28 de maio de 2015

Capítulo 114

Luan Rafael

Algumas coisas rodavam em minha cabeça nas últimas semanas sem parar e eu sentia que precisava fazer algo a respeito dos avós de Ana, sentia que essa barreira tinha que ser quebrada. Mas,  ao mesmo tempo tinha medo de me meter em algo que não me dizia respeito. Mas como não? Ela era minha esposa e eu queria o melhor pra ela, e na minha opinião, o melhor era esse conflito ser resolvido. Mas, e se não fosse? Ela sobreviveu com isso por tanto tempo. Se isso lhe fizer mau agora? Eram tantas dúvidas, tantos prós e contras que afetaria ela, e só ela, ou positivamente ou negativamente.

Sentei na cama e encarei o celular, eu conhecia uma pessoa que acharia seus avós pra mim fácil, só não sabia se deveria mesmo me meter nisso. Em meio aos meus pensamentos nem vi quando Ana entrou no quarto.

-Ei, tá aí?- estralou os dedos na frente da minha face.

-Ah... oi gatinha.

-Tudo bem?

-Tá sim - sorri - Ainda não está pronta?- perguntei ao ver que ela estava de pijama, com um hobby por cima.

-Então... vim te falar que dessa vez não quero viajar, tô me sentindo meio mal.

-Mal como?- perguntei preocupado.

-Tô meio dolorida, coisa de menstruação que tá pra vir.

-Tudo bem - a segurei pela mão e fiz ela sentar no meu colo - Mas não sei se consigo ficar 5 dias longe de você.

-Lógico que consegue, você tem que tirar umas férias de mim  mesmo - ela riu se divertindo e eu neguei.

-Não quero tirar férias de você nunca - beijei seu pescoço.

-Mas vai passar rapidinho, você vai ver.- beijou meu rosto.

-Se precisar de qualquer coisa liga lá na minha mãe.

-Pode deixar. - sorriu e então meu celular vibrou avisando que eu tinha que ir.

Me despedi da minha esposa e fui para o aeroporto. Não seria bom ficar longe dela tanto tempo, mas em compensação daria tempo de eu resolver o que eu estava querendo, porém, ainda estava em dúvida. E agora? Vou ou não vou atrás dos avós dela?

Entrei no jatinho e voltei a encarar o celular. Meu Deus, que dúvida cruel.

-Que foi boi? Tá pensativo. Chegou quieto.

-Não sei o que eu faço, testa.

-Em relação a quê?

-A vida da Ana.- relutei um pouco em contar mas ele era meu amigo e podia me ajudar - Ela me contou recentemente que seus avós não aceitava o namoro de seus pais e então eles fugiram.

-Nossa. Mas eles não foram atrás?

-Não, e também não quiseram mais saber de nada que fosse sobre os dois, inclusive.. Ana.

-Caramba, que situação.

-Mas eu não acredito que um coração seja tão duro a esse ponto, de não querer conhecer a própria neta, sabe?

-E o que quer fazer?

-Achar os quatro e convencer eles a conhecerem a Ana.

-Mas isso parece meio evasivo demais, não acha?

-Sim, eu acho. Mas e se for bom?

-Uai cara, você pode arriscar. Se eles aceitarem vai ser bom sim, se não...

-Aí eu finjo que nada aconteceu e Ana não precisa saber que fui atrás.

-Isso.

-Então você acha que devo ir atrás disso?

-Acho sim cara. Se não isso vai te perturbar.

-Já tá perturbando - confessei me encostando no banco.

Assim que cheguei no Rio de Janeira mandei uma mensagem para o meu amigo detetive, ele disse que me encontraria no hotel em minutos. 

Quando ele chegou, lhe expliquei de cara toda a situação e ele disse que não seria problema achá-los se eu conseguisse o nome completo e o local onde cada filho tinha nascido, porque assim ajudaria bastante. Mas como eu descobriria isso?

-Cara, como eu faço isso?

-Identidade dos pais da Ana.

-Mas ela não sabe que tô atrás deles e se eu perguntar ela vai desconfiar.

-Preciso de alguma dica Luan, você não sabe nem o nome deles - ele falou e eu me retraí, isso seria mais difícil do que eu pensava,

-Vou tentar descobrir algo - peguei meu celular e liguei pra Ana que me atendeu no segundo toque - Oi gatinha, cheguei viu?

-Ok, já tá no hotel?

-Estou sim.

-Que bom.

-Amor eu tô encucado com uma coisa.

-Que coisa?

-O nome dos seus avós, você sabe?

-Por que quer saber disso agora?

-Sei lá amor, tava aqui sem fazer nada e comecei a lembrar de tudo que me contou.

-Esquece isso Luan...

-Só é uma curiosidade.

- Maria da Glória e Olavo são meus avós paternos, minha avó materna chamava... nossa não lembro- ela riu sem jeito - Sei que é o nome de um filme que falava de uma comunista casada com aquele cara lá, o Luiz Carlos Prestes..

-Olga?

-Isso, Olga, e meu avó era o Osmar.

-E onde seus pais nasceram?

-Minha mãe em Goiânia, e meu pai no Rio. Por que tantas perguntas, amor?

-Ah gatinha, curiosidade mesmo. Hoje acordei lembrando disso.

-Então esquece tá bom? Vou desligar porque sua irmã chegou.

-O que tão aprontando?

-Nada demais, só vamos ver uns filmes e comer besteiras.

-Então tá bom, beijos. 

-E aí? - o meu amigo perguntou.

-Descobri os primeiros nomes, acho que se ligarmos aos sobrenomes dela a gente descobre.- peguei o papel onde tinha anotado os nomes e lhe entreguei - O problema é que cada um passou um sobrenome pra ela, ou seja fica sobrando sobrenome de outro.

-Mas se a gente achar pelo menos as mães ou os pais deles, a gente acha os outros.

-Verdade.

Passamos um bom tempo ali juntando as únicas pistas que tínhamos e ele saiu me deixando com pelo menos 40% de esperança. 

Horas mais tarde, depois do meu show, recebi uma mensagem de que ele tinha achado o pai do seu Jonas e que eles ainda moravam no Rio. Aquela notícia caiu como um balde de alegria e esperança em cima de mim, no dia seguinte mesmo eu o procuraria.


Amanheceu, comi alguma coisa e fui me arrumar. O detetive continuava atrás dos avós maternos da Ana mas já tinha me mandado o endereço e telefone do avô paterno. Meu coração batia acelerado enquanto estávamos a caminho, misturado ao medo, o mesmo medo de estar me "metendo demais".

Quando a van parou pedi pro Rober descer e ver se tinha alguém na casa. Logo uma senhora apareceu, andava devagar e trazia um sorriso sincero no rosto. Senti saudade instantânea da minha avó Manuela e Ivanir.  Observei Rober conversar com ela que não esbanjava nenhuma reação, e eu nem sabia o que ele estava conversando com a senhora, eu tinha dito apenas para ele ver se tinha gente em casa,

-Vamos lá?

Ajeitei a touca e desci, no mesmo instante ela ficou boquiaberta.

-Oh minha nossa, é o Luan Santana.- ela disse e eu sorri.

-Será que posso entrar?

-Mas é claro, fique a vontade.- abriu o portão pra que eu entrasse.

-Seu esposo está?

-Sim, está assistindo televisão.

-Queria conversar com vocês.

-Claro, fique a vontade - disse super gentil e me conduziu até sua casa.

Quando entrei na sala observei de longe um senhor de cabelos brancos sentado em uma poltrona concentrado num programa que leiloava bois.

-Oh de casa - chamei sua atenção e ele me olhou pasmo.

-Você não é aquele cantor?- perguntou assustado e eu assenti rindo.

-Sim, vim conversar com vocês dois.

-Sobre o quê?- ele perguntou ainda assustado e eu ri.

-Calma Olavo, deixa o menino se sentar primeiro - a senhora disse gentilmente - Aceita um café? Suco?

-Não obrigado, acabei de tomar café da manhã - sorri.

- Pois então Luan, no que podemos ajudar? - ela perguntou se sentando ao lado do marido.

-Bom... não sei direito como começar. - olhei a casa em volta, era simples, bem humilde.

-Moram aqui a muito tempo? - perguntei e a senhora assentiu.

-Na verdade viemos da Bahia faz mais de 30 anos, achamos que aqui a gente conseguiria viver melhor.

-E conseguiram?

-Ora, agora sim, porém o começo foi bem difícil.

-E são só vocês dois? Não tem filhos?

-Tivemos dois, uma morreu e o outro... tá sumido no mundo - a senhora era a única que falava, o senhor por outro lado apenas me encarava.

-Sumido?- perguntei e ela deu de ombros.

-Longa história..

-Ora cantor, você não veio aqui para saber da nossa vida, veio? - o senhor enfim me perguntou.

-Na verdade um pouco - engoli em seco. - Conheço o filho de vocês - falei receoso e eles me encararam surpresos. - Jonas não é? Ele é o meu sogro.

-Espera, está dizendo que...

-Sim, sou casado com a neta de vocês. - falei com calma

- E o que temos a ver com isso? - o senhor outra vez me perguntou.

-O mais óbvio, queria que conhecessem a neta de vocês.

-Não quisemos a conhecer quando era bebê, quem dirá agora...

-Seu Olavo me desculpe a insistência, mas é a sua neta.

-O problema não é ela, é o pai dela. Ele fugiu, ignorou nossos conselhos e nos deixou aqui sozinhos. Isso eu não perdoo - ele falava raivoso enquanto sua esposa o olhava com receio. Percebi que por ela, já teria conhecido a neta à tempos.

-Eles se amavam, queriam ficar juntos.

-Mas não nasceram pra ficarem juntos.

-Não estou aqui pra pedir pra verem o filho de vocês, quero apenas que conheçam a neta - falei juntando minhas mãos encarando o chão - Eu perdi meus avós muito cedo - comecei a desabafar - Eu sou cantor famoso agora, mas nasci em Campo Grande, lá no Mato Grosso do Sul e vivi boa parte em uma cidadizinha chamada Jaraguari. Minha avó cuidava da casa com muito zelo e lá tinha um quartinho bem pequeno que a gente jogava vídeo-game - falar aquilo estava me deixando engasgado, com uma louca vontade de chorar, mas eu sentia que tinha que continuar. - Eu nunca me esqueci disso. Trocaria tudo pra ter eles comigo de novo.

-Sinto muito - Seu Olavo falou.

-Tudo bem. Isso passou e eu não posso fazer nada pra voltar. Mas é diferente, vocês estão aqui, vivos, e Ana também. Não desperdicem essa chance.

-Ele tem razão - Maria voltou a falar. - Não custa nada, e é o que sobrou da nossa família além do Guilherme.

-Tudo bem cantor, você venceu. - ele disse depois de pensar por um tempo - Quando vamos conhecer essa Ana, aí?- perguntou.

-O mais rápido possível, só  preciso entrar em contato com os avós maternos dela também.

-Aqueles ali nunca vão aceitar conhecer a menina - seu Olavo falou com desdém.

-O senhor parecia que não ia aceitar também - disse convicto e sorri.

-É cantor, gostei de você - ele riu, pela primeira vez desde que cheguei ali.

Voltei para o hotel me sentindo melhor, uma parte do meu plano tinha dado certo. Agora era encarar a outra, que eu já tinha certeza que seria mais difícil. A questão era que, agora, já não tinha como voltar atrás, eu iria até o fim com isso. E dane-se o medo, dane-se tudo. Eu sentia, bem lá no fundo, que isso faria bem a pessoa que eu tanto amava.

Notas da Autora:
Uiaaa, ficou grande esse capítulo e emocionante até... imagina o desenrolar disso tudo. 
Eu sei que não estou postando com frequência mas é que tá corrido e além disso, quando eu entro aqui, vejo poucos comentários e fico desanimada.
Quando você abre e vê que tá todo mundo comentando e gostando você sente que tá fazendo a coisa certa e se sente até pressionada a postar com pressa, o que não acontece quando os comentários são poucos. Bate um desânimo, ainda mais quando você não tem tantas ideias mais... Enfim, saber a opinião de vocês é importante demais. Pelo menos agora sei o que vou fazer e garanto, vai surpreender. Eu espero. Preparem-se pra fortes emoções. Beijos.

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25 de maio de 2015

Capítulo 113

Ana Julia

Luan estava um poço de romantismo, fez música, espalhou beijinho por todo o quarto e estava todo carinhoso, algo que ele era sempre, mas eu estava estranhando todas aquelas surpresas num dia só.

- Mas agora me diz, porque todas essas surpresas? - perguntei comendo outro beijinho o encarando.

-Não acredito que você esqueceu.- falou mudando sua expressão e eu busquei algo na memória que era pra eu ter lembrado.

-Esqueci o que?- perguntei intrigada,

-Não acredito nisso Ana Julia, você esqueceu do nosso primeiro mês como marido e mulher?- levantou da cama nervoso e eu engoli em seco. É verdade, estávamos fazendo um mês de casados.

-Nossa amor, que cabeça a minha - coloquei a mão no cabelo e ele me encarou raivoso.

-E depois o desligado sou eu... - falou cruzando os braços - E eu achando que você tava preparando algo.

-Desculpa amor, esqueci mesmo. Mil desculpas.- falei caminhando até ele que continuava sério.

-Quando a gente namorava você não esquecia.- continuou carrancudo enquanto eu o abraçava.

-Poxa amor, me perdoa vai. Eu prometo não esquecer nunca mais.

-Tô me sentindo um babaca, isso é coisa que mulher lembra.

-É que você é um lindo amor... - falei tentando o amolecer, mas parecia em vão.

-Fiquei agoniado pensando em algo diferente e minha mãe me deu a ideia das bodas de beijinho. Pra que? Se poderia ter passado em branco sem minha esposa sequer ter se tocado - continuou bravinho e eu sorri da ideia de bodas de beijinho.

-Não faz assim, não me crucifica.

-Tudo bem, alguém tinha que lembrar né? - falou se sentando na cama e tirando o tênis em seguida.

-O que eu faço pra você me perdoar?- perguntei o massageando nos ombros.

-Nada, não precisa fazer nada - falou apoiando os cotovelos na perna.

-E se eu disser que tomei uma decisão sobre meu emprego? - falei utilizando minha última carta na manga.

-Depende...- me olhou de lado.

-Então, eu escolhi não trabalhar mais. - me sentei do lado dele que me olhou um pouco mais animado.

-Mesmo?

-Aham, mas também não vou ficar viajando contigo direto, só quando for ficar muitos dias fora.- falei brincando com minhas mãos - Não aguento seu pique - confessei e ele me olhou sorrindo.

-Tudo bem, então a gente fecha assim, quando eu passar dois a três dias fora de casa você não precisa ir comigo, mas se passar disso você vai.

-Fechado - beijei seu rosto - Tô perdoada depois dessa notícia?

-Não sei, só se você pensar numa surpresa pra agora.

-Ai, sob pressão eu não consigo - ri sem jeito.

-E aquela sua lingerie que ganhou ontem daquela fã que entrou no camarim?- ergueu a sobrancelha com um olhar malicioso e eu  ri.

-Acho que posso ir lá ver se fica bem no meu corpo - pisquei me levantando da cama a procura do pequeno embrulho que trazia um conjunto de lingerie preto,  muito sensual.

Vesti o conjunto e a fã tinha acertado em cheio o meu número. Me encarei no espelho e arrumei a alça do sutiã. Agora sim. Perfeito!

Saí do banheiro com a cara mais maliciosa que consegui e pulei em cima dele, tivemos uma noite louca e quente. Ele sabia como me tocar e me levar ao céu com a boca, com as mãos, com seu membro... enfim, ele era incrível.

Dias depois...

Luan tinha chamado os amigos para um churrasco em nossa casa, e justo naquele dia  minha menstruação tinha descido. Olhei dentro do guarda-roupa e vi que não tinha absorvente. Droga, eu tinha esquecido de comprar no dia anterior. Peguei o celular e liguei pro meu marido que estava no mercado com alguns dos seus convidados comprando as carnes já que eu nunca sabia comprar e sempre deixava essa missão pra ele.

-Fala amor.

-Oi Lu. Eu preciso que traga absorvente pra mim.

-Tá zoando né? Vou comprar isso não - riu sem jeito.

-O que é que tem amor?

-Desceu? - perguntou mais baixo e eu ri, ele tava com vergonha dos amigos, com certeza.

-Sim, se não eu não te pediria pra comprar né?

-Eu nem sei comprar essas coisas, Ana.

-É simples, vai na prateleira onde tem absorvente e pega um O.B pra mim. Ele fica em caixa, você vai achar bem rapidinho.

- Tá bom né, mas cê fica me devendo uma - riu sem jeito.

-Depois a gente conversa - ri e desliguei o telefone. Enquanto ele não chegava fui tomar um banho.

Minutos depois ouvi o barulho da porta do carro batendo e ele conversando com os amigos dele. Vesti meu roupão e saí do banheiro. Não demorou muito pra ele entrar no quarto com duas caixas na mão.

-Aqui - me entregou rindo. - Fui zoado por estar comprando isso.

-Por quem?- perguntei abrindo uma caixa em sua frente.

-Marquinhos. Ele fez um monte de piadinhas. Aí fiz ele pagar - riu se gabando e eu gargalhei.

-Vocês são umas figuras.- tirei o absorvente do plástico e Luan olhou assustado.

-Uai, eu trouxe o trem errado?

-Não, é isso aqui mesmo.

-Mas, não era tipo uma fralda? - perguntou inocente e eu ri.

-Esse é diferente.

-E como usa?- outra vez comecei a rir enquanto ele me olhava curioso.

Virei o absovente pra cima, apontei na direção da minha genitália e fingi que iria introduzir.

-PARA NÉ? CÊ TÁ ZOANDO.

-É interno amor.

-Não senhora, cê não vai enfiar isso aí não.

-Amor é super comum, E eu quero entrar na piscina, e pra isso, só usando esse. - falei indo até o banheiro para enfim colocar o absorvente. Quando saí de novo vi ele me olhar com uma cara estranha.

-Isso não machuca?

-Não, é super tranquilo e bem mais higiênico.

-Cês são tudo doida.- falou rindo e levantou da cama. -  Vou lá temperar as carnes.

-Tá - beijei seus lábios e fui trocar de roupa.

Depois de arrumada e de me sentir mais limpa, eu desci pra fazer as coisas que acompanhariam o churrasco, além da tradicional cebola que e o Luan sempre fazia.

Juliana chegou com Bruna e vieram me ajudar, Bruna foi fazer a sobremesa e Juliana a salada.

-Me diz amiga, e o Marquinhos? - perguntei a olhando de lado, tudo que eu sabia é que eles tinham saído juntos.

-Saímos - deu de ombros.

-Isso o Luan me falou. Quero saber se resolveu dar uma chance...

-Você me conhece né? Fiquei esse tempo todo negando ele mas por puro orgulho, acho que tô sim gostando dele.- confessou sem graça.

- Cê vai gostar né?- Bruna fez chacota.

-Cê vai achar bão? - completei rindo e ela fechou a cara

-Para vocês duas.- disse séria.

-Oh amiga, não tem mal nenhuma em se apaixonar.

-Eu sei, mas eu e o Marquinhos... nunca na vida imaginei isso.

-Mas acontece, não planejamos nada.

-Pelo visto só vai sobrar eu sozinha - Bruna falou fazendo bico e rimos dela.

-Para de besteira, você é linda, é só piscar que tem o homem que quiser - falei tentando a animar.

-Quem dera - riu se divertindo e então mudamos de assunto.

Logo tudo ficou pronto e fomos comer. Antes disso, sentei perto da piscina e tirei uma foto com o pau de selfie que tinha ganhado da minha cunhada, e postei logo em seguida.

Dia de semana abençoado com a galera aqui em casa comendo aquele churrasco top do meu maridão.  Ele arrasa! 


Luan sentou do meu lado com um prato que ele mesmo tinha montado pra mim. Ele era perfeito, em todos os quesitos, e eu era a mulher mais sortuda do mundo! Ele me provou isso dias depois, com uma surpresa que nada no mundo pagaria. Assim... sem explicação!!

Notas da Autora:
E não é que ela esqueceu mesmo kkkk Inacreditável! Quase deu treta, mas Ana representou e soube reverter. Sobre os próximos capítulos... Vem surpresa! Já sabem, o final diz muita coisa, certeza que algumas de vocês já vão sacar. Beijos!

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21 de maio de 2015

Capítulo 112

Luan Rafael

Ao menos toda aquela confusão tinha feito eu descobrir uma coisa sobre Ana que eu não sabia, na verdade, nem sonhava. Só agora, sabendo de tudo, que eu me toquei que nunca nem tinha pensado nos outros parentes dela. Ao mesmo tempo aquilo me incomodava, como alguém podia se rejeitar a conhecer a própria neta? Isso não existe, era inadmissível.

Me deitei na cama e puxei ela pra deitar em cima de mim, depois de desafundar o passado ela ficou meio quieta, calada. Comecei a mudar de assunto pra ver se ela animava, mas ela logo cortou dizendo estar com sono, então, fomos dormir.

2 semanas depois...

-Mãe é hoje, um mês de casado - comentei sorrindo, nervoso por não saber como surpreendê-la.

-Nossa, já filho?- ela virou pra mim enquanto preparava um bolo de cenoura.

-Já e eu não sei o que fazer. Lembrei ontem que hoje faríamos um mês e então não deu tempo de comprar nada.

-Ai filho, como é o primeiro mês não precisa comprar presente, deixa pra comprar algo especial quando fizerem 1 ano.

-Mas não queria deixar passar em branco.

-E não precisa, façam alguma coisa especial. Sai pra jantar mais tarde.

-Queria algo diferente - falei agoniado e minha mãe sorriu.

-Olha filho, você sabe que existem bodas né? Com um ano são bodas de papel, com dois são bodas de algodão, com 25 bodas de prata, enfim... porque você não inventa alguma "boda" pra um mês?

-Tipo o que?

-Não sei, tipo bodas de beijinho.- falou animada e eu a olhei sem entender.- Beijinho... o doce, Luan.- se explicou e eu ri.- Eu posso fazer alguns beijinhos pra você e então você leva pra ela, depois comemoram como quiserem.

-Gostei, é diferente. Faz os docinhos pra mim?- ela assentiu - Então vou lá pensar no resto - beijei o rosto da minha mãe e subi pro meu antigo quarto. Ana ainda estava entretida com minha irmã na área externa da casa.

Olhei minha velha escrivaninha e peguei um caderno de dentro dela. Eu a homenagearia de um jeito que eu sei fazer, cantando. Comecei a pensar em frases, adjetivos, verbos, qualquer coisa que a descrevesse, e então a música começou a surgir...

Como Ana tava cheia de segredinhos com Bruna, comecei a suspeitar de que ela estava armando algo também, de certo pensando que eu tinha esquecido, mas não, eu iria era surpreendê-la!

Dei uma última passada na música mas não cheguei a cantar até o final, já que ela abriu a porta com tudo e pulou na cama super animada:

-Tá cantando o quê?

-Uns modão aê - falei colocando o violão no canto - E você ein, lembrou de mim só agora?

-Nada a ver amor, só tava colocando o papo em dia com minha amiga - sorriu se deitando de barriga pra cima - Sua mãe acabou de rechear o bolo, já tô com a boca aguando.

-Gorda - mordi a bochecha dela.

-Amor eu tô mesmo viu - ela me olhou desesperada e eu ri - É sério, tô engordando muito. Essa história de que casamento engorda é bem verdade.

-Tá grávida - brinquei e ela fechou a cara.

-Me preocuparia se eu não tomasse remédio.- voltou a deitar na cama.

-Desde quando?

-Sempre tomei amor, tantas vezes que fizemos sem camisinha... Vishee, perdi as contas.

-E quando a gente começar a tentar ter nosso fiote, não vai atrapalhar?

-Eu paro, pode ser que demore como pode acontecer rápido, isso depende de cada mulher.

-E no seu caso?

-Eu não sei, mas a gente vai descobrir quando for a hora certa, por enquanto acho que ainda não tá na hora né?

-É, ainda tá cedo.- guardei o caderno na escrivaninha e a olhei - Vamos comer o bolo?

-Ainda tá quente - fez bico.

-Só um pedacinho, tô louco de vontade - confessei rindo e ela levantou indo comigo até a cozinha.

Nos deliciamos com o bolo meio quente ainda e depois ela quis dormir. Aproveitei pra pegar os docinhos que já estavam prontos e levar pra nossa casa, e assim fiz. Espalhei por todo nosso quarto e arrumei nossa cama que estava uma zona - tínhamos acordado e ido direto pra casa dos meus pais. Coloquei alguns beijinhos em cima da cama também e depois fechei a porta voltando pra casa dos meus pais.

-E aí? - minha mãe perguntou assim que abri a porta.

-Já deixei pronto.

-O perigo é encher de formiga.

-Lá em casa não tem formiga, se aparecer logo hoje é sacanagem - comentei rindo e ela concordou.

Horas mais tarde, já quase anoitecendo, decidimos ir embora. Nos despedimos de todos e fomos. Como suspeitava ela mau entrou em casa e já foi direto pro nosso quarto. Eu, logicamente, fui atrás pra ver sua reação e realizar a outra parte da surpresa.

Assim que ela abriu a porta do quarto ela me olhou sorrindo. Pegou logo um beijinho que estava perto da porta e comeu.

-Ai que delícia, faz tanto tempo que não como isso - confessou sorrindo e eu a abracei por trás.

-Gostou da surpresa?

-Amei amor, ainda arrumou nossa cama. - se virou e passou os braços pelo meu pescoço.

-Foi, pra ficar bonitinho.

-Lindo - me deu um selinho e entrou no quarto pegando todos os beijinhos do chão e colocando em cima da cama - Vou comer tudo agora.

-Eita amor, larga de ser gulosa.

-É despedida, depois vou começar a malhar com você - falou beijando os dedos fazendo uma promessa e eu ri.

-Você é linda de todo jeito, até assim meio gordinha - brinquei com ela que fechou a cara na hora.

-Gordinha é a sua cara, seu obeso - rebateu nervosa e eu gargalhei.

-Tô brincando amor, cê tá lindona.

-Sei...- voltou a comer seus beijinhos com um bico enorme.

-Tenho mais surpresa - confessei pegando meu violão que estava em cima da poltrona.

-Mais?- me olhou animada.

-Aham, essa eu fiz em 40 minutos.- falei sentando na cama e ajeitando o violão no colo - Pera que a letra eu ainda não aprendi - ri sem jeito puxando o papel no bolso e colocando em cima da cama, de um jeito que eu conseguisse ler.

Nem todas as verdades vão te convencer
Palavras de mentiras a gente passa a borracha
E elas logo se apagam

Nenhum adjetivo vai te descrever
Nem frases copiadas 
Nem cartas rabiscadas 
Pois elas logo se rasgam

Mas meu amor não
Mas meu amor não

Você é meu oxigênio
Minha sina, meu destino.
A metade do caminho
Que falta pra eu caminhas

Você é o meu melhor momento
Meu barulho, meu silêncio.
Você é o meu melhor lugar.
É o meu melhor lugar.


-Nossa amor, que linda - falou meio chorosa e eu logo lhe dei um selinho longo.

-Gostou?

-Eu amei - falou me puxando para um outro selinho. - Você é incrível - falou alisando meu rosto - Eu vou ser eternamente grata a Deus por ter me dado você - me deu outro selinho - Mas agora me diz, porque todas essas surpresas? - perguntou comendo outro beijinho e eu senti meu mundo cair.

-Não acredito que você esqueceu...

Notas da Autora:
Eitaa Ana, como você esquece um mês de casamento? Engraçado né? Logo o Luan lembrar e ela esquecer... Mas será que ela esqueceu mesmo? Não percam os próximos capítulos nesse mesmo canal kkkk Beijos..

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16 de maio de 2015

Capítulo 111

Ana Julia

Eu estava me roendo de ciúmes e isso me irritava porque nunca, nunca mesmo, fui de sentir ciúmes de namorado nenhum. Mas como sempre, Luan fazia eu sentir coisas novas e ciúmes era uma delas. Estava me sentindo ridícula por estar com raiva dele por ter quase enfiado a cara no decote da moça que obviamente não era fã, ele mesmo sabia disso.

Acabei me entregando pra ele no camarim porque não sou forte o suficiente para negá-lo, só que minha cabeça gritava pra eu não deixar aquilo acabar assim, eu tinha que falar algo, mas ao mesmo tempo eu não queria falar e fazer papel de ciumenta ridícula.

Ele foi fazer o show e eu tentei esquecer aquilo, apesar de ainda estar com raiva. No meio do show fui passear pelo camarote pra pegar alguma bebida e disse pro Rober que não demoraria. Nesse meio tempo acabei esbarrando em uma pessoa que eu já não via a muitos anos.

-Guilherme? - o olhei assustada - Uau como você cresceu - ri sem jeito pro meu primo que estava maior do que eu e muito lindo por sinal.

-Não acredito prima, pensei que nunca mais fossemos nos ver - riu descontraído e me abraçou.

-Olha, eu também.

-Não sabia que gostava de sertanejo - ele falou dando um gole em sua bebida.

-Eu sou casada com um cantor de sertanejo.- falei rindo e ele me olhou curioso. Com a cabeça apontei pro palco - Mentiraaaa - fez cara de espanto - Sério mesmo? Tu que é a esposa do Luan Santana? - assenti rindo da cara que ele fazia.

-Em que mundo você vive?

-Uai prima, eu ouvi falar que ele casou mas não fui ver quem era a menina.

-Pois é, sou eu - sorri.

-Olha, ele é um cara de sorte, porque você tá gata - sorri sem jeito.

-Quer assistir o show do palco comigo?

-Opa, agora! Curto demais as músicas dele.

-Deixa eu só pegar alguma coisa pra eu beber ali.

Fui até o bar e comprei uma cerveja voltando para o palco com meu primo que me falava sobre o que fazia e seus planos para o futuro. Quando paramos no lado do palco, o show já estava no meio, só que eu continuei conversando com ele, ao pé do ouvido, pois era a única forma de o escutar. Eu tinha esquecido como Guilherme era engraçado, desde criança.

O show acabou e eu olhei pro palco quando ouvi Luan começar a se despedir. Nosso olhar se cruzou e ele fechou a cara. Ótimo, bom ele ficar com ciúmes também que assim ficamos quites. Voltei a conversar com meu primo e logo Luan parou ali na nossa frente.

-Já vamos embora tá?- falou sem nem olhar pro meu primo.

-Já? Não quer ver os outros shows?

-Não, tô cansado - disse frio, e é lógico que ele não estava cansado, a gente tinha passado semanas descansando.

-Ah, esse é o Guilherme - apresentei meu primo que foi super gentil e esticou a mão.

-Prazer cara, curto muito suas músicas - falou super simpático e Luan pegou em sua mão sem ânimo algum me deixando com vergonha da situação.

-Valeu - foi a única coisa que ele disse.

-Faz assim amor, vai indo na frente que já te encontro lá.- bati em seu ombro de leve e o Luan me olhou sério, arregalou os olhos como se dissesse "é sério?" e saiu sem nem se despedir.

-Ainda vai rolar um monte de show massa, convence seu marido a ficar aí, vai. Nem deu pra gente matar a saudade - ele me olhou com a cabeça meio virada e eu ri.

-Ele tá cansado, e eu também estou - na verdade, eu só queria ir pro hotel de uma vez.

-Poxa,  então tá né? Mas vamos marcar de se ver.

-Claro, vai lá em casa qualquer dia. Anota aí meu número.

-Só um minuto - falou pegando o celular e anotando os números conforme eu dizia - Eu te chamo no whats,

-Então tá bom - abracei ele me despedindo - Juízo.

-Pode deixar.

Saí dali e fui em direção ao camarim, quando entrei vi Luan trocando de camisa, com a cara mais fechada do mundo. Me sentei no sofá e peguei meu celular, só então ele olhou pra mim:

-Já conversou tudo com seu amiguinho?

-Não tudo que eu queria né, mas sim...- respondi sem o encarar.

-Você não tem vergonha de com essa idade ficar de vingancinha?

-Vingança?- o encarei rindo.

-É... Tá na cara que ficou lá de papo com ele só porque eu olhei pro decote da menina mais cedo. Foi só um decote, e eu olhei por acaso.

- Eu não tava de papo com ele pra me vingar. - falei e voltei a mexer no meu celular.

-Diferente de você, eu tenho ciúmes e assumo. Você sabe como eu sou, e aí sai no meio do show e volta acompanhada na maior cara de pau e fala que isso não é por vingança? Se estivéssemos de boa você jamais faria isso.

-Luan, eu não vou discutir com você. Se arruma logo e vamos porque eu quero dormir - falei séria e saí do camarim indo pra área onde certamente a van pararia.

Durante todo o caminho até o hotel o silêncio reinou. Luan estava nervoso e nem sentou do meu lado.

Quando chegamos no hotel ficou o mesmo clima, nem eu e nem ele falava nada. Subimos pro nosso quarto sem sequer ficar perto um do outro. Respirei fundo enquanto ele abria a porta. Parece que por ironia o cartão não estava passando.

-Droga - ele reclamou tentando mais uma vez.

-Deixa eu tentar - fui pra pegar o cartão mas ele puxou de volta. - Grosso.- reclamei baixo e outra vez ele enfiou o cartão na porta. Dessa vez ela abriu.

Ele entrou primeiro e foi tirando o coturno. Fechei a porta, respirei fundo outra vez e o encarei.

-Ele é meu primo - falei pra ver se acabava com aquele clima.

-Primo?- me olhou curioso.

-Longa história - dei de ombros.

-Você nunca me contou sobre o resto da sua família, seus avós, tios, primos... - falou mais calmo e eu pensei se era hora dele saber.

-Nunca falei porque é algo que não gosto de lembrar.

-Não confia em mim?

-Claro que confio, você é meu marido.- me sentei do lado dele - Mas é que... eu não gosto de falar isso, é algo que foi superado.

-Eu entendo, mas eu queria muito saber... Você sabe tudo sobre a minha vida e eu não sei tudo sobre a sua...

-Tudo bem...- tirei meus saltos e o encarei - Eu conto - me virei mais pra ele e me preparei pra tocar num assunto que eu não tocava a anos - Meus avós paternos e maternos não apoiavam o relacionamento dos meus pais. Coisa de status... Minha mãe era muito rica e meu pai um zé ninguém. Eles acabaram proibindo meus pais de terem qualquer coisa e então, eles fugiram. Um mês depois minha mãe descobriu que estava grávida, a essa altura meus avós já tinham bloqueado seu cartão de crédito e eles estavam na pior. Meu pai arranjou um emprego e eles foram levando a vida. Meus avós nunca foram atrás deles, nem os maternos, nem os paternos.

-E eles sabem de você?

-Minha mãe me levou pra conhecer meus avós maternos e eles nem abriram a porta. Disse pra ela sumir e que eles não tinham filha. - falei engasgada e Luan me olhou assustado.- Meus avós paternos ficaram sabendo e disseram que também não queria contato. A única pessoa que quis me conhecer foi minha tia, irmã do meu pai. Mas ela sofreu um acidente e morreu 10 anos depois deixando o Guilherme. O único neto que meus avós maternos aceitaram.

-Você só tem uma tia?

-E um primo. Meus avós maternos só tiveram minha mãe, e meus avós paternos só tiveram meu pai e minha tia Joana.

-Então de toda sua família, você só tinha contato com seu primo?

-Sim, mas só durante a infância. Nos vimos quando eu tinha uns 17 anos mas também foi tipo hoje, por acaso. 

-Nossa amor, que barra - ele falou mais calmo e o clima entre a gente ficou melhor. 

-Isso é uma história muito delicada pra mim e pros meus pais, e acho que nunca contei pra ninguém. Sempre que falavam de avós eu mudava de assunto. Acho que acabei esquecendo de tudo por um tempo.

-Obrigado por confiar em mim- ele segurou minha mão - E desculpa pelo ciúmes e por ter olhado pro decote da menina, foi muito sem querer.

-Tudo bem, acho que tivemos nossa primeira "DR" depois de casados - ri descontraída.

-Desculpa ser tão idiota as vezes, é que eu amo muito você.- falou olhando bem no fundo dos meus olhos.

-Eu também tenho que pedir desculpa por sentir ciúmes de algo tão banal.

-Então você confessa que tava com ciúmes?- riu se gabando.

-Confesso.

-Você consegue ser linda até assim - sorriu me puxando pra um beijo de reconciliação nos levando ao nosso velho estava de paz e amor. 

Notas da Autora:
Sabe o que eu me toquei, que eu nunca tinha falado do resto da família de Ana kkkkk. Pesado a história né? Mas veio na hora certa, pra provocar um pequeno ciuminho e outra coisa que vocês verão em breve kkkkkkk Por hoje é isso, mas posto mais assim que vocês comentarem bastante kkkk. Beijoos!

PS: Comentários respondidos.


14 de maio de 2015

Capítulo 110

Luan Rafael

Estava deitado na cama esperando Ana sair do banho. O dia tinha sido até tranquilo, e apesar de saber que sentiria falta da nossa lua de mel e nossos momentos juntos, eu sentia falta de estar nos palcos e cantar pra multidões.

A porta do banheiro se abriu, e eu, que estava concentrado no celular, olhei para aquele belo monumento a minha frente. Sem a menor intenção, ela me excitava, só pelo jeito que secava o cabelo e com um pijama curto que mostrava bem suas curvas. Ainda babando sentei-me direito na cama e a encarei com mais atenção.

-Que foi, amor? - ela perguntou pendurando a toalha no porta-toalha.

-Você é tão linda - falei quase que num sussurro e ela riu.

-Para que assim eu acredito - caminhou em minha direção e engatinhando veio pra cima de mim.

-Eu já tava excitado, vendo você vir assim fiquei mais - a puxei pra mais perto e ela afundou o rosto em meu pescoço.

-Você é um tarado, isso que você é.

-E você é uma gostosa - beijei seu rosto e comecei a passar a mão pelas suas costas vagarosamente.-Como vai ser? Amanhã 6 horas eu tenho que voltar ao trabalho.

-Ninguém me chamou pra ir junto...- ela me encarou rindo.

-Você quer?

-Não tem nada que me prende aqui - ela deu de ombros - Eu ainda tenho um mês de licença.

-Amor, você quer mesmo continuar trabalhando? Porque eu dou conta de sustentar nós dois sozinho.

-A questão não é essa, mas sim uma coisa que gosto de fazer.

-Eu entendo, mas vai ser bom pra gente, assim você não fica sozinha.

-Verdade... Acho que tô mau acostumada, a ideia de ficar longe de você me deixa agoniada - confessou sem graça e eu beijei a ponta do seu nariz.

-Eu sinto a mesma coisa, quero te carregar comigo para todo canto. Vamos vai? Vai ser legal.

-Tudo bem, vamos.. Mas sobre eu deixar o emprego eu vou pensar mais um pouquinho tá bom?

-Tá bom - assenti lhe abraçando mais forte.

E então, após alguns assuntos aleatórios acabamos pegando no sono, com o celular ligado ao velho aplicativo de sons naturais - chuva, trovão, cachoeira..., - Ana acabou pegando a mesma mania comigo e isso me dava ainda mais certeza de que fomos feitos um pro outro.

No dia seguinte ela acordou animada fazendo nossas malas. Quando abri os olhos vi ela sentada no chão dobrando as peças e organizando dentro da enorme bolsa que estava ao seu lado. Ela arrumava suas roupas, o que me fez pensar que certamente a minha mala já estava pronta, e eu confiava muito em seu bom gosto. Apoiei minha cabeça na mão esquerda e me ajeitei na cama.

-Bom dia - ela disse sem me olhar.

-Precisa de ajuda?

-Não gatinho, tô quase terminando. A sua mala já está pronta - É, eu sabia...

-Você tá se saindo uma ótima esposa.

-É né.. só fico te mimando - sorriu prendendo o cabelo num coque.

-Eu amo ser mimado por você - confessei sentado na cama.

-Pensa que eu não sei? - olhou pra mim sorrindo - Está com fome?

-Morrendo - fiz careta.

-Lógico, só vive com fome - Levantou e veio na minha direção ficando entre as minhas pernas, ela de pé e eu ainda sentado - Fiz um almoço gostoso pra gente - me abraçou carinhosamente.

-Hummmm, já podemos comer?

-Vamos?

-Bora.- Levantei num pulo da cama e a abracei por trás.

Almoçamos a deliciosa lasanha que ela preparou sob brincadeiras e sorrisos, já que ela gostava de mastigar de boca aberta só porque eu achava nojento, dizendo que eu tinha que começar a conhecer os seus defeitos. Acabava que eu ria da palhaçada dela e isso tornava nosso relacionamento único, cheio de bobagem que pros outros podia não ser nada, mas pra gente, era tudo.

O resto do dia passou depressa e logo estávamos a caminho do aeroporto rumo a Curitiba. O tempo estava frio, e nós dois estávamos bem agasalhados. Ana agiu como minha mãe, mandou eu colocar toca, cachecol, tudo... ela com certeza seria uma boa mãe, mas não era algo que pensávamos. Ela nem gostava de falar disso e bom, eu também achava muito cedo.

Assim que a van parou avistei uma enorme quantidade de fãs, elas gritavam enlouquecidas ainda mais depois de terem visto Wellington descer da van. Como fazia tempo que não via e atendia fãs eu escolhi que as atenderia sem ser por grade, e Ana concordou que eu deveria fazer assim.

Desci e elas fizeram filas, estavam eufóricas mas estavam se controlando, pois caso o contrário sabiam que eu acabaria não atendendo ninguém. Não por maldade, mas por questão de proteção pessoal. Ana ficou do meu lado pegando alguns presentes que lhe  davam. Apesar de me esforçar para ouvir o que elas falavam pra minha esposa eu não conseguia, era muita gritaria, e eu estava morrendo de saudades.

Uma "fã" loira - e confesso, muito linda - chegou perto de mim e me deu um beijo no rosto. Sorri e a abracei para tirar foto. Antes dela sair, ela beijou minha nuca e instintivamente eu me arrepiei e olhei para o seu decote que estava bem a vista mostrando um belo par de seios. Na mesma hora desviei o olhar para minha esposa que me olhava com a cara de poucos amigos. Acho que me daria mal por uma simples olhadinha inofensiva.

Me despedi das meninas e fui com Ana rumo ao jatinho, ela não disse uma palavra e também não sorriu pra mim. Subiu as escadas ainda segurando um monte de presente e se sentou no primeiro banco do jatinho, de um jeito que eu não poderia sentar ao seu lado. Revirei os olhos e sentei de frente pra ela, que me ignorou e colocou os presentes no banco detrás.

-Ei, eu não fiz nada.- me defendi a encarando

-E eu tô calada - falou séria se encostando na janela. Era novidade ela com ciúmes, mas muito lindo.

-Não tá com raiva? - perguntei destravando o celular.

-Tô bem. - continuou me ignorando. Pegou a coberta jogou em cima dela e pegou seu travesseiro logo em seguida.

-Então olha aqui pra eu tirar uma foto e falar que minha esposa linda está viajando comigo - apontei a câmera pra ela que me ignorou e virou pra janela  encostando o braço no travesseiro.

Mesmo assim bati a foto e postei.

Olha quem vai viajar comigo. 
Agora sim esse jatinho tá bem frequentado. <3 @AnaJu

Não quis ficar cutucando ela, se ela disse que estava bem era melhor eu não insistir no assunto.

Fomos o caminho até Curitiba em um silêncio absoluto. Nem meu segurança e meu secretário ousaram falar algo.

Quando cheguei ao destino, também fiz questão de atender todas as fãs que estavam ali,  e só então seguimos ao velho hotel que sempre ficávamos. A temperatura estava ainda mais baixa que em São Paulo e vi Ana se encolher enquanto caminhávamos até a van. Antes que ela falasse algo, puxei ela com tudo e esfreguei seu braço na intenção de a aquecer. Mesmo emburrada ela não recuou.

Chegamos no hotel e subimos direto pro quarto. Ela jogou a bolsa na cadeira e se sentou na cama esfregando as mãozinhas.

-Amor, é sério. Fala comigo. - pedi manhoso.

-Já disse que tô bem, Luan.

-Não tá, eu te conheço - sentei do seu lado.

-Acho melhor você me deixar quieta - saiu de perto de mim e foi até a mala - Você ouviu o que o Rober disse né? Saímos em duas horas - repetiu o que Rober tinha dito a uns 5 minutos e pegou sua roupa indo até o banheiro.

Ficamos nesse clima chato por todo o tempo e eu já nem sabia o que fazer pra ela voltar a falar comigo de boa. Conhecia Ana o bastante pra saber que ela odiava sentir ciúmes.

Assim que ela saiu do banheiro senti meu coração acelerar, ela estava com um vestido vermelho justo que deixava seus ombros a mostra, mesmo sem estar maquiada e com o cabelo arrumado eu já estava a achando perfeita. Peguei minha roupa e também fui me arrumar.

Horas depois e um pouquinho atrasados, saímos do hotel em direção ao Teatro Guaíra. Ana continuava séria, mas uma séria muito gata que eu estava louco de vontade de beijar. Arquitetei um plano na cabeça de fazer ela voltar a falar comigo e com certeza, era infalível.

Pedi pra Rober adiantar tudo e ele seguiu minhas ordens. Atendi o camarim assim que cheguei e já dei algumas entrevistas. Recebi alguns contratantes e o prefeito da cidade como geralmente sempre recebia. Quando a porta se fechou olhei pro Rober que fez sinal com a cabeça indicando que agora era só me preparar para o show.

-Já foi tudo?- perguntei pra ter certeza.

-Sim.

-Então pode deixar eu aqui sozinho que eu me cuido.

-Tem certeza?

-Tenho, a Ana vai ficar aqui comigo.

-Qualquer coisa tô aqui fora.

-Não, pode ir dar umas voltas e levar os seguranças com você. Tá tudo certo.- falei convicto e olhei pra Ana que estava tão concentrada no celular que nem prestava atenção no que estava acontecendo.

-Ok - ele falou por fim e saiu do camarim.

Mas do que depressa eu tranquei a porta e me sentei do lado da minha esposa, que mesmo sentindo minha presença continuou me ignorando como se eu não estivesse ali. Coloquei a mão em cima da tela do seu celular e só assim ela me olhou, me fuzilando com os olhos.

-O que você quer?

-Você - cheirei seu pescoço que se esquivou.

-Não vai rolar.

-Ah vai - segurei em sua nuca e a puxei pra perto, ela continuava séria.

-Sai Luan...- tentava me empurrar.

-Você sabe que sou mais forte e que você não resiste - fiz uma trilha de beijos de sua nuca até próximo a sua orelha, do jeito que ela amava. - Para de bobagem e beija seu maridinho.

-Vai beijar aquela piranha do aero, vai.- se esquivou completamente arrepiada.

-Eu sabia que estava com ciúmes - mordi sua orelha e ela virou o rosto pro lado contrário se arrepiando mais.

-Não tenho ciúmes, só achei meio chato você olhar pros peitos de outra mulher com todo mundo ali olhando você.

-Assume vai - roçava meu nariz em sua nuca - É ciúmes sim.- falava mansinho passando a língua pelo seu pescoço.

-Para Luan - ela sussurrou fechando os olhos.

-Parar por que? Nós temos tempo. - virei seu rosto pra mim e a beijei sem dar tempo de ela se afastar.

Como eu previa, o meu plano deu certo e Ana logo montou em cima de mim no sofá do camarim, onde nos amamos sem vergonha. Quando ela gemia um pouco mais alto eu tomava sua boca com beijos ferozes e assim ela se controlava. Foi uma transa ainda melhor do que a que tivemos no avião quando estávamos indo a Las Vegas. Ela sabia me enlouquecer, por aceitar minhas loucuras nos locais mais inapropriados. Mas Ana era Ana e é lógico, aquele meu pequeno deslize, não terminaria em uma transa. Ela se vingaria. É claro que sim.


11 de maio de 2015

Capítulo 109

Ana Julia

Chegamos em São Paulo perto das sete horas da noite. Eu estava exausta da viagem mas realizada e extremamente feliz.

Fomos recebidos pelos nossos pais no aeroporto, que fizeram uma farra engraçada, com balões e uma faixa enorme escrita "Recém Casados" e nossos nomes embaixo. Abracei Luan que empurrava o carrinho com nossas malas. Cumprimentamos todos e fomos até os carros, já que as pessoas começaram a se aproximar demais e atrapalhar a gente a sair.

-Estão curiosos?- dona Mari perguntou dentro do carro.

-Muito - falei entrelaçando minhas mãos na de Luan.

-A casa é linda, a cara de vocês.. - sorri louca pra conferir tudo.

Em minutos paramos em frente a uma enorme casa de cor branca, dois andares e um jardim impecável, cheio de flores de cores fortes e um gramado verdinho. Era no mesmo condomínio que os pais de Luan moravam, e confesso que não desconfiei. Quando passamos pela portaria do condomínio eu pensei que estávamos indo pra casa deles, e não pra nossa.

-Meu Deus, é aqui?- perguntei boquiaberta e meus sogros assentiram juntos. Logo atrás parou o carro dos meus pais que desceram sorridentes.

-É linda demais - falei olhando pra Luan que concordou.- Você também não sabia de nada?

-Não amor, tô tão surpreso como você - disse me abraçando de lado.

-Gostaram?

-Demais - Luan respondeu por mim que ainda estava boquiaberta.

-Vem, vamos ver por dentro - meu pai falou tomando as rédeas e indo na frente.

Por dentro era ainda mais bonita, com detalhes que lembrava a casa da minha mãe e da minha sogra ao mesmo tempo, e isso trouxe uma sensação boa pra mim, que eu não sei explicar. Era como continuar vivendo a minha vida só que na MINHA casa. Enfim, algo inexplicável.

-Tem 5 quartos, todos com suítes.

-Uau - falei virando e olhando tudo em volta.

-Quem escolheu os móveis? Foi você, mãe?- Luan perguntou e ela riu.

-Foi eu e a mãe da Ana, a gente concordou em tudo.

-Nossa, amei! Tá bem a nossa cara mesmo, dá impressão que vocês pegaram a casa de vocês e trouxeram um pouco de cada pra cá - ele falou.

-Pensei a mesma coisa amor, a mesma!- sorri me aconchegando em seu peito.

-Temos outra surpresa, depois vocês conhecem a casa sozinhos - Minha mãe falou animada e eu a olhei intrigada.

-Vamos la - dona Mari saiu na frente e seguimos ela.

Paramos em frente a primeira porta à esquerda. Amarildo fez sinal com a cabeça pra que eu abrisse, e sem delongas eu abri e entrei. Era um quarto de bebê, com bercinho, cadeira de balanço e um monte de ursinhos, livros e muitas coisas lindas.

-Gente que gracinha - eu disse rindo pro Luan - Mas olha, esse quarto vai demorar a ser usado - falei passando a mão no bercinho branco.

-A gente quis enfeitar logo pra ser um incentivo, queremos netos logo.

-Vamos com calma - Luan riu vindo pro meu lado.

-Tá branco porque o sexo é indefinido. - Dona Marizete explicou a cor do quarto.

-Que sexo gente? Nem bebê tem - eu ri e Luan ajeitou o boné meio desconfortável.

-Mas quando tiver, e souberem o sexo, aí vocês mudam a cor.- ela falou sorridente - E aí, gostaram?

-Nossa muito!- falei animada. - Tá tudo lindo, eu amei, de verdade! Obrigada.

-Eu também gostei, ficou lindo - Luan concordou comigo agradecendo nossos pais em seguida.

Logo eles foram embora e nos deixaram conhecendo tudo sozinhos. Era uma casa muito grande pra nós dois, mas mesmo assim era bonita e a "nossa cara", como Marizete mesmo disse. E já que Luan gostava de reunir os amigos pra fazer churrasco e tudo, o espaço era bom, e tinha lugar pra eles até dormirem caso quisessem.


Uma semana depois a Globo entrou em contato com a gente. Era do programa Estrelas com a Angélica. Ela queria que eu fizesse algum prato especial, mas o foco era falar sobre o casamento e nossas primeiras semanas de casados. Luan se animou com a ideia de me ver cozinhando num programa. Ele pensava que dessa forma as fãs dele me conheceriam de um jeito que talvez muitas não me conhecessem. Para não desanimá-lo e não tirar o foco de cima dele, que era o artista, sugeri que ele fizesse um churrasco do jeito que ele sabe e eu um acompanhamento básico. A ideia agradou a todos e no dia seguinte todas a equipe chegou em nosso casa logo pela manhã.

-Que casa linda.- A Angélica falou admirada como eu tinha ficado.

-Foi presente dos nossos pais - Luan falou.

-Uau, é enorme só pra vocês.

-Também achei - ele riu fechando a porta depois que todos entraram.

-Tem que encomendar os bebês logo.

-Não. Tá cedo, a gente vai curtir mais - ele falou e olhou pra mim que concordei.

-E você menina, aquele vestido é maravilhoso!

-Ai Angélica, nem fala, foi amor a primeira vista.

-Perfeito - ela sorriu super simpática - Mas então, onde vamos gravar? Na sua cozinha? Como vocês preferem?

-A gente pensou em ser lá fora por causa da fumaça e tudo, e já tá tudo arrumadinho, só montar as câmeras e começar a gravar.

-Olha gostei, então vamos começar porque vim pra me entupir de churrasco - ela brincou e nós rimos.

As câmeras foram montadas rapidamente e enquanto isso retocaram a maquiagem da apresentadora e vieram retocar a minha e de Luan. Colocamos o avental e fomos pra detrás da bancada pra fazer primeiro a " Chamada" do programa que iria ao ao dali duas semanas. Logo em seguida, começamos de fato a gravação.

-Hoje estamos aqui com ele, o ex solteirão mais cobiçado do mundo, agora casado. - Angélica falou e Luan sorriu sem graça.

-Pois é rapaz, agora sou cara direito, homem da casa - ele riu passando a mão no cabelo, pra variar.

-Como eles casaram a pouco tempo, acho que não tem nem um mês ainda né?- ela perguntou e nós assentimos- Nós viemos a casa deles ver se eles sabem se virar sozinhos - ela falou e eu ri meio com medo de algo dar errado. Afinal, nunca tinha cozinhado pra outras pessoas. - E enquanto isso vamos batendo um papo sobre os planos de vocês e os próximos projetos que virão pela frente.

Luan ensinou a temperar a carne e depois colocou várias pra assar de uma vez. Nesse meio tempo, respondeu perguntas sobre o novo DVD e sobre as músicas que estava recebendo e compondo.

Enquanto a carne assava me aproximei da bancada, era minha vez.

-Enquanto a carne tá lá na churrasqueira assando, a gente vai aprender a fazer um arroz diferente, é isso?- ela perguntou e eu assenti.

-Isso, é um arroz simples e bem gostoso. E como ele leva bastante coisa é um acompanhamento perfeito, não precisa de mais nada, só ele, as carnes e uma saladinha.

-Nossa que legal isso, dá pra fazer assim em cima da hora. Bateu vontade, chamou os amigos e fez.

-Isso, e Luan adora essas coisas na hora, a mãe dele comentava isso comigo antes - ri.

-Mas depois que casaram não teve nada aqui ainda?

-Não, ainda não, a gente tá se curtindo ainda Angélica - Luan falou e piscou me deixando bem sem jeito - A lá, a muié tá ficando vermelha.- ele riu beijando minha cabeça e eu ri ainda envergonhada.

-Tadinha Luan - Angélica brincou- Mas tá certo, tem que aproveitar mesmo, essa fase é bem gostosa. Depois vem os filhos e você tem que dar mais atenção pra eles, então curte enquanto não tem com quer dividir essa atenção - ela riu e nós concordamos.

-Verdade, a gente quer curtir muito mesmo.

-Mas pensam em ter filhos? - ela outra vez tocou naquele assunto.

-Sim - respondi - Mas bem depois. Não é algo que queremos por agora.

-Verdade - Luan concordou - Mas bora fazer esse arroz logo aí que a carne já tá começando a cheirar - ele mudou logo de assunto e eu agradeci, não gostava de me sentir "pressionada", e essa história de filhos era algo que a gente tava ouvindo demais.

-Tá cheirando mesmo ein - Angélica falou pegando a sua folha - Vamos só passar os ingredientes antes. - começou a citar um a um e logo depois pediu pra que eu começasse.

Fiz o arroz que pra minha sorte ficou soltinho e com uma cara ótima, fora o cheiro do bacon, da linguiça e outras coisas que ele tinha misturado. Coloquei em cima da mesa e busquei a salada enquanto Luan pegou as carnes já prontas e cortou em cima da taboa mostrando elas suculentas e bem assadas.

Montamos a mesa e logo nos sentamos pra provar.

-Olha, a cara está ótima, e essa salada aqui tá linda, quero a receita depois - ela falou pegando o garfo. O prato já estava posto, bem arrumadinho também, pra ficar legal pra quem visse de casa.- Vamos ver - ela falou colocando um pouco do arroz na boca.- Nossa, muito bom - ela falou e pegou outro punhado.

-Deixa eu ver - Luan falou pegando um pouco do arroz também - Nossa amorzinho, tá bom mesmo, esse cê nunca fez pra mim - ele falou rindo e eu ri concordando.

-Gente ficou soltinho, que delícia - Angélica elogiou de novo e eu agradeci.

-Agora vê aí a carne Angélica - Luan disse agoniado e a gente riu - Minha mulher é boa mesmo, arrasa em tudo, tem que ver eu - ele falou animado e eu ri dele.

-Mas lógico, vamos ver essa carne agora - ela cortou e colocou um pedaço na boca - Olha... sério, o almoço na casa de vocês vai ser sempre sucesso, muito bom - ela falou comendo outro pedaço - Bom mesmo.

-Gostou? - perguntou inseguro - Come aí amor, vê se ela não tá mentindo pra mim - ele falou brincando e a gente riu.

-Tá uma delícia gatinho. - falei depois de ter provado.

-Tá gostoso mesmo, tô falando sério. Quero nem conversar mais, só comer- ela brincou de novo e nós comemos juntos.

Pedi licença da mesa e voltei com uma sobremesa que tinha preparado. Era um pavê de sonho de valsa. A Angélica olhou pra trás assustada.

-Uau, tem sobremesa, e que sobremesa - ela falou pegando um pote e Luan pegou outro.

-Hoje vou fazer todos saírem da dieta - brinquei voltado a me sentar.

-Hoje vou sair com gosto - ela riu pegando a colher e experimentando - Ai gente - ela suspirou - Que delícia, depois você passa a receita pra gente colocar no site - assenti rindo - Da salada também, tava maravilhosa - ela falou tocando meu braço de leve e eu concordei - Que delícia, muito gostoso mesmo.

Terminamos de comer e depois de tirar tudo da mesa fomos pra sala onde ela disse que nos perguntaria coisas sobre nossa lua de mel e outras coisas. Me sentei ao lado do Luan e ele logo puxou minha mão entrelaçando nossos dedos.

-Agora que já comemos, que bateu aquela preguicinha, vamos conversar.. Conta pra gente como foi a lua de mel - ela perguntou conferindo seu papel - Vocês foram pra Las Vegas, é isso?

-Sim, e foi incrível Angélica, lá é tudo lindo. A gente se divertiu muito.

-Foram nos cassinos?

-Nossa, todo dia - respondi rindo - Luan entrava lá e não saia mais.

-E porque vocês decidiram ir para lá?

-Cê vai achar louco, mas eu tive um sonho com a gente curtindo lá. Pensei que seria mesmo uma boa e ela aceitou na hora!

-E ela costuma ser assim sempre? Aceitando tudo de cara?

-O que? Quem dera - ele riu e eu o cutuquei - Ela tem o gênio forte, e bota forte nisso! - ele me entregou e eu ri.

-Eu confesso, sou assim mesmo. Mas gostei da ideia de ir pra Las Vegas e bom lá me surpreendeu muito.

-Me fala da música que você compôs. Como surgiu a ideia, se teve muito tempo...

-Então, a ideia da música surgiu uma semana antes - respondeu me pegando de surpresa, aquilo nem eu sabia - Foi assim do nada. Eu tive a ideia de fazer a música que contasse a nossa história, desde o nosso primeiro momento, e então comecei a trabalhar nisso. Lógico que foi bem difícil já que faltava pouco tempo e eu tava correndo com tudo, mas no fim deu certo e eu gostei do resultado.

-E você, Ana? O que sentiu quando ouviu a música?

-Eu fiquei muito emocionada. Enquanto caminhava via um filme de tudo se passando na minha cabeça. Foi ali, que realmente tive a certeza que ele era mesmo o homem da minha vida.

-Ai que amor vocês. Esses dois são mesmo lindos juntos. - ele colocou a mão por cima da nossa entrelaçada - Olha, felicidades pro casal, que vocês permaneçam desse jeito pro resto da vida de vocês. Lógico que vão ter brigas e discussões, mas desejo que passem por cima disso bem rápido e nunca deixem esse amor lindo de vocês morrerem. Pra finalizar, Luan.. Canta alguma coisa pra gente.

-Só se for agora - ele falou pegando o microfone que estava no sofá  do outro lado - Qual ocê quer? Pode escolher,- ele falou ajeitando o violão no colo.

-Ai que responsabilidade - ela riu- Canta uma pra Ana, a que você quiser.

-Pra Aninha? Então vou cantar essa aqui...

Parece que o mundo parou de girar quando você me olhou e me fez sonhar
Me apaixonei
E nesse momento parece que o mar e as estrelas do céu
Puderam me ver te amar
Me entreguei, e senti
A magia do amor sobre mim
E agora não tem quem arranque você de dentro do meu coração
Você é minha fantasia, meu sonho lindo, minha ilusão.
Eu esperei a hora que eu pudesse te dizer
Meu destino é pra sempre amar você...

-Que linda, essa eu nunca ouvi - Angélica falou e me olhou surpresa.

-Eu também não - respondi visivelmente emocionada

-Essa eu fiz quando eu tinha 10 anos de idade. Foi minha primeira música.

-Nossa, que linda Luan, linda mesmo. Obrigada mais um vez ao casal, felicidades e é isso. Um beijo e até semana que vem. Tchau - ela se despediu do programa que certamente seria a terceira parte e nos olhou sorrindo.- Gente ficou incrível, suas fãs vão amar - Angélica falou segurando a mão do Luan que beijou de leve as mãos dela.

-Nós que agradecemos, foi bom falar do nosso casamento pra você.

A equipe toda logo foi embora e novamente ficamos a sós, como estava sendo a semanas. Do jeito que gostávamos. Eu e ele. Ele e eu.

Notas da Autora:

Olha eu aqui.. que demora ein, mas é que foi corrido mesmo gente, vocês sabem... Pra quem me tem nas redes sociais da vida já devem estar sabendo que vi o Luan no sábado (09/10), pra quem não sabe eu explico... entrei no camariiiiiiiiiiiiim! Foi bem rápido, mas foi incrível e eu tô muitooo feliz. Vou tentar depois adiantar uns capítulos pra gente postar muitos essa semana. A ideia deles estarem num programa foi de umas leitoras, Na verdade não sei se foi de uma só ou de duas, porque uma não deixou o nome e a outra colocou o user do twitter, enfim, obrigada pela ideia. Por hoje é isso, beijoos!

PS: Comentários respondidos.

5 de maio de 2015

Capítulo 108

Luan Rafael

Já passava das 3 horas da manhã e a galera dançava animada na pista de dança. O Ed Sheeran tinha acabado de ir embora e apesar de não termos conseguido nos comunicar direito, tinha sido incrível conhecê-lo. Nada mais me prendia ali e eu estava louco de ansiedade para ficar sozinho com minha esposa, bem longe dali.

-A gente vai ficar aqui mais quantas horas?- perguntei em seu ouvido. Ela dançava ainda muito animada, impecavelmente linda.

-Pra que essa pressa?- perguntou virando de frente pra mim

-Quero a nossa lua de mel logo.

-Você quer a lua de mel ou Las Vegas, logo?

-Os dois- cheirei seu pescoço- Vamos indo amor?

-Nosso voo é pra daqui uma hora e meia. Daqui a pouco nós vamos.

-E se a gente passar num motel rapidinho?

-Não, tenha paciência. Estou com uma surpresa te esperando na mala - beijou meu pescoço e virou de costas voltando a dançar. Foi ali que começou o terrorismo.

Uma hora depois estávamos a caminho do aeroporto. As malas já estavam no carro e Rober quem nos levaria. Fomos nos beijando no banco de trás sem vergonha alguma, minhas mãos apertavam sua coxa e ela sequer reclamou.

Entramos no aeroporto com pressa e ouvimos de imediato chamarem nosso voo. "Atenção, senhores passageiros com destino a Las Vegas, voo 2976 da companhia Azul. Dirigir-se ao portão de embarque Sul."

Tive que parar pra atender algumas pessoas - seria inevitável não parar. Ana ainda estava com seu vestido de noiva e isso fez a gente chamar mais atenção ainda, lógico que ele estava sem a outra parte, mas mesmo assim continuava linda. Logo conseguimos chegar a primeira classe do avião, onde uma garrafa com champanhe nos esperava dentro de um balde com gelo.

-Eita, mais bebida?- ela perguntou rindo.

-Quero te embebedar- brinquei pegando a garrafa e fechando a porta.

-Se eu fosse você não fazia isso,tem coisas que faço melhor sóbria - piscou o olho e riu maliciosa.

-Não provoca. Você aí de noiva e falando essas coisas.. dá vontade de te agarrar e não soltar mais.

-Estamos sozinhos aqui- ela deu de ombros e eu a puxei com tudo para mais perto.

-Tá falando sério? É meu fetiche transar dentro de um avião.

-Eu sei, imagina se for num avião cheio de gente na outra classe e com uma pessoa vestida de noiva- continuou provocando e eu já sentia meu membro doer dentro da calça.

Comecei a beijar e morder seu pescoço e ela passou a unha na minha nuca.

-Vamos brindar?- falei ofegante e ela assentiu.

Abri o champanhe e servi as duas taças. Fizemos um brinde rápido ao nosso casamento e logo estávamos nos beijando loucamente. Nem vi quando soltei a taça na mesa e a grudei na parede.

-Calma amor, vamos tentar não fazer barulho - ela falou quando eu já beijando seu colo.

-Vou tentar- respondi a segurando pela cintura, empurrando ela até sua poltrona.

Minhas mãos percorriam seu corpo com rapidez e as suas pequenas mãos percorriam meu peito abrindo minha camisa. Instantaneamente apertei seu glúteo esquerdo e ela gemeu. Subi a mão até seu seios e também apertei com força, fazendo ela fechar os olhos e gemer outra vez.

-Como vou tirar esse vestido?- perguntei aflito ao perceber que não conseguiria só puxar.

-Não vai tirar - ela disse mordendo meus lábios- Vai ter que fazer com ele.- foi beijando meu peito a medida que abria os últimos botões da minha camisa.

-Mas amor...

-Dá muito trabalho pra colocar, é melhor deixar ele assim.- falou abrindo meu sinto e o feche da calça.

Voltei a beijá-la e apertar seus peitos por cima do vestido, ela se contorcia mas não deixou de terminar o que fazia, até conseguir o que queria: me deixar completamente nu.

-Senta na cadeira- falou ofegante, seu pescoço já estava cheio de marcas.

Fiz o que ela pediu e logo ela sentou de frente para mim, com uma perna de cada lado do meu corpo, exatamente encima do meu membro duro. Passei a mão em sua intimidade e vi que ela estava tão excitada quanto eu, isso sem deixar de beijar sua boca. As mãozinhas dela afundavam em meu cabelo, dando ainda mais intensidade ao nosso beijo. Sem consegui mais me segurei, segurei a base da calcinha e rasguei fazendo Ana me olhar assustada.

-Desculpa, foi mais forte do que eu, agora senta vai - falei segurando em sua cintura ajudando ela a se encaixar.

Logo ela estava subindo e descendo enquanto controlava os gemidos com o rosto afundado em meu pescoço. Aumentei a velocidade e ela deu um grito, imediatamente voltei a beijá-la mas sem deixar a velocidade diminuir, o que fez com que chegássemos no ápice em minutos.

Foi a transa mais inusitada e gostosa da minha vida .

O voo durou vinte e quatro horas e devido ao fuso horário chegamos em Las Vegas perto da uma hora da manhã. Ana deitou no meu ombro e dormiu até o hotel. Eu, por outro lado, fiquei observando as luzes dos cassinos e hotéis da região, louco de vontade de descer e conhecer de perto. Mas teríamos tempo...

Logo o táxi parou em frente ao hotel. Ana acordou animada e eu até estranhei. Me ajudou a pegar nossas coisas e foi entrando no hotel enquanto eu acertava com o taxista.

Fizemos o check in e subimos a nossa suíte que era linda e enorme, maior que o meu quarto. Deixamos a mala no canto e fomos direto pra cama, e como duas crianças, começamos a pular nela. Ana riu e pegou o travesseiro batendo ele em minha bunda. Aquilo foi suficiente para uma pequena guerra começar.

-Você é a pessoa mais maluca que conheço, como acorda animada desse jeito?- perguntei quanto estávamos deitados encarando o teto.

-Foi só uma soneca, ainda tenho uma surpresa lembra?

-Mas é claro, vai me mostrar quando?

-Agora - ela levantou num pulo da cama, foi até sua mala, pegou uma pequena sacola e correu até o banheiro.

Ouvia pequenos barulhos tentando imaginar o que ela estava aprontando, acho que estava tomando banho. Aquela curiosidade estava me matando e no fundo eu já até desconfiava, com o meu membro já querendo levantar. Não demorou tanto quanto imaginei e logo ouvi ela destrancar a porta, apoiei e cabeça nos meus braços e encarei a porta nervoso.

-Tá preparado?- ela perguntou se escondendo atrás da porta e eu assenti.

Ana saiu do banheiro um pouco envergonhada, vestia uma lingerie vermelha, que mal tampava as suas partes. O sutiã, por exemplo, era tão minusculo que só tampava os bicos do peito, e ainda assim, não tampava, pois tinha um tecido meio transparente. Além disso vestia uma meia que a deixava ainda mais sexy.

Rapidamente eu me sentei na cama, de queixo caído em ver quão perfeita ela estava daquele jeito.

-Diz alguma coisa, amor.

-Você está maravilhosa - foi o que consegui dizer ainda a admirando. Eu era mesmo o homem mais sortudo do mundo.

Logo estávamos nos enroscando na cama, mas dessa vez sem pressa e muito menos repreensão, já que ela gritou o quanto quis. E aquilo me deixou ainda mais louco, louco de desejo, amor e fogo por ela.

Dormimos o resto da tarde para repor todas as nossas energias. Meu corpo precisava mesmo de um descanso longo, e acredito que dela também.

Quando acordamos já era de noite e eu estava ansioso para sair pelas ruas de Las Vegas rumo a algum cassino pra me divertir um pouco.

E foi assim durante os 5 dias que ficamos ali. Muitas fotos, muito sexo e muitos jogos - em que ela sempre se saía melhor que eu e ganhava as apostas, inclusive as de fazer strip. Fiz uns 5 pra ela, todo desengonçado, o que fazia ela rir muito.

Eu estava absolutamente feliz e realizado, me sentindo completo. Sentia que agora nunca mais me sentiria sozinho, porque tinha uma esposa que me amava e que sempre estaria a minha espera. Isso me enxia ainda mais de alegria.

Dentro do avião de volta para o Brasil, escolhi uma foto nossa para postar. Era uma em que eu me lembro direitinho do que tinha acontecido. Ela comprou dois chapéis e me forçou a colocar um, mas lógico, não passei nem 2 minutos usando, e ela disse que eu não tinha estilo. Ri me lembrando disso enquanto digitava a legenda, e ela estava deitada em meu ombro já no 13º sono.

A cozinha virará um desastre depois de um jantar sem sucesso. Nossos risos tomarão conta de todas as quinas da nossa casa, e a vizinhança logo saberá que aquele casal recém casado tem tudo e um pouco mais para alcançar o ápice da felicidade. Deitaremos no chão depois de minutos em bate bola, jogando um para o outro o quesito de quem é mais fraco. É, eu irei me render... Te segurar pelos pulsos e olhar em seus olhos será mais válido que tentar ganhar de você. Então correremos para nosso quarto e lá, nosso mundo desaparecerá. Nossos sonhos, vamos observar se realizar. Nossos filhos, vamos chorar ao ver nascer. Nosso amor, vamos lutar para nunca acabar. E assim será pra sempre... Estamos voltando, Brasil. Volto casado e mil vezes mais apaixonado. @Anaju


Me encostei na janela e tentei dormir um pouco, estava com saudade do meu país, da minha família e das minhas fãs também. Além disso, louco pra ver nossa casa que nossos pais tinham feito questão de comprar e decorar tudo como presente de casamento. 

Eu não fazia ideia de como era ser casado, mas estava louco para descobrir com minha Ana Julia.

Notas da Autora:
Demorei porque não tinha esse capítulo pronto como tinha os outros, mas estou tentando deixar uns prontos pra não me atrasar. O problema é que essa semana tá tensa, tem show do Luan e eu nunca fico em casa, sempre durmo na casa da minha amiga pra gente ir cedo e tals, acabo com tempo zero pra escrever além de não ter tanta cabeça. Mas a gente vai voltar ao ritmo. Gostaram da lua de mel? Foi só um pouco pra vocês viverem com ele também. Agora, hora de curtir a vida de casado, até eu aprontar alguma coisa kkkk, Beijos.

PS: Comentários respondidos!


2 de maio de 2015

Capítulo 107

Ana Julia

-Ana? Tá na hora de ir minha filha - meu pai parou na porta do quarto. Eu já estava vestida, apenas retocando o batom e me segurando para não chorar. Todas as meninas já estavam na igreja e só minha mãe e meu pai iriam comigo. Eu estava atrasada uns 20 minutos.

-Vamos - sorri me virando para ele.

Meu estômago estava revirando por dentro. Uma mistura de nervosismo com alegria. Uma alegria enorme. Eu iria me casar com o homem da minha vida.

O carro parou um pouco distante da igreja e eu sorri para os meus pais. Os padrinhos já estavam posicionados e eu vi Luan de longe. Ele batia o pé no chão impaciente e aquilo me fez rir. Minha mãe desceu e foi na direção de todos, eu ainda ficaria ali uns minutinhos até poder parar de frente a igreja. Aquilo era para que ninguém me visse, inclusive minhas madrinhas, pois eu queria surpreender todo mundo. O vestido tinha ficado melhor ainda com os ajustes na cintura, e desenhou minhas curvas. Meu cabelo estava solto com cachos modelados. Minha mãe queria que eu prendesse num coque, mas eu nunca gostei de coques, e eu tinha amado meu cabelo solto, ele era enorme e eu clareei mais, pra mim estava perfeito. A maquiagem consistia numa mistura de prata com preto, e tinha um delineado perfeito. Na boca um batom meio avermelhado, mas não muito. Usava brincos longos, pulseira e colar como assessórios, todos de ouro.

De longe vi os meus padrinhos começarem a entrar na igreja. Com tanto show do Luan, não ensaiamos nada, mas pelo que observei, estava tudo certo. Quando o último casal entrou, meu pai voltou a ligar o carro e enfim parou de frente a igreja.

-Está feliz?- ele me perguntou - Tem certeza que quer se casar tão nova?

-É o que eu mais quero - sorri pra ele que segurou minha mão e beijou.

-Então vamos. Seu noivo está te esperando.

Meu pai esticou seu braço e eu segurei. Aquela altura senti um frio percorrer minha médula. Demos três passos e paramos de frente a porta da igreja. Um toque que eu não conhecia começou a tocar. Luan tinha feito questão de escolher a música que eu entraria, mas não me contou qual seria. Só que ao ouvir ele começar a cantar e a porta se abrir, percebi que não era qualquer música, era uma música feita exclusivamente para a ocasião.

(Leiam no ritmo de Chuva de Arroz
Não esperava o dia que conheceria, a dona do meu coração. 
Era o lugar de sempre, e no meio de tanta gente ela me fez perder a razão.
Por isso todo mundo passa mas eu jurei que nunca ia passar.
E já ouvi dos meus amigos você tá novo pra casar, mas não tô.
Me apaixonei, perdidamente, e o que eu sei, é que daqui pra frente.
Vai ser nossa história, nosso apartamento, nosso telefone, nosso casamento.
Sabe o que ouvimos? Não tô nem ligando
Se tá cedo pouco eu tô me importando ( uô ôôô...)

Enquanto eu caminhava em sua direção prestava atenção no que ele cantava. Fiz questão disso. Aquela música era especial, falava muito mais do que o que ele sentia ou do que eu sentia. Ela contava a nossa história, para todos os que estavam presentes. Além disso eu não deixei de reparar na decoração, O tapete branco, fora da normalidade, e as flores que contrastavam  com tudo. Incrível.


Luan caminhou em minha direção. Estava tão pálido que ficou mais branco do que o normal. Eu sabia que ele estava nervoso e isso foi visível ao ver ele tremendo enquanto segurava o microfone. Pegou na mão do meu pai e depois virou-se para mim. Meu pai foi ficar ao lado da minha mãe e Luan me encarou, cantando a segunda parte da música.

Não esperava o dia, que conheceria a dona do meu coração.
Chegou bem de repente, e um beijo envolvente, coisa de amor e paixão.
E com amizade colorida a gente começou a se apegar.
E as pessoas já diziam que isso não ia prestar, e não prestou. 
Me apaixonei, perdidamente, e o que eu sei, é que daqui pra frente.
Vai ser nossa família, nossa parceria, nossa incrível vida e as nossas filhas.
Então chega mais perto, tô te esperando.
Vamos casar e ser feliz por muitos anos (uô ôô..)

Sorri para ele que mal conseguiu terminar de cantar. Beijei sua mão gordinha e  alisei seu rosto. Aquela música era a música mais linda que eu já ouvi na vida!

Fomos até o altar enquanto as pessoas ainda batiam palmas. Ficamos de joelho em frente ao padre, e ele logo começou a cerimônia. Primeiramente fomos abençoados e depois nos colocamos de pé. Coisas lindas foram ditas. Sobre o nosso amor, a nossa escolha e como seria nossa vida dali em diante. Eu estava preparada, por mais difícil que as coisas poderiam se tornar, eu estava disposta a virar a mulher que Luan merecia ter.

- Ana Julia, você aceita Luan Rafael como seu legítimo esposo? Para amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, todos os dias de sua vida, até que a morte os separe? – Olhei para minha mãe que chorava baixinho. Virei o rosto para olhar para minha sogra que também estava visivelmente emocionada. Até focar em quem realmente importava: Luan.

-Sim- respondi sorrindo e ele fez o mesmo.

- Luan Rafael, você aceita Ana Julia como sua legítima esposa? Para amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, todos os dias de sua vida, até que a morte os separe?

-Sim - sorriu outra vez para mim, seus olhinhos estavam marejados.

-Assim sendo, por favor, deem as mãos e preparem-se para dar e receber suas juras de amor, que estão entre os maiores presentes da vida. 

Luan voltou a pegar o microfone e virou-se para mim:

- Quando eu pensei na música ideal para você entrar na igreja, vi que nenhuma estava a altura. Quis algo especial e diferente e foi por isso que tive a ideia de compor alguma coisa nova. Eu poderia muito bem cantar Promete, que é tão nossa como qualquer outra, mas não era a ideal para mim. Eu passei noites em claro pensando em algo que te surpreendesse e hoje, quando você entrou por aquela porta e sorriu pra mim, eu vi que agora sim, tudo estava perfeito. A música conta nossa história, e enquanto eu escrevia ela, pensei na gente, desde o começo. Lembrei de você pulando no show e depois subindo pra dançar comigo no palco. Tudo aconteceu tão rápido que pra gente não parecia nada demais, e olha só aonde chegamos. - olhou para baixo e respirou fundo - Você me mudou. Mudou meu jeito de pensar e me trouxe de volta a vida. Você me fez querer ser perfeito, perfeito pra você. Eu te amo, ou melhor eu mais que te amo, e prometo fazer o possível para ser tão bom para você quanto você é para mim, durante todos os dias de nossas vidas. - finalizou beijando minha mão. Meus olhos já estavam inundados em lágrimas e eu não sabia se conseguiria falar. 

-Difícil vai ser falar algo mais lindo - eu sorri pegando o microfone de sua mão - Nunca pensei que um dia estaria aqui, em frente a um altar prestes a me casar e muito menos, com uma pessoa tão maravilhosa. No dia que me pediu em namoro, você me prometeu que não seria como os outros namorados que eu tive, pediu pra que eu confiasse na sua promessa pra que não houvesse insegurança entre nós dois. Eu confiei e você não me decepcionou. Em troca, eu prometi que seria só sua - sorri e apontei pra mim - E continuo sendo. Quando me pediu em casamento, você cantou Promete e o refrão dela é cheio de pedidos que você queria que eu "prometesse a você." Foi pensando nisso, no quanto você ama promessas, que fiz um voto cheio delas. Prometo defender o nosso amor e estimá-lo acima de qualquer coisa. Prometo ser compreensiva, tolerante e paciente. Prometo cuidar de cada uma das suas necessidades. Prometo respeitá-lo e amá-lo completamente. Prometo falar quando as palavras forem necessárias e compartilhar o silêncio quando não forem. Prometo jogar vídeo- game quando você precisar de companhia. Prometo chamar de lar o espaço entre os teus braços e te beijar todos os dias de manhã. Prometo te fazer feliz e te querer feliz mesmo longe de mim. Prometo a você o meu amor eterno! Enfim, eu prometo ser só sua. Porque só assim vai saber que minha vida inteira, está em suas mãos...

Luan não segurou as lágrimas e chorou enquanto eu falava. Eu não olhei para ninguém, mas ouvia várias pessoas fungando, certamente emocionadas com tudo. Trocamos as alianças e eu tremia assim como ele. Em seguida, assinamos a nossa certidão de casamento ao som de "Tudo que você quiser". Ao final da cerimônia, nos beijamos e selamos nosso amor em frente a todos. 


Era hora de ir para a recepção, mais intimista, ainda com prioridade a cor branca, mas com flores de cor mais fortes, onde a minha surpresa esperava por ele.



Ficamos parados em frente a um painel cheio de fotos nossas enquanto cumprimentávamos todos os convidados. Eu já tinha tirado a parte de baixo do vestido e ele estava menos pesado. Não tirei o sorriso do rosto em um segundo sequer e Luan também não. Era explícito nosso amor e nossa felicidade.

Quando enfim consegui beber algo, Juliana se aproximou de mim. Pelo que conhecia minha amiga, ela não estava muito animada.

-Que foi, Jujubinha?

-Promete não me zoar?

-Claro amiga.

-Não sei se você viu, mas eu entrei com o Marcos - ela disse meio séria e eu fiquei espantada - Bruna sugeriu que a gente trocasse pois ela estava bem mais alta que ele. Ele veio pro meu lado todo emburrado e disse pra Bruna que queria entrar com ela porque ela era a menina mais linda do casamento - ela fez careta e eu ri.

-Amiga, você tá com ciúmes do Markinhos, é isso?

-Não Ana, só não gostei dele ter me ignorado né?

-Você tá com ciúmes sim - empurrei ela de leve que ficou séria - Tá bom, parei. Olha, eles são amigos, é normal ele a elogiar.- a encarei e ela continuou calada - Talvez esteja na hora de você assumir que o Markinhos é um cara legal e que talvez, você estava apaixonada por ele.

-Não fala bobagem - ela me olhou brava.

-Não estou falando, pensa bem..

-Ai Ana, vamos mudar de assunto? - ela disse sem jeito, e não importa o quando ela negasse, eu sabia que eu estava certa - A surpresa do Luan chegou, já vai subir daqui a pouco. Ele é tão lindo, fui lá tentar falar com ele - ela riu enfim ficando menos tensa.

-Sério? E você acha que Luan vai gostar?

-Ele vai surtar - ela riu brindando comigo.

Luan se aproximou de mim e beijou meu pescoço. Eu sorri pra ele que já estava sem o paletó e com a gravata frouxa.

-O palco é para o quê? Não lembro de ter comentado comigo sobre um palco. Só sobre um DJ.

-É, eu esqueci- tentei o enrolar.

-Eu vou cantar?

-Não, hoje você vai assistir.

-Você vai cantar?- perguntou com a sobrancelha erguida.

-Não, melhor que isso.- sorri misteriosa e ele me olhou de lado.

-Cê tá aprontando né?! - riu bebendo um pouco mais de sua bebida.

E então chegou a hora. Puxei ele pela mão e parei de frente a cortina branca. Ele me abraçou pela cintura e encarou o palco curioso. As pessoas foram se aproximando e então a voz do cantor surgiu, no mesmo instante que a cortina caiu no chão.

(Thinking Out Loud)
When your legs don't work like they used to before
And I can't sweep you off of your feet
Will your mouth still remember the taste of my love
Will your eyes still smile from your cheeks...


-Meu Deus, é o Ed Sheeran - ele sorriu surpreso e eu assenti - Como?- perguntou confuso e eu sorri cantando o refrão eu seu ouvido 

Darlin' I will be lovin' you .Till we're seventy. Baby my heart could still fall as hard.At twenty three (Querida, eu te amarei até que tenhamos 70 anos. Baby, meu coração ainda se apaixonará tão fácil quanto quando tínhamos 23 anos...)

Pela carinha do meu ESPOSO, ele tinha mesmo gostado da surpresa. Tentava cantar a música junto, mas todo enrolado com o seu inglês "perfeito". 

Passado aquele momento inesquecível e a inútil tentativa de se comunicar com o Ed Sheeran eu levantei para jogar o buquê. Todas se posicionaram atrás de mim e eu passei o olhar em volta para ver em que direção jogaria - sim, eu roubei um pouco-. Um, Dois, Três... Joguei o buquê que pousou certinho na mão de Nathália que levantou ele no alto e gritou, já um pouco alterada:

Agora pode me pedir em casamento viu Juju?! - ela falou fazendo todos rirem.

Tudo estava saindo como o planejado. E eu estava muito feliz. Olhei para o Luan e tive a certeza de uma coisa ao vê-lo sorrir para mim ainda tentando se comunicar com o Ed. Não existe nada mais gostoso do que amar e ser amado de volta. Essa, era sem dúvida, a coisa mais preciosa do mundo.


Notas da Autora:
Eu imaginei que o capítulo do casamento seria grande e eu me preocupei muito para que saísse bom. A música que o Luan cantou é uma nova versão de chuva de arroz, apropriada para a fanfic, foi eu quem escreveu e como Juliana disse que tinha ficado bom, resolvi arriscar e colocar.  A ideia de ter um show foi de uma leitora, na verdade ela deu a ideia do Roberto Carlos cantar na cerimônia, mas eu vi um vídeo e modifiquei um pouco. Por que o Ed? Porque o Luan já disse que ama ele, além de que a música combina muito com nosso casal. Espero que tenha tocado o coração de vocês. É difícil escrever um capítulo de casamento sem nunca ter casado. Espero que tenham gostado. Muitas pediram fotos, mas foi tudo da minha cabeça, inclusive o vestido da noiva, então não achei foto do modelo que descrevi, dessa vez vocês vão ter que imaginar mais ou menos.

PS: Comentários respondidos (sempre!)