - começou a mexer no aparelho de ultrassom e meu coração acelerou, será que era o que eu estava pensando? - Levanta a blusa pra mim por favor? - levantei meio sem graça ao perceber que estava de pijama. Olhei Luan que não estava com a cara boa, ótima hora pra ele ter ciúmes. Segurei a mão dele e sorri, fazendo ele sorrir também  - Pois bem, aí está o motivo do seu desmaio - o médico apontou pra tela e eu vi o que ele queria mostrar. Comecei a chorar na hora. Aquilo só podia ser um sonho.

-O que foi? Não estou entendendo nada - Luan falou encarando o médico.

-Sua esposa está grávida. Parabéns papai - falou deixando Luan boquiaberto.

-Ana, a gente transou ontem e você já engravidou? - perguntou meio perdido e eu comecei a rir, mesmo ainda chorando.

-Olha Luan, o feto de vocês já tá meio grandinho, em 2 dias não dá pra ver isso que estou vendo não. Sua esposa deve estar de 4 semanas já. - falou e eu lembrei da última vez que tínhamos transado, foi na noite anterior ao dia da gravação do DVD. - Tá tudo certo com vocês, se quiser ir, estão liberados.

Olhei Luan e ele estava intacto, não esbanjava reação alguma. Acho que a ficha não tinha caído. Me levantei da cama ainda envergonhada e Luan saiu do transe, tirando o casaco e dando pra eu vestir.

-Obrigada doutor - agradeci pegando em sua mão.

-Eu que agradeço. E meus parabéns aos dois..

-Muito obrigada - sorri colocando meu braço no braço de Luan que ainda continuava calado. - Luan? - chamei sua atenção assim que passamos pela porta.

-Eu tô sonhando? - ele me olhou meio perdido e eu tive que ri.

-Não - sorri entrelaçando nossas mãos - Finalmente conseguimos.

-Eu tô muito, muito feliz - disse virando pra mim.

-Eu também tô - alisei seu rosto - Acho que temos que conversar sério.

-Vamos embora, lá a gente conversa tudo que temos pra conversar - disse me levando até o carro.

Assim que chegamos em casa subimos pro nosso quarto. Eu estava radiante, extremamente feliz. Ainda não acreditava que  finalmente seria mãe, Sentei na cama e Luan sentou na minha frente. O encarei sorrindo e ele beijou minha mão.

-Acho que está na hora de acabarmos com o nosso "tempo"- ele falou e eu assenti - Me desculpa por ontem, eu não devia ter saído. Sou um burro não é mesmo? Fazer logo o que fez você me colocar pra fora, mas é que eu queria me vingar, você também me fez sofrer demais.

-Eu quis te matar, Luan  - falei séria e ele abaixou a cabeça.

-Me perdoa. Eu fui muito infantil. E ver você desmaiada no chão me deixou tão desesperado, você não faz ideia.

-Imagino, do jeito que você é... - sorri e ele sorriu junto.

-Eu te amo tanto, Ana. A cada dia que passa te amo mais. Ficar longe de você foi horrível, eu sou completamente dependente de você.

-Eu também sou, meu amor.

-Então... estamos juntos de novo? Você deixa eu cuidar de você e do nosso filho?

-É tudo que eu mais quero - o abracei com força voltando a chorar. -  Acho que tudo isso tinha que acontecer pra fazer a gente se unir mais, fazer a gente melhorar. Isso fez a gente perceber como precisamos um do outro. Fez a gente se preparar para hora certa de ter um filho, e ela finalmente chegou. Deus tem o tempo Dele e pra gente é difícil entender, mas Ele conhece, Ele sabe de todas as coisas!

-Nada mais vai nos separar. Eu te prometo ser melhor.

-E eu prometo ser só sua.

-Isso você já me prometeu no altar. - ele falou se aproximando mais.

-Mas eu tô reforçando - sorri o beijando.

-Vamos contar pros nossos pais? - ele perguntou quando se afastou, mas ainda alisava meu rosto com a ponta dos dedos.

-Vamos - pulei animada.

-Liga pro seus pais e chama eles pra um almoço lá na casa da minha mãe.

-Tá bom - sorri pegando meu celular e ligando pra minha mãe. Ela se perguntou o porquê daquilo, mas eu não deixei nem uma pista no ar.

Luan também comunicou os pais dele e da mesma forma, eles o interrogaram, mas, apesar da vontade de querer espalhar pra todos os cantos a nova novidade, queríamos avisar os quatro de uma vez, e pra isso, eles teriam que esperar um pouco mais.

Dormi um pouco com o Luan mas logo acordamos e começamos a nos arrumar. Meu coração batia acelerado e eu "namorei" minha barriga durante o banho inteiro.

Dentro do carro tirei uma foto e pensei em contar para as fãs de uma vez, elas precisavam saber e eu precisava falar para alguém.

-Acho que vou publicar no instagram - olhei Luan e ele me encarou de lado rápido.

-Agora?

-Sim. O problema é a Bruna ver e falar pra todos antes da gente chegar.

-Bruna me mandou mensagem e disse que está indo pra lá. Acho que a gente chega junto dela.

-Então posso postar?

-Posta, já estamos chegando mesmo.

Na verdade, já tínhamos chegado e antes de descer do carro publiquei a foto.

Dentro da mamãe agora batem 2 corações apaixonados por você @luansantana

-Não sei o que é mais lindo, a sua legenda ou essa foto.- Luan falou beijando meu rosto.

Descemos de mãos dadas e a surpresa de todos ao nos ver daquele jeito foi enorme.

-Que bom vê que se acertaram - meu sogro falou me abraçando.

-Eu estava pra ficar louco longe dessa muié - Luan falou cumprimentando seu pai.

-Eu sei. O almoço está pronto, vamos só esperar a Bruna - assenti nervosa, queria falar pra todos de uma vez.

Meu celular começou a tocar, primeiro Jujuba, depois Nathália, Isabela, Markinhos e um milhão de amigos. O do Luan também vibrava e tivemos que desligar, depois eu responderia todo mundo, agora, tinha que me concentrar em dar essa notícia aos novos avós da vez.

Cumprimentei meus pais, que a propósito, eu estava morrendo de saudade e em seguida, falei com minha sogra querida. Depois disso, fomos nos sentando na mesa enquanto Bruna não chegava, Minhas mãos suavam frio, e pelo jeito, Luan também estava nervoso, já que roía suas unhas.

-Vocês podiam ir adiantando o que tem pra falar né? - Dona Marizete sugeriu e todos concordaram.

-Daqui a pouco vocês vão saber - falei colocando meu óculos em cima da mesa.

-Você está com uma cara ótima, filha - minha mãe comentou e eu sorri.

-Tô muito feliz. - falei olhando Luan que beijou minha testa.

A porta da frente se abriu e bateu com força fazendo todos se assustarem. Logo em seguida, ouviu-se barulho de passos de uma pessoa que andava depressa. Foi então que fui surpreendia por dois braços me envolvendo.

-Eu não acreditooooo. Você conseguiu amigaaa - Bruna falava animada e eu batia em seu braço tentando fazer ela não contar antes de mim - Parabéns amiga - beijou meu rosto e depois abraçou o irmão - Parabéns papai - falou fazendo todos ficarem boquiabertos - Ainda não acredito, EU VOU SER TITIAAAAA!

-Obrigada cunhada, por ter adiantado a surpresa - olhei pra ela rindo ao ver a cara dos quatro avós que nos encarava sem acreditar.

Notas da Autora:
Juro que quando terminei o capítulo ontem, imaginei que todo mundo iria saber o que tinha acontecido com Ana, mas NINGUÉM acertou e isso me deixou muitoooo feliz, porque significa que consegui enganar vocês kkkk, apesar de que vocês me deram ideias ótimas, quase que eu mudo o capítulo kkkk. Uma vez eu comentei que quando a Ana engravidasse significaria que a fanfic estava acabando, e de fato, agora estamos nos últimos capítulos. ÚLTIMOS MESMO! Então prepara o coração, que virão fortes emoções...

PS: Comentários respondidos.

Capítulo 132

Luan Rafael

Eu não estava acreditando que Ana, minha Aninha estava deitada no meu peito outra vez. Que alegria imensa era tê-la ali, comigo de novo. Eu ainda não sabia se aquilo era um sinal de que estávamos juntos novamente, mas se fosse - e eu estava torcendo muito por isso - eu faria de tudo pra nunca mais magoá-la.

Acordei hora depois com a Ana gemendo de dor. Abri os olhos e vi ela segurando o pé e pulando no quarto. Ela estava arrumada e provavelmente iria embora sem falar nada comigo.

-Tá vendo, castigo por tentar fugir de mim - falei me levantando pra ajudá-la.

-Cala boca Luan, tá doendo.

-Isso é um sinal pra você ficar e ver o show de hoje.

-A gente não voltou tá? Antes que crie ilusões - falou se sentando na poltrona me deixando triste na hora.

-Mas eu pensei que...

-Eu sei o que você pensou e é por isso que eu já estou indo embora. - se levantou mesmo com o dedo doendo e pegou sua bolsa para sair do quarto. Eu não deixei e puxei seu braço fazendo-a me encarar - O que foi?

-Estamos grandinhos pra ficar nesse jogo. Vamos decidir de uma vez por todas. Ou eu volto pra nossa casa, ou a gente se separa de vez - falei aquilo com uma dor enorme no peito, misturado ao medo dela acabar com tudo, bem ali, naquele quarto.

-Tudo bem - ela falou me encarando e eu senti o corpo tremer. Era o fim, o nosso fim... - Você pode voltar pra casa - falou séria e eu senti o ar voltando aos poucos - Mas... ainda não pro nosso quarto.

-Ana....

-Tenha paciência Luan, vamos com calma.

-Tudo bem - enfim soltei o braço dela.

-Eu vou indo então, vou lá pegar suas coisas na sua mãe e você pode ir direto pra lá. - ela falou passando a mão no cabelo e eu assenti deixando que ela fosse.

Não sei de onde ela tirou essa ideia de deixar eu voltar mas não ficar no quarto com ela, não sei onde estava com a cabeça ao aceitar isso, mas é que a ideia de por um fim no nosso casamento era mais assustadora que qualquer outra coisa, e pelo menos estaríamos no mesmo teto. Só que dessa vez eu faria diferente, ia curtir como ela estava fazendo, pra fazer ela provar do próprio veneno.

Devido ao incidente com a entrevista, o show que eu faria em Palmas tinha sido remarcado para o dia seguinte, e por esse motivo Ana foi e eu fiquei. O ruim seria ter que dar satisfação e falar das benditas fotos, como se elas não tivessem quase me matado do coração.

Atendi a imprensa no camarim e como eu já esperava as notícias eram sobre eu ter ido parar no hospital e o ensaio da minha esposa.

- Como está se sentindo hoje, Luan?

-Hoje eu tô bem rapaz, graças a Deus.

-Deu um susto na gente ontem.

-Pois é, acabei comendo algo que me fez muito mal e comecei a passar mal do nada. Deixei todo mundo preocupado aqui.

-Você sabe que todo mundo tava achando que você tinha tido tipo um infarto por causa das fotos né?- ele riu, mal sabendo que foi mais ou menos isso mesmo.

-Ouvi falarem sim, mas não - sorri sem jeito.

-E por falar nas fotos. O que você achou?

-Ficaram lindas, ela é linda demais né cara? - sorri coçando a nuca.

-Muito, e nossa aquelas fotos.  - repórter falou e eu quase voei no seu pescoço - Não bate um ciúmes?

-Ah bate né? Mas tá tudo certo - sorri rezando pra ele mudar de assunto e ainda bem que foi o que aconteceu.

Para minha surpresa o local estava lotado de novo, tanto quanto na noite anterior. Remarcar um show sempre me dá medo, de as pessoas se revoltarem e não irem, de me vaiarem, entre outras coisas, mas no fim eu sempre era surpreendido por um carinho e amor que eu nunca vou conseguir explicar.

Assim que saí do palco e entrei na van rumo ao aeroporto, peguei meu celular e vi uma foto da Ana. Ela tinha saído com minha irmã, e até aí tudo bem, porque eu sabia que Bruna ficaria de olho nela por mim, o problema era a roupa dela. Outra vez com a barriga de fora...
                         
                     De volta a minha São Paulo pra jantar com a @brusantanareal. Aiai @paris_6, hoje vou engordar um pouquinho aí com vocês.

Sabia que era provocação e guardei o celular começando a pensar na minha vingança. Ela ia ver o que era bom pra tosse também.


Cheguei em São Paulo perto de amanhecer, por sorte a minha chave estava comigo, em um lugar fácil de achar. Entrei com todo cuidado pra não fazer barulho. Como era bom estar na minha casa de novo...

Como o combinado, eu fui área o quarto de hóspede, que estava com uma cueca e uma camiseta em cima da cama a minha espera. Ana sabia que era o jeito que eu gostava de dormir. Tomei um banho e vesti a roupa que ela tinha separado. Não demorei a pegar no sono. Estava exausto.

Acordei por volta das 5 horas da tarde. Sentei na cama ainda meio grogue e comecei a pensar no que faria para provocar Ana, pois de hoje com certeza não passaria! Levantei, tomei um banho e desci as escadas vendo ela sentada no sofá com um pote de sorvete nas perdas.

-Boa tarde - falei fazendo ela olhar pra trás assustada.

-Ai que susto - ela falou com a mão no peito - Boa tarde.

- Parou com a academia? - perguntei e ela olhou o pote de sorvete e depois me encarou.

-Não, por quê?

-Comendo um pote de sorvete sozinha.

-As vezes pode - deu de ombros voltando a prestar atenção na televisão.

Fui pra cozinha e vi que ela tinha feito comida, e era um dos meus pratos preferidos: peixe! Comi feliz em ver ela voltando a me agradar, e isso quase fez eu voltar na decisão de me vingar. Mas não, eu não sossegaria até vê-la implorando pra voltar comigo.

Peguei meu celular e liguei pro Rober combinando uma baladinha pra mais tarde.

-Você tá zoando né? Vai pra balada? - perguntou com os braços cruzados na porta da cozinha assim que desliguei o celular.

-Vou, ou só você pode se divertir?

-Eu não acredito nisso Luan, você voltou pra casa hoje e já vai começar a sair com seus amigos de novo?

-Você tem feito isso a dias - dei de ombros.

-Olha que eu coloco você pra fora de novo.

-Eu não saio mais - falei me levantando e colocando o prato na pia - Se tiver incomodada, sai você! - falei pegando em seu queixo e ela me olhou com ódio, o que me fez gargalhar por dentro.


Fiquei no quarto de hóspede vendo televisão até dar a hora de sair,  e Ana não apareceu em momento nenhum.

Perto das 10 horas comecei a me arrumar. Não estava tão animado pra sair assim, além de não curti muito balada, ainda mais sem Ana pra eu beijar quando eu quisesse, mas mesmo desanimado não mudei de ideia. Vesti uma calça jeans, blusa rosa claro e um boné por saber que Ana amava quando eu colocava boné.

Desci as escadas rodando a chave do carro no dedo, buscaria o Rober na casa dele, e iríamos só nós dois mesmo, pois foi o único que eu chamei, só pra concluir os meus planos. Ana ouviu eu saindo mas não disse nada, estava sentada no sofá com uma cara nada boa e isso fez eu me sentir mal a princípio, até eu lembrar de tudo que ela tinha feito eu passar nos últimos dias.

A balada em que fomos era sossegada, arranjaram um lugar tranquilo pra eu ficar e curtir, mas longe da minha Ana era praticamente impossível e isso fez eu querer ir embora logo, ainda mais sem beber, já que eu estava dirigindo. Não fiquei muito tempo ali e logo voltei pra minha casa.

Deixei o Rober na casa de uma amiga e fui pra minha, dirigindo bem devagar, pra não transparecer que eu não tinha me divertido, o que era verdade.

Abri a porta com cuidado, não sabia as horas mas pelo silêncio Ana já estaria dormindo. Tranquei a porta e subi as escadas devagar. Fui direto pro quarto de hóspede, mas antes, não resisti em vê-la. Abri a porta do nosso quarto e me deparei com uma cena que me deixou com o coração na mão.

Notas da Autora:
Ai minha nossa, será que vocês pensaram a mesma coisa que eu? Será que a Ana é mesmo capaz de uma coisa dessa? Ah ela é, ainda mais malvada como ela anda kkkkk Opa... deixa eu ficar quieta! Sei que algumas vão querer me matar por ela não ter voltado, mas calma, eu ainda precisava de um pouco mais de emoção. 
Novidade da noite é... FANFIC! Começou a pouco tempo então vamos ler comigo... Desperta em mim meu lado bom, parece ótima!!

4 de julho de 2015

Capítulo 131

Ana Julia

A repercussão a respeito das fotos estavam enormes. As reações era diversas, muitas fãs perguntando se o Luan tinha mesmo concordado e outras super aprovando o ensaio. Eu tinha gostado de fato, aquilo fez um bem enorme para minha auto estima e me fez sentir-me viva outra vez. Confesso que aguardava ansiosamente o show que o Luan ia fazer, afinal, fiz aquilo só pra provocar mesmo.

Passei o dia na internet, mas ele não deu nem sinal, também não ficou me mandando mensagem no whats como fazia sempre, será que ele não tinha visto?

Deitei na minha cama e liguei a televisão, uma hora ou outra ele veria, não tinha como ele não ver. Com certeza alguém ia comentar. Ele ia ficar sabendo de um jeito ou de outro.

Acabei pegando no sono e acordei assustada com o celular tocando horas depois, era o Rober:

-Oi Rober.

-Ana você precisa vir pra Formosa urgente, Luan tá indo pro hospital.

-O quê? - perguntei preocupada.

-Ele viu seu ensaio e começou a passar mal, agora tá desmaiado aqui na van..

-Meu Deus, Rober. Eu tô indo agora. Pelo amor de Deus, me mantém informada.

-Tudo bem.

Eu só queria provocar, mas nunca imaginei que um simples ensaio fizesse ele passar mal. Se bem que Rober podia estar brincando com minha cara só pra eu ir atrás de Luan... Mas eu não queria pagar pra ver. Me arrumei depressa e saí de casa só com a minha bolsa.

Cheguei em Formosa depois de duas horas. Ligava pro Rober mais ele não me atendia, o que me deixou muito aflita. Liguei pra dona Marizete e ela me falou o hospital que Luan estava. Pelo jeito, não era brincadeira.

Peguei um táxi e pedi pro motorista correr e ainda bem que ele me atendeu.

Quando eu desci, já em frente ao hospital, milhões de flashes voaram na minha cara. Abaixei a cabeça e passei pelos repórteres que perguntaram se era por causa do meu ensaio que ele tinha passado mal. Eu não disse nada, só precisava ver o Luan de uma vez.

Entrei perdida e vi minha sogra no final do corredor. Corri até ela que me abraçou com força e passou a mão no meu cabelo.

-Como ele está?

-Ele já tá bem, levou só um susto. O médico explicou que o corpo dele liberou muita adrenalina na corrente sanguínea e que acelerou os batimentos do coração e aumentou a pressão, isso fez com que ele desmaiasse - fiquei aflita, imagina só, umas fotos causar aquilo em alguém...

-E eu posso ir vê-lo?

-Claro, é o primeiro quarto a direita.- sorri para ela e caminhei até o quarto.

Assim que entrei vi ele mexendo no celular, na verdade, ele parecia ótimo.

- Eu não acredito que você fez eu sair de São Paulo por causa disso, Luan - disse estressada e ele arregalou os olhos.

-Nossa, eu quase morri e é assim que você me trata?

-Devia ter morrido - falei da boca pra fora, mas ainda estava com raiva.

-Nossa Ana..

-Nossa Ana?  Olha que papelão.. passar mal por causa de um ensaio ingênuo.

-Ingênuo? Você tava sem sutiã..

-Foram só 3 fotos assim, e por acaso meu seio estava a mostra ?

-Não nas fotos, mas o fotógrafo...

-O fotógrafo era um gato -  falei voltando a provocar e ele fechou a cara na hora - Ele me deixou super a vontade se você quer saber...

-Cala boca Ana Julia.

-Eu calo se eu quiser. - joguei a bolsa do lado e cheguei mais perto - E agora ein? Vai falar o que para aquele monte de fotógrafo ali fora? Que você é um idiota ciumento que não gostou de ver a mulherzinha só de lingerie posando pra uma revista? Você esqueceu que me disse que o que é bonito é pra se mostrar?

-SÍNICA! ISSO QUE VOCÊ É!

-Ok, posso ser isso também. Mas muito gostosa, é o que todos estão dizendo - falei bem perto da sua boca e vi seus olhos pegarem fogo de raiva.

-Desculpa interromper - o médico entrou no quarto fazendo eu me afastar dele - Vim só dizer que o senhor Luan já está de alta - ele informou e eu sorri.

-Viu só amor? Você já pode ir embora - falei sorrindo pro médico e Luan não disse nada.

- Pois é, você quase matou seu marido do coração - ele comentou e eu sorri.

-Ele sabia do ensaio, mas ainda não tinha visto - menti sorrindo para o Luan que com certeza estava com vontade de me matar.

-Me permita dizer, que eu também levei um belo susto, o senhor é um cara de sorte Luan, tem uma mulher e tanto - falou antes de sair e Luan apertou o lençol com força.

-Era só o que me faltava mesmo - resmungou irritado e eu comecei a rir.

Chegamos no hotel minutos depois, já era mais de 5 horas da manhã e eu teria que dormir ali mesmo. Luan falou pra imprensa que tinha tido um problema no estômago, eu imaginei mesmo que ele não assumiria o que realmente aconteceu, ele mesmo sabia que tinha sido ridículo.

Ajudei ele a deitar na cama e sentei do seu lado. Percebi que ele me olhava de canto, mas não dizia nada, então, fiquei calada também. Peguei meu celular e vi que o fotógrafo tinha me mandado outra foto do Paparazzo que não tinha sido divulgada:

-Olha, Lu.. O fotógrafo me mandou outra foto - mostrei pra ele que me olhou nervoso.

-Você não vai postar isso né?

-Eu não ia - sorri de lado - Mas você me deu uma ideia. Vou postar e aproveitar pra falar que você amou o resultado e pedi pra quem ainda não viu ir ver.

-Ana... não faz isso - ele sentou na cama nervoso.

-Acho melhor você respirar, ou então vai passar mal de novo - empurrei ele calmamente fazendo ele voltar a se deitar e postei a foto:

Boa noite amorecos. Está tudo bem com o Luan, foi só um problema de estômago pois ele abusou da comida hoje. Mas já estou aqui e vou cuidar dele direitinho tá bom? 
Sobre o ensaio... ele adorou, ficou com um pouquinho de ciúmes mas me elogiou muito. E pra mim, a opinião dele é o que mais importa. Quem ainda não viu o ensaio, corre no site da Ego e depois me falem a opinião de vocês!

-Por que você tá fazendo isso comigo? - ele disse virando o rosto pro lado com a voz de choro.

-Ah não Lu, cê não vai chorar né? Logo você que não chora por qualquer coisa - eu estava sendo uma filha da mãe, confesso, mas estava amando aquele meu lado "malévola" - Olha só, falei que está tudo bem com você e que vim cuidar de você, sou fofa né? - perguntei e ele negou sem me olhar. - Sabe que sua opinião importa muito, não sabe? - falei séria e então ele me encarou.

-Chega de brincar com a minha cara né?

-Eu tô falando sério. Você não gostou nem um pouco?

-Claro que eu gostei Ana, você ficou linda e muito gostosa. Mas você é minha está entendendo? Não queria nenhum marmanjo pensando em você e pior, se masturbando pensando em você.- falou sincero e eu sorri.

-E que diferença isso faz Luan? Eles vão conseguir alguma coisa comigo?- perguntei sorrindo e ele voltou a sentar na cama.

-Não... mas... não queria que todos vissem o que só eu podia ver - falou alisando meu rosto, e eu deixei ele fazer aquilo, afinal, estava com saudade das suas mãos tocando minha pele. Fechei os olhos e quando abri, vi que ele estava perto da minha boca - Você mexeu com meus neurônios - falou roçando seus lábios nos meus.

-Foi?

-Arran, deu até saudade - falou abrindo minha blusa de frio.

-Acho que posso te mostrar o que estava embaixo das lingerie naquelas fotos - falei colocando minha mão em sua nuca.

-Acho que eu tô super curioso... - falou colocando as mãos em minhas nádegas me puxando pra cima dele, fazendo eu ficar sentada bem em cima ao seu membro - Hoje vou fazer você lembrar que é só minha e de mais ninguém - falou antes de me beijar com vontade.

Suas mãos se enroscaram em meus cabelos e o puxavam com força, me deixando excitada. Ele parou o beijo e me olhou, seus olhos brilhavam e ele sorria enquanto alisava o meu rosto. Voltei a beijá-lo e então ele começou a tirar minha roupa. Me virou na cama e fez uma trilha de beijou até perto da minha intimidade. Beijou minhas coxas e foi subindo, isso foi o suficiente pra fazer  eu começar a me contorcer.

-Tô louco de saudade do seu gosto - disse tirando minha calcinha e caindo de boca na minha vagina.

Comecei a gemer alto sem me importar com nada, nem com as pessoas que poderiam ouvir e muito menos com a gente estar brigado.

-Deixa eu te chupar também, Luan.

-Não - ele falou apertando meu clítoris com o dedo - Só de raiva você não vai fazer nada hoje, só sentir. Quero ver você implorando pra eu voltar pra casa - falou sussurrando e voltou a me lamber.

Não consegui controlar e gozei na boca dele, ele me olhou e sorriu satisfeito, mas lógico, não deixou acabar por ali. Voltou a beijar minha barriga e depois beijou o meu pescoço, me fazendo arrepiar e arranhar toda suas costas.

Luan mesmo tirou as calças e eu tirei sua blusa. Antes da minha mão descer para qualquer lugar, ele juntou os meus pulsos e colocou acima da minha cabeça começando a sugar meus seios com força. Com a outra mão, ele colocou o seu membro na entrada da minha genitália e ficou brincando ali, fazendo eu estremecer.

-Enfia essa porra logo.

-Delicadinha você... - continuou brincando e eu estava arrepiada dos pés a cabeça.

-Por favor Lu, eu não tô aguentando mais, por favor - implorei e vi ele me olhar sorrindo.

Sem mais delongas, Luan me preencheu por completo e eu então matei a minha saudade do corpo dele. Ele sabia me satisfazer como ninguém, e eu sabia que nenhuma outra pessoa no mundo faria do jeito carinhoso que só ele fazia.

Ainda suados, deitei no peito dele e pensei no que tinha acabado de acontecer. Tinha sido ótimo! Perfeito! Maravilhoso!  Mas mesmo assim, eu ainda não sabia se falava pra ele voltar pra casa, tinha gostado de ser malvada, e acho que ele merecia sofrer um pouco mais.

Notas da Autora:
Aaaaao o amor, como resistir? A pergunta que não quer calar? Vai ter volta depois disso? Não sei, tomei gosto pela maldade, Ana Julia também kkkkk Além disso, amo esse joguinho de charme, ciúmes e recaídas kkk.

PS: Comentários respondidos,



3 de julho de 2015

Capítulo 130

Capítulo dedicado à Thais que hoje está fazendo aniversário. Tudo de bom linda!

Luan Rafael

A ideia do sapatinho foi da Bruna e eu confesso que pensei que daria certo, mas não deu, e aquilo me deixou arrasado. Minha irmã entrou no quarto e tentou me consolar mas não ajudou. Não é legal criar uma expectativa e ver ela não dar certo. É como um murro bem forte no seu estômago, um tapa na sua cara:

-Não fica assim, ela vai mudar de ideia.- Bruna falou passando as mãos em minhas costas e eu torci pra que ela estivesse certa:

Alguns dias depois, em um hotel em Brasília acordei com a notícia de que teria uma entrevista para a TV local de Formosa, marcada de última hora. Tomei um banho, comi no quarto mesmo e depois desci. Dali para Formosa era algumas horas e por isso saímos mais cedo.

No caminho, peguei o celular e vi minhas fãs comentando sobre Ana. Entrei no twitter dela e vi que ela tinha postado algo a dois dias atrás:

Ana Julia Santana @AnaJu  21deJul
Bom diaaa! Tô indo ali preparar uma surpresa pra vocês! Se preparem!

 Aquilo me deixou intrigado, o que seria essa surpresa? Não conseguia pensar em nada, mas de qualquer forma ficaria ligado nas redes sociais dela.

Assim que cheguei ao local fui direcionado ao camarim onde eles colocaram o microfone em mim. Minutos depois fui para o estúdio e a repórter logo me chamou, o programa já tinha começado.

-Olha... já está aqui no nosso estúdio, Luan Santana que se apresenta hoje na Expoagro de Formosa. Boa tarde, Luan. Tudo bem?

-Boa tarde. Tudo certo graças a Deus. Tô tendo a honra de passar aqui pra chamar a galera para o show de hoje, e hoje a noite promete.

- De volta a Formosa e o público ansioso esperando você, né?

-Com certeza. Meus fãs já me receberam com mais carinho ali na porta da emissora e é sempre muito bom tocar aqui.

-E você gravou um DVD a pouco tempo né? Já tem previsão de quando vai lançar?

-Foi, a gente gravou esses dias e ainda não sei quando vamos lançar mas está ficando lindo e com certeza a galera vai gostar.

-Eu não posso deixar de perguntar - a repórter falou sem graça e eu sabia que era algo relacionado a Ana - Não sei se ficou sabendo, mas saiu ontem uma matéria falando que você e a Ana, sua esposa, não estariam mais juntos. - olhei pro Rober na hora e ele me olhou como se também não soubesse.

-Não fiquei sabendo disso não - disse sem graça - Mas então.. a gente tá junto sim, essa matéria aí tá equivocada - falei tentando agir naturalmente.

-Bom esclarecer né? Porque suas fãs estavam super chateadas.

-É pois é, tá tudo certo.

-Então vamos cantar? Você dá uma palinha do que vai ter mais tarde?

-Claro - falei pegando o violão e tocando uma música, mas preocupado com já estarem reparando minha situação com a Ana.

Assim que saí do estúdio olhei pro Rober que tinha uma cara nada boa. Fomos caminhando direto para a Van.

-Viu essa matéria que a moça falou?

-Não, mas vi outra coisa melhor... quer dizer, pior.

-O que cê tá falando?

-A Ana posou pro Paparazzo.

-A Ana o quê? - perguntei sem acreditar - Não testa, cê tá zoando. Ela não posou para o Paparazzo, não - falei começando a suar frio.

-Posou cara, olha aqui. - me entregou o tablet assim que entramos na van.

Meu queixo caiu e eu não estava acreditando que ela tinha aceitado fazer aquilo.

      "A ruiva do Luan Santana, ou ex...
   Descubra com esse ensaio"


Natural de Goiânia e esposa de um dos melhores cantores do Brasil, Ana Julia resolveu atender aos nossos inúmeros pedidos e mostrou o porquê de conseguir ter fisgado o cantor. "Me acho mais meiga do que sexy, mas confesso que me achei bem sensual nessas fotos" disse assim que olhou o ensaio.



Questionada sobre o seu corpo ela não escondeu o que faz , mas disse que os cuidados começou a pouco tempo:  "Tenho uma genética ótima, sempre fui magra, mas recentemente comecei a treinar pra ficar com tudo em cima."



Mas é lógico que ela não poderia deixar de falar do seu esposo, que segundo as fãs é muito ciumento e talvez por esse motivo ela nunca tinha posado antes: " Ele é ciumento mesmo, mas me incentivou bastante a fazer o ensaio. Disso que o que é bonito é para se mostrar."




Mentirosa, filha da mãe! Que ódio que eu estava sentindo. QUE ÓDIO!! Mesmo assim, quase tendo um infarto, continuei lendo tudo:

Sobre o novo visual mais ruivo ela falou que a ideia surgiu na hora mas que a deixou melhor do que esperava: "Me senti mais mulher, mas ousada"




Por fim perguntamos sobre os rumores de uma separação, ela não disse muita coisa, mas deixou claro que ainda era casada: "Brigas todos os casais tem. Mas continuo casada com o Luan."



Demorou pra eu voltar a respirar, eu estava revoltado, minha vontade era ligar para aquela revista e mandar tirarem aquelas fotos do ar. Respirei fundo mas ainda tremia de raiva.

-Eu não acredito que ela fez isso Rober.- disse inconformado.

-Ela só tá querendo te provocar,cara.

-Ela quer é me matar. - cocei a nuca.

-Pensa pelo lado positivo.

-E TEM LADO POSITIVO NISSO? - perguntei estressado.

-Pelo menos é um ensaio sensual, imagina se fosse a playboy.

-TÁ LOUCOOO. NEM BRINCA COM ISSO - Só de pensar na hipótese meu coração deu um solavanco - Pelo menos ela não está tão pelada assim, imagina se fosse uma foto sem sutiã, mesmo que não mostrasse sabe? Só de pensar nela nua na frente do fotografo... - falei já tremendo só de pensar e Rober engoliu em seco.  -Que foi?

-Acho melhor você não ver o manking off?

-Manking off? - perguntei assustando voltando a olhar o Tablet. Em baixo vi escrito "Manking Off" e cliquei. Aí sim, sentir o ar sumindo aos poucos.






-Boi, respira!- Rober batia nas minhas costas mas eu não conseguia - LUAN DO CÉU, RESPIRA!! 

-Não consigo cara! - disse ainda sem conseguir respirar.

-Cê tá ficando roxo. VAMOS DIRETO PRO HOSPITAL - gritou pro motorista e então eu não vi mais nada.


NOTAS DA AUTORA:
Eitaaaa Giovanna, Luan até passou mal  kkkkk será que é alguma coisa grave? Será que Ana vai ficar sabendo? O que acharam das fotos? Eu adorei kkkkk Tô postando outro hoje porque amanhã, provavelmente eu não consiga postar, então estou compensando vcs.

Ps: Comentarios respondidos!

2 de julho de 2015

Capítulo 129

Ana Julia

Eu bem queria que o Luan viesse atrás de mim, mas não esperei que fosse tão rápido e nem que o veria daquele jeito. Mas estava decidida, não voltaria para ele fácil, tinha que me valorizar, me reerguer e no momento precisava de mais tempo. Todavia, continuava sofrendo, mas não deixava transparecer mais. Voltei a ser a Ana de personalidade forte de sempre. Porém, eu chorei depois que entrei em casa, mas prometi pra mim mesma, que aquela seria a última vez que choraria por isso.


Semanas depois, já me sentindo um pouco melhor, recebi mensagem da Bruna para ir comer comida japonesa na casa dela. Meio receosa eu aceitei, mas só depois de ter certeza de que Luan não estaria em casa, pois olhei em sua agenda e vi que ele tinha show e que era em um lugar bem longe dali.

Tomei um banho e vesti uma roupa leve, já que estava bem quente. Juliana também foi convidada e chegou em minha casa quando eu terminava de arrumar meu cabelo.

-Passa esse batom aqui amiga - falou me mostrando um batom de cor roxa.

-Pra quê?

-Porque é lindo.

-Deixa pra outro dia.

-Não, passa! Você tá muito apagadinha.

Resolvi passar pensando na foto que eu tiraria pra continuar com meu velho jogo de provocar o Luan.

Peguei a chave do meu carro mesmo a casa da Bruna sendo a duas ruas dali.

Assim que passei pela porta pedi para Jujuba tirar uma foto minha, gostei de cara e postei:


Tô saindo de casa @brusantanareal . Daqui a pouco eu chego rs

Entramos no carro e em menos de 10 minutos chegamos a casa dos meus sogros. Respirei fundo antes de descer do carro, desde a minha briga com o Luan não tinha pisado ali e tudo que eu não queria era parecer estar sofrendo na frente deles.

Bruna nos atendeu animada, me deu um abraço e disse estar morrendo de saudades. Fomos para sala onde o barco com comida japonesa nos aguardava. Seus pais tinham saído e pelo que Bruna disse voltariam tarde. Comemos conversando sobre coisas aleatórias mas eu já esperava que Bruna tocasse no nome do irmão:

-E aí, tem volta né?

-Eu não sei, tô me sentindo tão bem sem ele - falei convicta mas eu sabia que aquilo não era verdade.

-Credo amiga.

-Depois que eu me casei com seu irmão eu mudei muito para agradá-lo, quis ser a melhor esposa para ele! E, me diz, o que eu ganhei em troca?

-Ele te apoiou quanto a gravidez, quis te levar pra viajar com ele e tudo mais. Ele se esforçou muito também.

-Você é irmã dele, Bruna. É claro que vai defendê-lo.

-Não é isso, sou sua amiga também.

-Então imagina você ser casada com alguém que mal fica com você. Nos primeiros meses ele foi ótimo mesmo, mas de uns tempos para cá esqueceu que era casado. É assim que eu vejo.

-Então você está bem?

-Estou ótima.- falei colocando um sushi na boca. Como eu queria que aquilo fosse verdade...

Mudamos de assunto e o clima ficou menos pesado. Juliana começou a contar algumas histórias e isso nos rendeu boas risadas.

-Eu esqueci de comentar com vocês - falei animada

-O quê?

-O Paparazzo me ligou de novo, quer que eu tire umas fotos..

-Você negou né? - Bruna pergunto.

-Então...

2 dias atrás...

-Senhora, Ana Julia?

-Sim, quem gostaria?

- Aqui é a Renata, eu trabalho com a Paparazzo.

-Oi Renata, tudo bem? É a terceira vez que me ligam, eu já disse que não posso aceitar.

-Eu sei Ana, mas tão insistindo muito. São só algumas fotos sensuais, a gente pega umas lingeries mais fechadas. Tenho certeza que o Luan não vai se importar, pelo contrário. Além disso, o cachê é ótimo.

Pensei bem e pensei em como o Luan ficaria com as fotos. Seria ótimo para fazer ele se arrepender de ter deixado a sua mulher sozinha por tanto tempo. Além disso, eu precisava mesmo de dinheiro, pois o meu orgulho não deixava eu continuar dependendo dele.

-Tudo bem, podemos marcar!

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-Você tá louca? O Luan vai te matar - Bruna me olhou surpresa.

-O Luan não tem nada a ver com isso Bru, é o meu corpo!

-Amiga do céu, você sabe como ele é ciumento...

-Vai ser bom pra ele sofrer um pouquinho. E olha que não vai ser um terço do que passei. E a senhorita dona Bruna Santana, fica de bico fechado. Quero fazer uma surpresa - pisquei pra ela que riu nervosa.

-Já tô imaginando a treta.

-Eu não vou falar nada - Juliana comentou rindo.

Quando anoiteceu, comecei a arrumar tudo para ir embora, mas antes disso, fui até o banheiro rapidinho. Aproveitei para arrumar meu cabelo que estava bagunçado devido a termos ficado deitadas na espreguiçadeira.

Ao abrir a porta levei um baita susto ao ver Luan parado com a cara séria. Ele não esperou eu dizer nada e me pegou pelo braço me forçando a entrar no quarto dele.

-Que isso? Você não tinha show hoje? - perguntei puxando meu braço da sua mão.

-Foi cancelado e por isso pedi pra Bruna te chamar aqui pra gente conversar melhor. - revirei os olhos, isso que dar confiar na cunhada.

-Não temos nada pra conversar Luan.

-Eu não estou te reconhecendo, Ana.

-Como não?

- Saindo com sua amiga, postando um monte de fotos com umas roupas mais curtas que as outras..

- Você me conheceu assim.

-Eu..- tentou dizer algo mas viu que realmente eu estava certa -Vem cá, a gente deu um tempo ou estamos separados de vez? - mudou de assunto ao perceber que eu já me virava pra sair dali.

-Um tempo. Por quê? Quer pedir o divórcio?

-Claro que não. Quero só entender essa situação.

-É simples. Não era vida de sdolteiro que você queria? Tô deixando você viver mais um pouquinho.

-Ana...

-Olha Luan, eu tô me sentindo bem mais livre longe de você, fazendo o que eu quero sem me preocupar com o que você vai pensar. E isso tá sendo bom pra mim.

-Não fala isso, eu.. não consigo mais ficar longe de você - caminhou na minha direção e eu fui mais pra trás, o que fez com que ele recuasse - Olha o tipo de roupa que tá usando... - disse balançando a cabeça.

-Sempre usei roupa assim. - dei de ombros.

-Roupa curta sim, mas não tanto. Olha só pra você, nem está vestida praticamente.

-A roupa que eu visto não é da sua conta, na verdade nunca foi. - disse séria - O que eu deixei você fazer comigo? Você me mudou inteira!

-Eu nunca te mudei, eu te amo exatamente como é.

-Mudou sim, eu não sou a mesma Ana de antes. Vivia presa, sofrendo sozinha com um sonho que ninguém nunca entendeu.

-Eu entendo você e eu quero continuar tentando. E pra provar isso... - pegou uma pequena caixa que estava no criado mudo e abriu deixando a mostra um par de sapatinhos que me fez ficar emocionada na hora.



-O que é isso, Luan? - perguntei tentando controlar as lágrimas que se acumulavam nos meus olhos.

-O primeiro sapatinho do nosso filho, ou filha..

-Você é um idiota, sabe como isso me atinge - não consegui controlar e comecei a chorar.

-Quero te mostrar que eu tô arrependido e quero continuar tentando. Deixa eu voltar pra casa?

-Ainda não tá na hora, Luan. - falei limpando as lágrimas que desciam incessantemente.

-E quando vai ser a hora?

-Quando eu quiser.- falei abrindo a porta do quarto e deixando ele pra trás.

Desci as escadas correndo ainda chorando e saí sem me despedir de ninguém. Aquilo mexeu comigo, mas não ia fazer eu mudar de ideia, porque não apagava tudo que eu senti durante todo o tempo em que ele me trocou pra curtir com os amigos.


Notas da Autora:
Luan tentou mas não conseguiu. A Ana está mesmo decidida e ele vai ter que se esforçar mais. E aí, como será que ele vai reagir quando souber do ensaio? Acho que até vocês vão se assustar rs.

PS: Comentários respondidos